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sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Conversa arqueológica
Certificados de Aforro: mais vale tarde do que nunca!
2. A manter-se até final do ano o ritmo de saída de fundos deste produto de poupança, hipótese bastante verosímil, o Estado teria de encontrar quase € 1.000 milhões em fontes de financiamento alternativas, necessariamente mais onerosas, para compensar essa saída de fundos.
3. Já aqui manifestei, por mais de uma vez, total discordância em relação à forma como o anterior Governo decidiu, no início de 2009, penalizar fortemente as aplicações em CA’s - alterando mesmo regras de remuneração previamente ajustadas com os aforristas (da Série B) - numa altura em que se impunha, por fortíssimos motivos de política económica, incentivar a poupança...
4. O resultado dessa absurda medida de política, ditada por razões generosamente obscuras – a justificação oficial de que não cabia ao Estado subsidiar o aforro privado, na altura avançada, era estapafúrdia - não poderia ter sido mais devastador: depois de no final de 2008 o stock de CA’s ter atingido € 17.198 milhões, iniciou-se uma sucessão de quedas, mês a mês, chegando em Julho último a € 9.941 milhões, queda superior a 42% em relação ao valor de Dezembro de 2008...
5. E só nos primeiros 7 meses do corrente ano a queda foi de € 1.443 milhões...
6. Finalmente hoje, 31 de Agosto, é anunciada uma revisão das condições de remuneração dos CA’s, para entrar em vigor já amanhã, consistindo essencialmente no seguinte:
- Para os CA’s da Série B (com subscrição fechada mas regatáveis, obviamente...), ao prémio sobre a taxa de juro que estiver em vigor (e que podia variar entre 0,25% e um máximo de 2%), é acrescentado um prémio fixo de 1%, passando a remuneração, de acordo com a notícia, para 3,2808%;
- Para os CA’s da Série C (subscrição aberta), o prémio actual, que varia entre 0,55 no 2º ano e 2,5% no 10º ano, é substituído por um prémio único fixo de 2,75%, aparentemente aplicável desde o momento da subscrição (?), passando a gerar uma remuneração de 3,268% em Setembro.
7. É ainda referido o estabelecimento de uma remuneração máxima de 5% e acrescentado que estas novas condições estarão em vigor até ao final de 2016, sendo que a partir dessa altura voltam a ser aplicadas as condições anteriores (esta parte confesso não entender).
8. Será motivo para lembrar o velho provérbio “mais vale tarde do que nunca”. Veremos, em todo o caso, qual será a reacção dos aforradores, pois a eles cabe a última palavra quanto à eficácia desta medida...
RTP-um novo condicionamento industrial
Sem ética
O Professor Massano Cardoso anotou aqui uma prática de alguma banca que promove produtos para promover a oferta de crédito com uma remuneração verdadeiramente exorbitante. Preocupante, na medida em que estas práticas revelam que para alguns o mundo não mudou, continuando a apostar no fascínio que provocam bens fora do alcance das famílias a quem estas instituições se dirigem, com o intituito de procurar obter lucros seja por que meio for. Que moral têm os bancos para se queixarem do volume de incumprimentos no crédito ao consumo?
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Pois é!
Só para adultos!
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Os donos da RTP
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Dionísio numa noite de domingo...
Fraude "demográfica"!
Modelo de privatização da RTP- colossal asneira
O fumador
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Constituição para todos os gostos ou para desgosto de todos?
- Venda dos canais públicos - inconstitucional;
- Venda da RTP1 e a manutenção da RTP2 - inconstitucional;
- Venda da RTP2 e a manutenção da RTP1 - inconstitucional;
- Concessão da RTP1 e o fecho da RTP2 - inconstitucional;
- Concessão a estrangeiros - inconstitucional;
- Concessão ou venda a grupos nacionais de comunicação social promove a concentração - inconstitucional;
- Concessão com entrega do produto da taxa - inconstitucional;
- Concessão sem entrega do produto da taxa - mesmo assim inconstitucional.
Emoção
domingo, 26 de agosto de 2012
A utilidade da "actividade socialmente útil"...
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
"Sorriso diabólico"
O biombo e o que está por trás
Joseph-Ignace Guillotin!
Cuidado, hoje é o "dia em que o diabo anda à solta"
Provença - Montes de Luberon
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Espermatozoides velhos? Velhos são os trapos!
