Às vezes questiono-me o que seria hoje o nosso planeta se não tivesse ocorrido a extinção em massa há 65 milhões de anos, em que os dinossauros desapareceram, em consequência de um eventual encontro com um meteorito transviado. Recordo-me a este propósito um excelente livro de Harry Harrison, A Oeste do Éden, em que o autor traça o que “seríamos” hoje, se não tivesse ocorrido esse cataclismo. Delicioso, sem dúvida, porque ao fim de 20 anos ainda me consegue surpreender.
Vem esta observação a propósito de uma nova hipótese sobre a extinção em massa, que já ocorreu por mais do que uma vez, pelo menos três são referenciadas. Os autores propõem que, afinal, a hipótese mais provável terá sido o vulcanismo. Erupções brutais teriam libertado gases (como o SO2 e o CO2) provocando alterações climáticas, nomeadamente prolongados Invernos vulcânicos induzidos pelos aerossóis ricos em enxofre. Independentemente da razão ou não subjacente a esta teoria, não há dúvida que os cientistas são capazes de despertar em nós algumas interpretações para estes fenómenos. Sendo assim, poderíamos especular que o planeta Terra, na sequência de digestões difíceis e prolongadas ao longo do tempo, sofra, periodicamente, de crises muito sérias de meteorismo, materializadas através da excreção de gases e poeiras! A cada período de desintoxicação corresponderia a eliminação de milhares de espécies. Não sei o que é os dinossauros fizeram para isso, às tantas nada. Coitados! Foram à vida. Imaginem o que poderá acontecer se os seres humanos insistirem em “purgar” o planeta…
3 comentários:
É verdade... "A oeste do Eden" há cerca de 20 anos, gostei muito.
Ainda esperei por um segundo volume, sei que foi publicado em inglês mas nunca o vi em português, se não comprava-o logo.
De facto foram publicados mais dois livros de Harry Harrison,
Winter in Eden e Return to Eden. Não os li ainda mas vou adquiri-los.
Não li nenhum dos livros, mas o que é natural é que a natureza vá encontrando equilíbrios sucessivos e é isso que tem acontecido.
Mas também devemos estar cientes que, de acordo com as próprias leis da física, a passagem de uma situação de equilíbrio para outra se faz, obrigatoriamente, em regime de instabilidade.
Também ninguém garante a continuidade de nenhuma das espécies vivas actuais.
( Atenção: estou a falar de física, não de política)
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