Vagueei mais uma vez pela Itália. As cidades italianas são um verdadeiro espectáculo das artes.
A Cartuxa (Certosa) de Pavia é um monumento impressionante de arquitectura gótica e renascentista (levou 200 anos a construir), a que as estátuas, os retábulos, os altares, os frescos, a ornamentação em pedra dura, toda a decoração, do chão ao tecto, trazem a harmonia que faz um conjunto de rara beleza.
Numa das alas laterais, e bem lançada, a fachada que abriga as instalações da exploração agrícola que servia de base à sobrevivência do convento. Na outra, a fachada que abriga o enorme claustro, rodeado pelas celas, verdadeiros apartamentos, cada um com a sua chaminé ricamente trabalhada, em que os monges fazem solitariamente a sua vida. Aí se encontra também a loja do mosteiro, em que é possível encontrar uma série inesgotável de produtos naturais, fabricados pelos monges, para todas as doenças possíveis, bem como outros para as provocarem, como licores diversos e chocolates. Produção integrada, pois, e toda com o devido rótulo de Cartuxa de Pavia.
Perguntei se os chocolates, também devidamente rotulados, eram mesmo feitos no local. Um dos irmãos, e eram 3 ou 4 na loja, respondeu-me que não, que eram feitos pelos “fratelli di Roma”, uma cartuxa porventura menos conhecida. Pelo que concluí que, não só as técnicas de marketing, como a deslocalização da produção, também já chegaram aos Conventos da Cartuxa.
Também perguntei quantos monges viviam na Cartuxa. Doze, e somos suficientes!...foi a resposta, creio que bem humorada, de um “irmão” falador e bem disposto.
E eu pensei como é que é possível andar bem disposto com o programa diário a que os monges se obrigam, só explicável por uma natureza humana tão una na sua essência, como diversa nos seus predicados. Um horário impressionante, como a seguir se pode ver.
18h 45m-recitação de oração e recolher
22h 45m-1ª alvorada, recitação do Ofício de Nossa Senhora e oração na cela
23h30m- meditação na igreja e cantar do Ofício
01h 30m- retorno à cela, oração individual e deitar
05h 45m- 2ª alvorada, recitação na igreja do Ofício e leitura na cela
07h 00m- missa e canto conventual na igreja, seguido de oração na cela, de leituras espirituais e de estudo das ciências sagradas.
10h 30m- oração, almoço e trabalhos manuais
13h 30m- oração e trabalho manual
16h 00m- jantar, que consiste geralmente de pão e vinho diluído. Oração
17h 00m- oração na igreja, recolher à cela e oração individual
18h 45m-recitação de oração e recolher
Querem experimentar? Há muita vaga!...A Cartuxa (Certosa) de Pavia é um monumento impressionante de arquitectura gótica e renascentista (levou 200 anos a construir), a que as estátuas, os retábulos, os altares, os frescos, a ornamentação em pedra dura, toda a decoração, do chão ao tecto, trazem a harmonia que faz um conjunto de rara beleza.
Numa das alas laterais, e bem lançada, a fachada que abriga as instalações da exploração agrícola que servia de base à sobrevivência do convento. Na outra, a fachada que abriga o enorme claustro, rodeado pelas celas, verdadeiros apartamentos, cada um com a sua chaminé ricamente trabalhada, em que os monges fazem solitariamente a sua vida. Aí se encontra também a loja do mosteiro, em que é possível encontrar uma série inesgotável de produtos naturais, fabricados pelos monges, para todas as doenças possíveis, bem como outros para as provocarem, como licores diversos e chocolates. Produção integrada, pois, e toda com o devido rótulo de Cartuxa de Pavia.
Perguntei se os chocolates, também devidamente rotulados, eram mesmo feitos no local. Um dos irmãos, e eram 3 ou 4 na loja, respondeu-me que não, que eram feitos pelos “fratelli di Roma”, uma cartuxa porventura menos conhecida. Pelo que concluí que, não só as técnicas de marketing, como a deslocalização da produção, também já chegaram aos Conventos da Cartuxa.
Também perguntei quantos monges viviam na Cartuxa. Doze, e somos suficientes!...foi a resposta, creio que bem humorada, de um “irmão” falador e bem disposto.
E eu pensei como é que é possível andar bem disposto com o programa diário a que os monges se obrigam, só explicável por uma natureza humana tão una na sua essência, como diversa nos seus predicados. Um horário impressionante, como a seguir se pode ver.
18h 45m-recitação de oração e recolher
22h 45m-1ª alvorada, recitação do Ofício de Nossa Senhora e oração na cela
23h30m- meditação na igreja e cantar do Ofício
01h 30m- retorno à cela, oração individual e deitar
05h 45m- 2ª alvorada, recitação na igreja do Ofício e leitura na cela
07h 00m- missa e canto conventual na igreja, seguido de oração na cela, de leituras espirituais e de estudo das ciências sagradas.
