Com pompa e circunstância, e na sequência da inesquecível cerimónia de recepção e vassalagem a Bill Gates, o senhor ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Professor M. Gago, e o chanceler do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Phillip Clay, apareceram juntos numa cerimónia no Centro Cultural de Belém na qual também foram intervenientes o senhor Primeiro-Ministro e o senhor ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho.
Todos os vimos a assinar e trocar uns papéis.
E o governo fez questão de dar a conhecer urbi et orbe que por acção e génio do senhor ministro Professor M. Gago, tinha Portugal sido bafejado pela sorte de um acordo, fechado e inabalável, com o MIT.
Os papéis assinados eram o acordo, preto no branco, entre o governo português e o MIT, que proporcionaria a colaboração científica e tecnológica entre esta prestigiada instituição e as nossas unversidades e outros centros de investigação.
Aí estava, sorridente, a realidade do choque tecnológico na sua mais alta tensão. E o desmentido de que o ministro, afinal, amava o MIT contra tudo quanto jovens académicos roídos de inveja e ambição, apregoavam.
Mas vale a pena ler o que na publicação do MIT, "The Tech" se escrevia sobre o assunto escassos quatro dias depois da cerimónia, a partir do depoimento de Phillip Clay:
«MIT is considering entering into science and technology cooperation with the nation of Portugal, but has not made any final decisions regarding the issue, said Chancellor Phillip L. Clay PhD '75.
Clay's stance contrasted with a Reuters report Saturday that said an accord had been signed. "The report is misleading," Clay said. "There is not an accord," and the Reuters announcement was premature, he said.
Over the next four to five months, MIT faculty will study the possibility of the collaboration before reaching a final decision. Clay emphasized that currently, MIT and Portugal share only mutual interest in exploring possibilities for collaboration.
The level of consideration MIT is giving to the pairing with Portugal is not unusual. "We get invitations [for collaborations] every week," Clay said. MIT first assesses possible areas where collaboration could be mutually beneficial. If sufficient interest arises from the faculty, typically a small team of professors would then meet officials from the foreign entity to flesh out the scope and nature of the collaboration.Professor Daniel Roos '61 of the Engineering Systems Division will lead MIT's assessment of possible collaborations with Portugal, Clay said».
The Tech, vol. 126, Fevereiro de 2006
"Misleading" and "premature"...
Sou obrigado a reconhecer: é excelente a central de informação deste Governo!
2 comentários:
Isso parece-me maldade, Ferreira d'Almeida, é só uma questão de grau :)
Meu caro Reis Soares, estou de pleno de acordo com a sua discordância ;)
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