As descobertas e conquistas na área da ciência deslumbram qualquer um. Cada dia que passa surgem novidades. Face a esta revolução, muitos ensaístas entretêm-se, e entretém-nos, com as suas previsões e especulações para o futuro próximo. Estamos a falar dos novos futurologistas que não tem nada a ver com as crises diarreicas verificadas na rentável profissão de astrólogos que aproveitam o fim de ano e advento do novo para venderem as suas previsões.
Ray Hammond é um deles. No seu ensaio, The World 2030, prevê várias e curiosas conquistas. Vamos viver mais anos, a substituição de órgãos far-se-á por rotina, a robótica resolverá muitos problemas, o uso de chips localizará qualquer um em qualquer momento e em qualquer lado (às tantas desde estar no trabalho, na casa de banho ou da amante), ou mesmo avisar que o órgão x ou y está em sofrimento, ou que está a ultrapassar o limiar de risco face ao seu comportamento; as comidas serão produzidas à sua medida, e de acordo com as suas necessidades, os meios tecnológicos acelerar-se-ão a um ritmo 500 vezes superior ao verificado nos nossos dias, as casas poderão ser flutuantes (já estou a ver as dores de cabeça do carteiro), muitas doenças incuráveis deixarão de o ser, à nascença poderemos escolher quais os tipos de doença que queremos prevenir e quantos anos queremos viver (!), enfim, apenas algumas preciosidades para uma população de 8 mil a 9 mil milhões de pessoas. O problema é que a quase totalidade das 8 ou 9 mil milhões de pessoas não irão, nem de perto nem de longe, usufruir destas ou parecidas conquistas.
Um dos aspectos que mais destoa na futurologia destes sonhadores é o agravamento das desigualdades sociais. Ou seja, a fome, a injustiça, a miséria, o fanatismo, a discriminação e quaisquer outras formas de desigualdade social irão continuar e provavelmente até a agravar-se. Sendo assim, como é possível falar de progresso? Mesmo os que poderão beneficiar de muitas dessas conquistas irão sentir a sua liberdade comprometida e provavelmente desejariam regressar aos “velhos bons tempos”. De qualquer modo, o fosso que começa a escavar-se entre os dois grupos de seres humanos irá sofrer um forte agravamento que, quem sabe, poderá possibilitar o aparecimento de uma nova espécie, dependente das novas tecnologias. Não esquecer que, de acordo com estudos recentes, as alterações evolutivas ocorrem, afinal, a um ritmo muito superior ao que se esperava. Sendo assim, se houver discrepâncias nos acessos às conquistas tecnológicas, não será disparatado concluir pela hipótese de aparecimento de uma nova espécie, a não ser que a “velhinha”, a nossa, sofredora e miserável para mal dos seus pecados, possa revoltar-se e impedir um novo “acto de criação”...
Ray Hammond é um deles. No seu ensaio, The World 2030, prevê várias e curiosas conquistas. Vamos viver mais anos, a substituição de órgãos far-se-á por rotina, a robótica resolverá muitos problemas, o uso de chips localizará qualquer um em qualquer momento e em qualquer lado (às tantas desde estar no trabalho, na casa de banho ou da amante), ou mesmo avisar que o órgão x ou y está em sofrimento, ou que está a ultrapassar o limiar de risco face ao seu comportamento; as comidas serão produzidas à sua medida, e de acordo com as suas necessidades, os meios tecnológicos acelerar-se-ão a um ritmo 500 vezes superior ao verificado nos nossos dias, as casas poderão ser flutuantes (já estou a ver as dores de cabeça do carteiro), muitas doenças incuráveis deixarão de o ser, à nascença poderemos escolher quais os tipos de doença que queremos prevenir e quantos anos queremos viver (!), enfim, apenas algumas preciosidades para uma população de 8 mil a 9 mil milhões de pessoas. O problema é que a quase totalidade das 8 ou 9 mil milhões de pessoas não irão, nem de perto nem de longe, usufruir destas ou parecidas conquistas.
Um dos aspectos que mais destoa na futurologia destes sonhadores é o agravamento das desigualdades sociais. Ou seja, a fome, a injustiça, a miséria, o fanatismo, a discriminação e quaisquer outras formas de desigualdade social irão continuar e provavelmente até a agravar-se. Sendo assim, como é possível falar de progresso? Mesmo os que poderão beneficiar de muitas dessas conquistas irão sentir a sua liberdade comprometida e provavelmente desejariam regressar aos “velhos bons tempos”. De qualquer modo, o fosso que começa a escavar-se entre os dois grupos de seres humanos irá sofrer um forte agravamento que, quem sabe, poderá possibilitar o aparecimento de uma nova espécie, dependente das novas tecnologias. Não esquecer que, de acordo com estudos recentes, as alterações evolutivas ocorrem, afinal, a um ritmo muito superior ao que se esperava. Sendo assim, se houver discrepâncias nos acessos às conquistas tecnológicas, não será disparatado concluir pela hipótese de aparecimento de uma nova espécie, a não ser que a “velhinha”, a nossa, sofredora e miserável para mal dos seus pecados, possa revoltar-se e impedir um novo “acto de criação”...
4 comentários:
Caro Professor Massano Cardoso:
Eu acredito!
Acredito que o futuro (só não sei se o de 2030), será tudo o que nos relata!
Acredito também que nem todos terão acesso, por inteiro, ao pacote da longevidade mas, tal como hoje, as sobras de uns aproveitam a outros; assim todos terão o pacote de acordo com a sua bolsa.
Nesse futuro, provavelmente, alguns de nós ainda “mexeremos”; por isso, o melhor é constituirmos desde já um aforro que nos garanta, pelo menos, substituir aquele “acessório” que dizem os mais velhos, morre antes de nós próprios!
O problema é, em que divisa constituir o aforro: em dólares ou euros!?
Essa do "acessório" é muito boa!
Quanto à divisa, o melhor é perguntar aos nossos economistas do blog. Não me admiraria que dissessem que os dólares seriam melhores, do Zimbabué claro!
Concordando inteiramente com as "profecias" do caro Professor Massano Cardoso e seguindo o raciocínio do caro Invisível, eu penso que quem pretenda realmente acautelar a funcionalidade para daqui a 30 anos, bastando-lhe para isso que substitua o "acessório", o mais sensato será construir o aforro em comestíveis. Ou muito me engano, ou daqui a 30 anos irão ter maior valor, meia-duzia de tomates, que um cento de "acessórios", mesmo que funcionais.
Também acredito que seja mais ou menos assim, de resto, se compararmos com o que era há 100 ou 200 anos, já é assim hoje! Falta agora saber o que se vai fazer com tanta longevidade, com tanta tecnologia, como é que vão viver as pessoas com 150 anos de idade, com chips para se saber onde vão, com alarmes quando a célulazinha má começa a dar sinais, provavelmente com leitores de pensamentos espalhados nas esquinas dos prédios e todos vestidos com fatos imaculados, sem bactérias por causa das contaminações. Outro dia vi de novo o filme do Super Homem, com o Christopher Reevee, e o planeta Krypton era assim, tudo branco e gelado, as pessoas pareciam robots e eram donas de uma sabedoria imensa que só não os impediu de...se autodestruirem.Estou umm bocado negativa, eu sei,no Ano Novo já vou ver as coisas de outra maneira.
Enviar um comentário