Começou ontem em Lisboa a Cimeira da Juventude África Europa, uma iniciativa das associações juvenis de dezenas de países dos dois continentes que, com o apoio do Conselho da Europa, conseguiu reunir 270 jovens escolhidos num longo processo de consultas a nível nacional e regional. As conclusões desta Cimeira de jovens serão apresentadas na Cimeira EU-África de Chefes de Estado e do Governo.
É muito interessante ver como os movimentos juvenis foram capazes de se organizar e mobilizar para debater os grandes temas do futuro próximo, assumidos como problemas que têm que ser resolvidos de forma solidária e articulada. Imigração ilegal, direitos humanos, ambiente, conflitos e paz, educação, entre outros, são trazidos à relflexão comum, deixando de haver dedos acusadores para passar a haver responsabilidades partilhadas, com toda a mudança que tal implica no modo de equacionar as questões e na legitimidade para intervir ou se fazer ouvir.
A crescente mobilidade e as formas de comunicação e informação que hoje existem, e que são já parte integrante da vivência dos mais jovens, tinha que se reflectir também na sua forma de fazer política e olhar o mundo. Enquanto uns se queixam de falta de expectativas e olham temerosos as “revoluções” mais ou menos pacíficas que carregam de nuvens o horizonte, estes jovens quiseram dizer, alto e bom som, que se importam, que querem ser parte da solução, que estão a acompanhar o desenho das políticas do futuro e que, como destinatários, também eles têm uma palavra a dizer.
Alguém se lhes dirigiu ontem como “os líderes do futuro” e certamente muitos de entre eles virão a sê-lo. Porque se preparam, porque se envolvem, porque estão a tecer uma teia de contactos e de compromissos que é tão grande quanto as suas ansiedades e as suas ambições para o mundo em que querem viver.
É difícil ficar indiferente àquela ousadia, à coragem atrevida com que enunciam os problemas e se dispõem a combater as dificuldades.
Não sei se terão êxito quando for a vez de serem eles a decidir. Mas o certo é que, como ontem se viu, alguma coisa - que não vem nas estatísticas nem nos sites oficiais -, já começou a mudar.
É muito interessante ver como os movimentos juvenis foram capazes de se organizar e mobilizar para debater os grandes temas do futuro próximo, assumidos como problemas que têm que ser resolvidos de forma solidária e articulada. Imigração ilegal, direitos humanos, ambiente, conflitos e paz, educação, entre outros, são trazidos à relflexão comum, deixando de haver dedos acusadores para passar a haver responsabilidades partilhadas, com toda a mudança que tal implica no modo de equacionar as questões e na legitimidade para intervir ou se fazer ouvir.
A crescente mobilidade e as formas de comunicação e informação que hoje existem, e que são já parte integrante da vivência dos mais jovens, tinha que se reflectir também na sua forma de fazer política e olhar o mundo. Enquanto uns se queixam de falta de expectativas e olham temerosos as “revoluções” mais ou menos pacíficas que carregam de nuvens o horizonte, estes jovens quiseram dizer, alto e bom som, que se importam, que querem ser parte da solução, que estão a acompanhar o desenho das políticas do futuro e que, como destinatários, também eles têm uma palavra a dizer.
Alguém se lhes dirigiu ontem como “os líderes do futuro” e certamente muitos de entre eles virão a sê-lo. Porque se preparam, porque se envolvem, porque estão a tecer uma teia de contactos e de compromissos que é tão grande quanto as suas ansiedades e as suas ambições para o mundo em que querem viver.
É difícil ficar indiferente àquela ousadia, à coragem atrevida com que enunciam os problemas e se dispõem a combater as dificuldades.
Não sei se terão êxito quando for a vez de serem eles a decidir. Mas o certo é que, como ontem se viu, alguma coisa - que não vem nas estatísticas nem nos sites oficiais -, já começou a mudar.
5 comentários:
"e que, como destinatários, também eles têm uma palavra a dizer."
Cara Drª. Suzana, sabemos sem a precisão que supomos, dos contrastes sociais e que os interesses económicos naqueles países, são detidos nas mãos de uma elite, política e militar.
