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sábado, 7 de janeiro de 2006

A ética protestante e o automóvel

Puritano não sou, mas confesso que tenho alguma admiração por alguns valores de raíz protestante que são observáveis entre as élites dirigentes de alguns países da Europa do Norte. A fuga à ostentação, o recato da vida privada, a sobriedade dos consumos ou a desvalorização social do luxo, são referenciais que tento não ignorar.
Por isso, surpreendem-me algumas notícias como esta que nos dá conta da situação do sector das vendas de automóveis em Portugal. Tirando a Jaguar, marcas como a Porsche, Aston Martin, Ferrari e Bentley estão em maré de franca expansão. A BMW «bate recordes sobre recordes» face ao definhamento das vendas de comerciais ligeiros e de pesados de mercadorias.
Lembro-me das declarações do Presidente da Autoeuropa que manifestava a sua surpresa por ver tantos carros alto de gama a circular em Portugal.
Esta gente não tem emenda e não há crise que lhes chegue. Depois admiram-se de o PCP e o Bloco de Esquerda terem tanta influência política em Portugal.
É a vida, lá dizia Guterres!

8 comentários:

Carlos Monteiro disse...

Este post não vai ter muitos comentários. Vai uma aposta?

Carlos Monteiro disse...

Este post do camarada djustino é uma armadilha dos diabos.

;-)

Caros visitantes habituais e bloggers do blog 4R: Deixem aqui por favor a vossa opinião! Participem! E deixem a marca, modelo e versão do(s) pópó(s) no fim da mensagem...

Eu começo pelo(s) meu(s):

Scnia (45 lugares), modelo desconhecido
Volvo (47 lugares), modelo desconhecido

Suzana Toscano disse...

Realmente este post é uma tentação! Vamos falar dos "nossos" carros ou dos carros que as empresas -públicas, privadas, e Estado- fornecem aos seus quadros e dirigentes? Também poderemos falar da ostentação colectiva de que o automóvel se tornou símbolo, ao ponto de ser discutido nos contratos de trabalho, com mais ênfase do que o salário, a cilindrada e o modelo do carrinho. E isso para as empresas também tem as suas vantagens... É um pagamento em espécie aceite e aplaudido pela generalidade dos envolvidos.Daí a profusão de marcas de luxo, em contraste óbvio com o choradinho nacional da crise. E, antes que outro comentador atento se adiante, temos o triste exemplo do carro inacreditável que com que Santana Lopes se brindou como Presidente da Câmara de Lisboa.E blindado!

Carlos Monteiro disse...

Cara Suzana, esqueceu-se do pópó no fim da mensagem...;)

Suzana Toscano disse...

Caro cmonteiro, fica-lhe mal vingar-se de não lhe ter ocorrido o caso Santana Lopes...=))
Mas, como penhora de endividamentos excessivos se cair na tentação nacional, apenas poderei dar um Honda Jazz e, com os protestos da minha filha, um Clio que já vai á inspecção...Tive que os declarar nas múltiplas declarações de rendimentos que os políticos têm que fazer =))

Tonibler disse...

Caros,

A diferença entre os Portugueses e os demais povos , está na forma como nós encaramos o automóvel.
Respondendo ao camarada Monteiro, o meu automóvel é nenhum uma vez que a viatura que eu e a esmagadora maioria dos portugueses conduz com uma cilindrada superior a 1.8 dm3 é alugada.
E o aluguer é um negócio estritamente financeiro, pelo que pegar num carrito novo, fazer a conta à desvalorização e ver quanto se paga por mês é sensivelmente a mesma coisa que aquilo que se paga com um BMW que, sendo de maior valor, desvaloriza menos.
A forma como devemos encarar a coisa é que quem anda com um carrito anda com o carro dele, quem anda de carrão anda de carro emprestado.
Portanto, somos nós que votamos no BE contra os capitalista do Clio, esses sim, que paguem a crise!

Carlos Monteiro disse...

Caro djustino,

A sua nota foi perfeitamente entendida e acho-a bastante pertinente. Também eu penso o mesmo, sem no entanto cair em miserabilismos bacôcos típicos de uma certa esquerda. Confesso que um bom carro não me deixa indiferente, mas apenas pela admiração que tenho pelo nível de perfeição da máquina. Tivesse eu posses, e ia a correr comprar "O" carro: Porsche 911 Turbo.

Quis foi apenas introduzir um pequeno desafio, que nem sequer é clarificador de nada. É apenas engraçado. E umas coisas mais...:-)

Toni,

A forma como se paga o pópó não interessa. Emprestado, alugado, leasingado vai tudo dar ao mesmo. A forma como o obtemos e o sentido de ostentação é que poderá ser criticável.

Carlos Monteiro disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.