Julgar pela sensibilidade olfativa
- "Mais do que os virtuosismos cerebrais da dialética, os juizes fiam-se na sua sensibilidade moral e quando são obrigados a encher de argumentos jurídicos as razões das suas sentenças, consideram essa tarefa como um luxo de intelectuais desempregados, visto estarem convencidos que, desde que aquela sua íntima voz da consciência tenha falado, já não são precisos argumentos racionais"
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
"Santo Soldado"
Quem tem razão?
Amiguismos
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Por caminhos "dourados"...
domingo, 19 de agosto de 2012
Noite...
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Seguro total: sol na eira e chuva no nabal e vice-versa
A caminho da Provença
Que mundo tão estranho!
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Faz falta animar a malta
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Por Hollande...bem podemos esperar sentados!...
"Mimi"...
Tenho muitos hábitos com os quais me dou razoavelmente bem. Um deles é não planear uma saída, vou à deriva, à bolina, esperançado em encontrar algo que me dê prazer, qualquer coisa nova, desconhecida, de preferência ambos. Nem sempre acontece, mas também não me lembro, o que é natural, mas quando encontro sinto uma enorme satisfação, e não me esqueço.
O dia, que deveria ser de verão, despertou aborrecido, com saudades de uma boa invernia, acontece quando se inicia os idos de agosto. Mesmo assim embiquei em direção a Viseu, cidade onde vou cumprir ritualmente promessas que nunca prometi. O instinto levou-me à procura de uma pequena peça, fosse o que fosse, desde que me desse satisfação e prazer. Desta feita não encontrei nada que me agradasse. Paciência. Entrei no recinto da Feira Franca, onde vou há dezenas de anos. Apesar de todas as modificações operadas nos últimos anos, continua a mostrar teimosamente uma velhice resistente a quaisquer liftings ou operações plásticas. No pavilhão das exposições vi logo à entrada um aviso de exposição de pintura do Museu Grão-Vasco sobre Joaquim Lopes. Um cartaz com uma mulher, meio impressionista, atraiu-me com uma força indescritível. Entrei na sala onde pude observar vários quadros a óleo, a pastel e aguarelas que fazem parte do acervo do museu viseense. Nem queria acreditar no que estava a ver, tamanha era a beleza das obras expostas, uma mistura de naturalismo e de impressionismo. Confesso que nunca tinha ouvido falar deste pintor (1886-1956) que foi professor na Escola das Belas Artes do Porto. Seduziu-me particularmente a forma como pintava as diferentes luzes enviadas pelo sol e a sensibilidade com que realçava as paisagens. Tive que adquirir o catálogo, através do qual me apercebi de quem se tratava, o que fez, como fez, como pensou, como se relacionou, como produziu, com quem conviveu e como sofreu. Uma figura notável das nossas artes, que também foi o autor do magnifico painel de azulejos, que me seduz desde que me lembro que existo, e que se encontra no Rossio de Viseu. Mas a mulher, a Mimi, é um encanto. Olho para o quadro e ponho-me a pensar quem seria. Há qualquer coisa de muito especial e que deverá atrair qualquer um. Um enigma para ser descoberto e redescoberto conforme os nossos desejos e emoções, seja o que for que pensemos sobre esta senhora não deverá estar muito longe da realidade.
Partilho esta pequena impressão, porque vem confirmar aquilo que há muito me apercebi. Temos gente genial, artisticamente de um valor difícil de quantificar, somos "donos" de um património de que nos deveríamos honrar, mas não o fazemos, porque os desconhecemos, pelo menos a grande maioria de nós. Conhecemos de cor e salteado nomes de artistas de outros países, indiscutivelmente excelentes, que nos proporcionam prazer e que fazem parte da essência cultural de qualquer um, mas não temos, nem de perto nem de longe, a mesma atitude e carinho pelos nossos. Estou certo de que se fôssemos capazes de criar uma aura idêntica ao redor dos nossos artistas seríamos muito melhores em tudo o que fazemos, ficaríamos mais ricos e o nosso ego atingiria outros patamares com reflexos nas múltiplas atividades que estão na base da grandeza de uma nação. Mas, infelizmente, tal não acontece. É pena, porque temos pessoas verdadeiramente geniais. Só é preciso divulgá-las até à exaustão. Que os responsáveis as promovam e verão que ficaremos mais ricos. Eu, pelo menos, confesso que fiquei.
Vale a pena ver a exposição e adquirir o respetivo livro-catálogo sobre um brande mestre da pintura portuguesa, Joaquim Lopes.