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sexta-feira, 10 de março de 2006

“Cerveja-Prozac”

Já tive oportunidade de dissertar sobre o papel do vinho e da cerveja na prevenção das doenças cardiovasculares. Apesar da controvérsia e dos vários factores que estão associados a estes fenómenos, verifica-se um crescendo na investigação dos diferentes produtos que entram na composição das bebidas. A mais recente é particularmente interessante e diz respeito à cerveja. Verificou-se que certos constituintes têm um efeito inibidor no processo inflamatório (efeito benéfico para as artérias) assim como reduzem a degradação do triptofano, importante aminoácido precursor da serotonina, a tal molécula da “felicidade” que o “prozac” estimula. Acresce que a cerveja é, já por si, rica em triptofano. Os diferentes tipos de cerveja têm estes efeitos, mas a cerveja sem álcool também, facto a registar.

Sabendo que a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas tem efeitos nefastos é necessário encontrar o tal equilíbrio. De qualquer modo, agora começo a compreender melhor que a euforia dos bebedores de cerveja não é devido só ao efeito desinibidor do álcool, mas também a uma acção “prozaciana” do mesmo. Realmente quando começo a analisar as diferenças de comportamento entre os que apanham bebedeiras de vinho ou de cerveja as diferenças são bem visíveis, antes de caírem inanimados, como é óbvio…

12 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Professor, agora fico dividido entre o bem que é experimentar a acção "prozaciana" de umas belas bejecas e o devastador efeito "ventro-dilatador", alarmante sinal de pertença a grupo de risco sério como aqui nos ensinou ;)

Suzana Toscano disse...

Ferreira de Almeida,já me garantiram que a cerveja não´engorda, parece que era pura calúnia! Será que o Prof. Massano cardoso nos tira a dúvida? È que, se ele disser, eu já não quero saber de mais opiniões!

just-in-time disse...

Caro Prof. Massano Cardoso
A 1ª questão está no grande esforço colectivo em demonstrar a bondade da ingestão de bebidas alcoólicas;
A 2º questão está em encontrar o ponto de máximo benefício e mínimo prejuízo: como a capacidade do fígado para metabolizar ( processar ) o álcool tem um valor máximo, a solução óptima estará em beber à mesma velocidade da metabolização, para que se atinja o regime estacionário, i.é, derivada em ordem ao tempo igual a zero;
Por último subsiste a questão, não dispicienda, da hierarquização, ou optimização da escolha: cerveja, vinho, espirituosas e,aí, chegamos à sua questão: a que dar prioridade:
ao efeito prozaciano da cerveja, aos aromas, sabores e efeitos antioxidantes dos taninos, ou alta eficiência dos espíritos.
Pela minha parte, vou por uma combinação moderada das três, i. é, pelo melhor ecletismo!

Tonibler disse...

Caro Massano Cardoso,

Como diz a Suzana, a cerveja sempre foi muito injustiçada. Pior, dizem que é uma tradição importada, quando a imperial com um pires de tremoço não se consome em local nenhum do mundo. Certamente que a ciência de estar a chegar à conclusão que imperial e pires de tremoço leva aos 120 anos...E com uma travessa de conquilhas, aos 130....

Massano Cardoso disse...

Meus caros amigos

Confesso que, quando abordo certos temas científicos, dando uma versão apropriada para o blog, é para auscultar a reacção de alguns bloguistas. Reacções do Tonibler, da Suzana e do Ferreira d´Almeida são bem-vindas e enriquecedoras. O mesmo digo do just-in-time que além de ter formação matemática conhece a fisiologia do álcool dando um bom contributo à abordagem do tema. Claro que o problema tem a ver com a velocidade da metabolização do álcool o qual varia de pessoa para pessoa além das diferenças marcadas entre os sexos. As mulheres metabolizam-no mais lentamente na medida em que o seu fígado é mais pequenino. Alguns de nós são verdadeiras máquinas na sua metabolização, outros menos e, consequentemente, correm mais riscos de toxicidade.
O estudo “apresentado” desta maneira teve o condão de informar a descoberta de certas moléculas existentes na cerveja e oriundas do malte as quais poderão ter impacto, no futuro, no tratamento de certos problemas. Caminho longo, mas interessante.
Não sei se foram efectuados quaisquer estudos no caso dos tremoços – que aprecio particularmente – mas, quem sabe se no futuro não descobrem algum elemento útil, tal como estimular a inteligência ou combater o desânimo! Era ver os portugueses a beberem cerveja e a comerem tremoços que nem uns desalmados. Claro que o risco de toxicidade hepática aumentaria, mas a descoberta da “velocidade de metabolização”, através de um dispositivo qualquer, de preferência digital, informaria os limites de ingestão da mesma.
Quanto à hipótese de a cerveja contribuir para aumentar o peso é real. O valor energético intrínseco é elevado, sendo o álcool o principal contribuinte. Hoje em dia uma das principais medidas de combate ao excesso de peso é desaconselhar a ingestão de bebidas alcoólicas.
De qualquer modo, e de acordo com a ocasião, podemos seguir a opinião do just-in-time escolhendo o tipo de bebida mais adequada ao momento e às características do fígado de cada um…

just-in-time disse...

Caro Prof. Massano Cardoso
Se discutimos os efeitos positivos da radical OH e o seu efeito negativo sobre o peso, se calhar também podemos discutir os outros efeitos negativos e, às tantas, as razões porque tanta gente é incapaz de limitar o consumo às quantidades que são física e neurologicamente toleráveis.
Como é que se passa da bebida social, à necessidade de redução do stress (incluindo o do casamento!) e ao abuso e à dependência?
E, aqui, vamos parar ao flagelo social do alcoolismo.

Suzana Toscano disse...

Pronto, pronto, lá vai a cervejinha para a lista do que engorda, bem me parecia que não se podia confiar. E quanto aos tremoços,ficam desclassificados por arrasto... Com o Verão à porta, operação melhoria-de-forma em marcha!

Suzana Toscano disse...

Ali no Tonibler levam à risca os conselhos do Prof. Massano Cardoso e dão nota de onde se pode conciliar bom gosto e moderação. O Pinho Cardão está atento??

O Reformista disse...

Sobre os tremoços:
Tenho um doente que diz que baixou o colesterol comendo tremoços secos.
A água dos temoços tem a fama popular de controlar a diabetes.
Num altura em que até as sanguessugas estão a ser reabilitadas...

Suzana Toscano disse...

Caro Reformista, isso das sanguessugas lembra-me aquela cena horrível da "Ilustre Casa de Ramires",o Tructesindo Mendes Ramires no meio do lago com as sangessugas agarradas ao corpo...

trainzeiro disse...

A melhor maneira de me embedar é trocar carinhos com a pessoa amada

Massano Cardoso disse...

Caro Bota

Continue assim, porque está no bom caminho, e ainda acaba por ter ganhos incalculáveis em termos de saúde...