A intenção legítima dos jovens africanos, com o apoio dos governos europeus, que nunca poderão ser mais que aconselhadores, penso que não tenham a força necessária para impôr novas e diferentes formas de pensar as políticas e as economias específicas dos países africanos.
Porém, aqueles jovens, que eu acredito não tenham sido escolhidos para participar nesta cimeira, devido a uma qualquer simpatia política, são, sem sombra de dúvida o amanhã daquele imenso continente, herdeiros de uma terra, cobiçada pelos paises mais "desenvolvidos", devido aos seus diferentes potenciais.
Ora meus amiguinhos,
Adoro quando colocam os vossos óculos cor-de-rosinha. O mundo fica, sem dúvida, um lugar bem melhor. :)
De qualquer forma, eu também concordo que muitos deles serão os líderes de amanhã. Não porque se envolvam, não porque sejam os herdeiros da terra mas, simplesmente, porque eles podem e o resto não. É uma espécie de selecção natural.
É claro que isto não é necessariamente negativo, mesmo que dito desta maneira pareça.
Cara Drª Suzana:
O intercambio de conhecimentos assim como as abordagens aos diversos temas enunciados neste post, afigura-se constituir matéria importante para a formação dos jovens participantes.
Nós europeus sabemos dos défices dos líderes africanos e o quão importante é a formação dos futuros líderes. Talvez estes encontros melhorem as qualidades políticas e humanas daqueles que vão num futuro próximo fazer parte daqueles governos.
Contudo, os ecos que sempre nos chegam de África, levam-nos a desconfiar destes “escolhidos”, e somos tentados a presumir que a escolha recaiu sobre aqueles que se identificam com a actual forma de fazer política, por aquelas bandas.
Mas isto não significa, obviamente, que as coisas não mudem…
Sem quere ser mal-educado, assumo o meu desconforto com essa cimeira dos jovens... só espero que entre estes jovens não estejam os líderes do futuro.
Os jovens que têm tempo, conhecimentos e dinheiro para estas conferências, não têm de suar as estopinhas para acabar o ensino secundário, tirar um curso, arranjar um emprego.
Há dias, vi na televisão um filme já com 25 anos, "Missing". Achei interessante a evolução do pensamento do pai ao longo do filme. Se não fosse a morte do filho continuaria a ver o mundo do seu sofá na sala em frente à TV. Quando mergulhou na realidade e a cheirou, sentiu, percepcionou deu-se a rotura na sua visão do mundo.
Estes jovens que não vivem a vida dos jovens desempregados, como é que do alto dos seus cadeirões de conferencistas sabem o que é a realidade. Naqueles cadeirões, demonstra-se, por A mais B, que a água do mar é doce, ponto.
O pior é que quando se vai à realidade, ela é salgada.
Então quando ontem, na rádio, no noticiário da meia-noite, ouvi falar uma das conferencistas...
Caros comentadores, mesmo admitindo os tais óculos cor de rosa de que fala o caro Anthrax, e sendo certo que os que chegam a estes encontros e podem participar são certamente os que mais podem, ainda assim não creio que se deva desvalorizar. Primeiro, porque para realizar uma coisa destas é preciso querer muito, trabalhar muito, vencer e ter consciência da quantidade de obstáculos que cada país tem, como +e diferente viver cá e ir a qualquer ponto do globo ou viver em África e chegar cá. Depois, porque o conhecimento mútuo que estes jovens vão ter lhes dá uma visão das coisas muito mais séria e realista, o que aprenderem vai certamente pesar nas suas decisões quando forem eles a mandar. O mundo não se pode mudar de repente, passar do mau para o óptimo onde todos têm as mesmas oportunidades e estudar com o mesmo nível de qualidade. Mas, se a pouco e pouco, forem tentando, já é um avanço, é bem melhor do que encarar com cepticismo o que quer que seja que se faça, só porque ainda não se consegue o modelo que todos gostaríamos de ver. talvez a diferença entre estes jovens e nós, que os olhamos com alguma dúvida, seja isso mesmo, a capacidade de ainda acreditar que, se fizermos alguma coisa, isso pode fazer a diferença. Foi por isso que os admirei, mesmo com todas as reticências que se possam levantar.
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