Fantasiosos, educativos ou perniciosos, os mitos acompanham a
humanidade. E bem nocivos são os mitos portugueses, propalados na
palavra dos políticos, na pena dos comentadores e analistas, nas rádios,
nos jornais e nas televisões. Repetem-se e reproduzem--se, tal como os
deuses da antiga Grécia. E, em termos de deus maior, substituímos Zeus
pelo Estado e ao Estado oferecemos hinos, louvores, produtos e
sacrifícios.
Um primeiro mito é a liberdade de empreender e de investir. Diz-se
que há, mas não há. Continuamos a viver num verdadeiro condicionamento
industrial, reflexo de um Estado tentacular que se expressa através de
um número infinito de autorizações que constrange vontades e impede o
desenvolvimento. Condicionamento diferente, mas não menos danoso do que o
da lei de 1952, que visava a regulação do investimento. A prática está
tão consagrada que, quando o licenciamento é rápido, em vez de se louvar
a diligência, logo surge a acusação de suspeita ou de corrupção a quem
interveio na autorização. A liberdade de empreender e investir é um mito
em Portugal.
Um segundo mito é a tragédia das falências...
Um terceiro mito é a ecologia radical...
Pode o leitor ver a continuação dos mitos no meu artigo completo no i, no âmbito da Série Por Uma Democracia de Qualidade
6 comentários:
Não é menos interessante perceber que a sageza, a cristalina capacidade de perceber, se manifesta de forma excelsa, naqueles cujo partido político de que são filhos, não se encontra no poder.
Oh! Bartolomeu, isso diz-se????
Caro Rui Fonseca, dado tratar-se de "mitos", tudo é dizível.
Se é entendível... já não sei.
A sageza, caro Bartolomeu, e perdoe-se o francesismo, está na faculdade de afirmar verdades independentemente da conjuntura, da ocasião ou dos actores, comediantes profissionais ou meros figurantes.
Quanto ao resto, e como creio que o meu amigo percebe bem isso,dispenso-me de mais comentários.
Caro Rui:
Tudo se diz. Mas entre dizer e poder entender-se vai uma longa distância.Sobretudo quando o dizer nada tem a ver com a verdade.
Caro Dr. Pinho Cardão, o primeiro mito que assinala, cruza os tempos desde a Eneida de Virgílio até aos nossos dias. A acompanho-lo, a concupiscência entre os sucessivos poderes políticos e capitalistas. Mas não são só os nomes que fazem os monstros... são também os homens que incansável e repetidamente os alimentam.
Caro Bartolomeu:
O meu amigo labora num outro mito. Não foi, nem é, tudo assim igual.
Por que é que a Holanda, a Suiça, a Alemanha, os EUA, o Canadá, Singapura, etc, etc, atraem investimento e Portugal não? Alguma, muita, colossal, diferença há!...
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