10h 30m- oração, almoço e trabalhos manuais
13h 30m- oração e trabalho manual
16h 00m- jantar, que consiste geralmente de pão e vinho diluído. Oração
17h 00m- oração na igreja, recolher à cela e oração individual
18h 45m-recitação de oração e recolher
9 comentários:
Caro Pinho Cardão
Mas que rico horário de trabalho!
É de dar inveja, não é?
Das 10:30 às 16:00 e, ainda assim, com intervalo para almoço e oração.
A virtude do trabalho é/era para os outros.
Tanto ócio não lhes daria depois para pensar numas travessuras?
É que deve(ia) ser uma "consumição"!
Porque essa coisa da "paz dos anjos" sempre me deixou muitas dúvidas(?)...
Ecelente olhar que nos empresta neste post, caro Dr. Pinho Cardão.
Então... o fratelli da Pavia, respondeu-lhe "que não, que eram feitos pelos “fratelli di Roma”...?, uma cartuxa porventura menos conhecida, ou com mão-de-obra mais barata?
:)))))
Ás tantas, aquela frase curriqueira "Roma e Pavia, não se fizeram num dia", tem alguma coisa a ver com a mão de obra de Roma e a Cartuxa de Pavia. Se a Cartuxa foi construída utilizando a mão-de-obra barata Romana, não me admiro que tenha demorado 200 anos.
Vou investigar se na construção do Panteão Nacional, tambem foi utilizada mão-de-obra Romana.
;)))
Aiiiii! Vaguear por Itália...
Eu também queria vaguear outra vez por Roma, mas vaguear como deve ser. Não é vaguear a correr. «So much to see, and so little time», não dá jeito.
Não sou esquisito. Também não me importava nada de vaguear por Florença.
A inveja é uma coisa muito feia.
Caro Pinho Cardao,
Pois agora e a minha vez de vadiar. Notar-se-a pela falta de acentos e cedilhas. Coloca q.b. sff.
Nao quero interromper a tua admiracao pela vida em clausura mas gostaria que comentasses a discussao do orcamento.
O Santana falou do deficit relativo mas suponho que percebeu mal a cabula que detras lhe passaram e tirou conclusoes ao contrario.
Nao ouvi, li hoje no Publico.
Mas tambem e verdade que os jornalistas se enganam.
Caro rui fonseca:
Regressei no primeiro dia da discussão do orçamento de 2008, mas penso que houve um qualquer engano, pois parece que o debate se centrou no orçamento de 2005. A tal ponto, que o líder do PSD até se esqueceu de fazer as perguntas da praxe.
Mas ontem, pelos vistos, é que era!...
Não sei o que aconteceu, apenas ouvi que o líder do PSD se ausentou imediatamente após a sua oração de sapiência. Não sei se envergonhado, ou se para não ter que agradecer eventuais felicitações por bom desempenho.
Ah e também ouvi que Santana está contra a baixa de impostos.O que significa que o Governo tem mais um aliado e a oposição é aos portugueses.
Como vês, a coisa está a dar motivo para grande ânimo.
Passaram-lhe rascunhos? Tirou a conclusão contrária? Oh Rui, pois não foi Santana que escolheu o "grúpio"?
Tb foi interessante, ouvirmos as breves palavras do PM, aos jornalistas, referindo-se a Santana Lopes, tendo mesmo rematado com o conselho de para a próxima fazer os trabalhos de casa, antes.
Lembrou-me de imediato aquelas conhecidas quadras de António Botto
Mas... gosto mais de fedelhos.
Vou-lhes ao ..
dou-lhes conselhos,
enfim... gosto!
Estou mesmo à espera de ainda ver Socrates a recitar isto no emicíclo e Santana a aplaudir.
«So much to see, and so little time».
Poissss...o meu problema é mais ou menos igual ao do antrhax: é uma falta de tempo do caraças …:)))
Mas esteja o caro Drº Pinho Cardão descansado, porque, depois da forma tão gentil como partilhou esta sua viagem não lhe vou desejar o mal de inveja! Já viu o que seria de si ficar naquele convento, rodeado de doce de abóbora por todos os lados, cumprir aqueles horários malucos, e ainda por cima não ter o 4R? Cruzes!!!
:)))
Canhoto!...
Caro Invisível, com o seu resumo fiquei sem vontade nenhuma de visitar o mosteiro! Mais vale andar aqui a contrariar a "anarquia mansa que nos tolhe" doq ue procurar a utopia nessas condições terríveis!
Caro Anthrax, Florença vale mesmo a pena, isso da falta de tempo é mal visto, trate mas é de por ordem na vidinha e dar lá um salto, olhe que o post do Massano Cardoso é para levar a sério! Andar apé horas a fio de nariz no ar a ver tudo, levantar cedo para ter tempo de não perder pitada e vir embora contariado, olhe que não se faz aos 80!
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