Não falando em razões de trabalho, muitas das minhas viagens são decididas em função dos livros que li e que me deixaram a curiosidade e a vontade de conhecer os sítios e o meio envolvente onde os “dramas” se passavam, em Portugal ou no estrangeiro.
Uma das minhas primeiras viagens, obtida independência económica, foi a ida a Marselha, atraído simplesmente pelo desenho de conhecer a cidade onde se iniciou a acção do fabuloso romance Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, que li na minha juventude, e o Castelo de IF, de cujas muralhas, que serviam de prisão, Edmundo Dantès, mais tarde Monte Cristo, se substituiu na mortalha ao sábio Abade Faria, para ser lançado ao mar e assim escapar aos largos anos de uma condenação injusta.
Uma das minhas primeiras viagens, obtida independência económica, foi a ida a Marselha, atraído simplesmente pelo desenho de conhecer a cidade onde se iniciou a acção do fabuloso romance Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, que li na minha juventude, e o Castelo de IF, de cujas muralhas, que serviam de prisão, Edmundo Dantès, mais tarde Monte Cristo, se substituiu na mortalha ao sábio Abade Faria, para ser lançado ao mar e assim escapar aos largos anos de uma condenação injusta.
Por esse tempo, lia grandes romances, portugueses e estrangeiros. Um dos que li, um livro grossíssimo de umas largas centenas de folhas, e de que não recordo o autor (não, não era a obra de Shaskspeare), versava a história romanceada de Romeu e Julieta, em que se descrevia todo o bulício e ambiente de Verona do século XVI, as lutas das famílias poderosas, o trabalho sacrificado do povo, os amores correspondidos e traídos, a lealdade dos criados, as traições dos iguais. Apesar de já ter andado perto, foi agora a primeira vez que estive em Verona. Estava lá intacta, a Verona que vi descrita no livro: a rua principal, a praça da erva, a praça dos senhores, os palácios, as igrejas, a arena, a ponte scaligero, o castelo velho, a casa dos Capuletos e a varanda da qual a Julieta correspondia aos amores de Romeu, até o local onde Julieta, dada como morta, depois de uma bebida que lhe suspendia as funções vitais por uma horas, para fugir à família, foi “sepultada”, e de onde foi libertada “in extremis” pelo amado Romeu, após peripécias de enorme suspense que retardavam a sua chegada e quase implicaram a morte certa de Julieta. Aqui, o romance desviava-se da peça, pois nem Romeu bebeu o veneno, nem Julieta sacou da adaga e se suicidou, pois até viveram juntos e muito felizes.
Verona encantou-me, pelo ambiente, pela preservação da cidade, pelos monumentos, pelo movimento e cor. E fez-me recuar muitos e muitos anos, o que é sempre bom e saudável.
Verona encantou-me, pelo ambiente, pela preservação da cidade, pelos monumentos, pelo movimento e cor. E fez-me recuar muitos e muitos anos, o que é sempre bom e saudável.
3 comentários:
E ainda ha quem considere impossível viajar no tempo...
Um belo roteiro, para seguir à risca...
Depois de viajar nas páginas do livros, o meu amigo meteu pés a caminho! Assim, deu nova vida a esses belos romances na sua imaginação,é como se passasse a conhecer "pessoalmente" os heróis!Belo texto, gostei muito.
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