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terça-feira, 2 de janeiro de 2007

O fim de uma ilusão

O governo espanhol pôs termo aos "contactos" com o grupo separatista basco ETA, anunciou hoje em conferência de imprensa o ministro da Administração Interna de Espanha, Alfredo Perez Rubalcaba.
Ponto final numa ilusão. A de pensar que quem sempre utilizou o terror para impor os seus pontos de vista, quem demonstrou vezes e vezes sem conta desprezar a vida humana, quem sacrificou gratuitamente e sem hesitações nem arrependimento a vida de inocentes, poderia ser digno de confiança. Só os tolos admitem negociar com quem não merece confiança.
Com o terrorismo não se negoceia. Eis um princípio que até hoje não viu contestada a sua validade. Pelo contrário. O atentado de Barajas só veio afinal confirmá-lo.

Que dirão hoje os nossos ilustres concidadãos (lembram-se de algum?) que aplaudiram entusiasticamente a decisão do PSOE de por o governo espanhol a negociar com o terrorismo da ETA?

3 comentários:

Tonibler disse...

Terrorista é uma questão de perspectiva. Ainda ontem lia quem chamasse terrorista aos anti-fascistas chilenos que foram mortos por Pinochet.

Eu não aplaudi porque seria dificil, mas concordei com a iniciativa. Se, na perspectiva ETA, não fossem terroristas, a algum acordo teriam chegado. Mas isso só se poderia ter chegado( as autoridades espanholas ) à conclusão agora. Porque acordos com exércitos de libertação (na perspectiva ETA) já se fizeram dezenas na história.

Suzana Toscano disse...

Libertação de quê, caro Tonibler? Nesta caso, claro.

Tonibler disse...

Se a ETA tivesse de si a opinião de que é um exército de libertação, veria um acordo como um caminho natural da luta. Não viu. Mas isso dependeu só deles, não das autoridades espanholas (acho...). Estas agiram bem e não vejo onde é que perderam por terem agido assim e, se tivessem acertado, tinham ganho bastante.

Claro que tudo isto parte do pressuposto que os atentados recentes foram responsabilidade da ETA. O 11 de Março tb começou por ser culpa deles...