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domingo, 26 de agosto de 2007

Postais de férias I

Ao jantar, num bom restaurante. Na mesa em frente, dois casais de jovens ingleses, um com um filho num carrinho de bebé, o outro com dois, uma miúda dos seus quatro anos, o irmão mais pequenino, sentado à mesa, em cadeira apropriada. O petiz ia sugando calmamente um biberon de leite. Terminado o biberon, foi presenteado com uma taça de gelado. Aí, o petiz revelou-se um mestre experimentado. Apesar de dominar mal a colher e e de pegar na taça da forma mais desconjuntada que imaginar se possa, nunca a deixou cair, apesar de momentos de equilíbrio deveras instável. Em duas penadas, deu conta do recado, feito notável, para mais sem qualquer apoio paterno ou materno nos transes mais difíceis. Acabado o gelado, a mãe sentou-o no carrinho, pediu um copo de leite, encheu o biberon e deu-o ao miúdo. Num ápice, o biberon rebolou pelo chão com algum estrondo e esparramando leite. A mãe levantou-se, limpou o chão com um guardapo e tornou a dar o biberon ao miúdo, sem qualquer preocupação de limpar a "chucha". Mal o teve na boca, o biberon voltou de imediato ao sobrado, espalhando mais um pouco de leite. Repetiu-se a cena várias vezes. O chão ficou sempre impecavelmente limpo. A "chucha", essa, devia ser de material auto lavável, já que nunca foi limpa!...Ou então os ingleses consideram-nos tanto e até acham o nosso território tão liofilizado que alguma eventual impureza pode ser assimilada, sem qualquer dano, pela sua descendência!...

3 comentários:

Massano Cardoso disse...

O puto é danado! "Sabe escolher o que lhe sabe melhor".
Quanto à limpeza do chão pela mãe é um sinal de boa educação.
O facto de não limpar a chupeta deverá fazer parte da técnica de "não excessiva higienização" responsável pelo aumento da prevalência, por exemplo, da asma. O puto pode apanhar alguma infecçãozita (o risco não é muito grande), mas, entretanto, vai estimulando o seu sistema imunitário, prevenindo certas doenças.
Em síntese: 1. Puto espertalhão; 2. Mãe cuidadosa e respeitadora; 3. Contributo para evitar uma “excessiva higienização”, isto, porque os chãos portugueses de liofilizados não tem nada…

Suzana Toscano disse...

Pois, como diz o povo, "vai ganhando resistência". É por isso que ninguém compreende o zelo da ASAE quando quer acabar com as sardinhas assadas e as bolas de berlim...

Bartolomeu disse...

Caro Dr. Pinho Cardão, o solo Luso é sagrado. Porto Calis, Porto do Cálix, Porto do Graal. Local por onde entrou o Cálice que recebeu o Sangue de Cristo. Se o restauante onde a cena que refere se situa em Sintra, mais motivos ainda encontram os casais ingleses para não se preocuparem. Aliás, em minha opinião eles até deveriam beijar o chão à entrada da Periquita, por exemplo, para não profanarem o sabor conventual daquelas nozes. Hummmm, começo a salivar. Assim como lá mais para as terras de Colares... vou proferir algo que me vai valer a beatificação de ceretezinha... Se aquela gente "Ingalesa" enchesse os biberons aos "litle kid's" com o belo do Colares, branco geladinho, ia ver se os miudos deitávam o biberon ao chão (!?)
Era o deitávas, nem sobrava gota. era ver a família toda agarrada ao biberon.
Pronto, chega de blasfémia.
Blasfémia pois claro, que o belíssimo Colares não é para se desperdiçar com esses descendentes do Duque de Wellington. Só porque veio cá correr com os Napoleães, não lhes dá o direito de nos desbravarem os nectar, ele são os Porto,os Moscateis, os Malvazia Madeirense e também os Colares?
Isso é que era...
:)))