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quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

Envelhecimento, desenvolvimento e superpopulação.

Nos povos ocidentais a população tem tendência a reduzir-se e a envelhecer. Nascem cada vez menos crianças e vive-se cada vez mais. As consequências manifestam-se, entre outras, por menor produção ou produção insuficiente face às crescentes necessidades, traduzidas, por exemplo, por um maior consumo com a saúde e com as pensões de reforma. As preocupações do ministro das finanças devem ser também as nossas.
Rejuvenescer um povo pode ser aparentemente simples mas, na prática, é muito complexo e demorado. A forma mais rápida de rejuvenescimento é “importar” jovens. Os imigrantes desde que se fixem e passem a ser “portugueses” poderão inverter esta situação, amenizando as tais profecias ministeriais. Não há falta de candidatos.
À escala global, a superpopulação, que tem sido alvo de várias medidas de controlo, constitui um das maiores dores de cabeça. Recentemente, foi estipulado que o planeta Terra atingiu os 6.500 milhões de habitantes o que é insustentavelmente grande. Como aguentar a taxa de 76 milhões ao ano? As implicações são várias, caso dos recursos naturais que se esgotam a um ritmo alucinante, mas os problemas ambientais não ficam atrás. Não há modo de os combater apenas através do controlo da emissão de gases e racionalização do consumo. As pessoas começam a ficar apertadas. Em 2050, graças à duplicação dos que vivem nos países mais pobres, a população mundial atingirá 9 mil milhões.
Os movimentos ambientalistas têm feito o que podem? De facto, são activos e criativos, apontando soluções e denunciando muitos problemas, mas, curiosamente, não abordam as medidas a tomar face ao superpovoamento planetário. E, quer queiramos quer não, não deixa de ser uma causa major. E que causa!
Espero que não estejam à espera da pandemia da gripe para travar o superpovoamento. O risco de uma mortandade é elevado, mas, num ápice, seria restabelecido as perdas. Mesmo a falta do famoso Tamiflu ou o Tamiflu falsificado, que já anda por aí aos molhos (a última família da espécie humana a desaparecer serão os vigaristas), não seria suficiente.
A forma mais eficiente prende-se com o controlo da natalidade a qual pode originar situações delicadas. Mesmo as atitudes pouco ortodoxas verificadas nos povos em que a mulher é desvalorizada, como é o caso da Índia, em que nascem cada vez menos meninas, violando a razão de masculinidade à nascença (por cada 100 meninas, devem nascer 105 a 107 meninos), fruto da utilização das novas tecnologias, que permitem a determinação do sexo, não constitui um factor determinante para travar o crescimento populacional. O único factor é o desenvolvimento social e económico já observado nesta parte do mundo em que vivemos e que teve como consequência os fenómenos já descritos. O pior é que para alcançarem os nossos níveis ainda terão, infelizmente, de penar muito e é precisamente durante esse período que o superpovoamento se irá verificar provocando um desequilíbrio e desigualdades sem precedentes. Um futuro muito complicado.

4 comentários:

João Melo disse...

a demografia é sem duvida um dos maiores desafios que se coloca á sociadade do séc XXI.a nivel social ,economico..poderia desenvolver ..mas este post do Dr salvador massano cardoso vale por si só..

Tonibler disse...

Caro Salvador Massano Cardoso,

Como se calhar já percebeu, cá o Toni tem teorias sobre tudo. E nas já milhentas discussões sobre ambiente e superpovoamento com o camarada Monteiro, ambientalista radical, eu sempre achei que o agregado Homem, no longo prazo, reage sempre no caminho certo. E, se calhar, o caminho é mesmo seleccionar sexos.
Agora, que vai dar num mundo demasiado "alegre" para o meu gosto, vai!...

Anónimo disse...

Excelente post meu caro Professor!

Marco Oliveira disse...

Que tal baixar os impostos para as famílias que têm mais filhos (à semalhança do que acontece em França) ?