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segunda-feira, 11 de agosto de 2008

À gravata devemos parte do aquecimento global


A imprensa revela outra verdade inconveniente que nos vem directamente da ONU - o contributo da gravata para as mudanças climáticas.
Espera-se que o governo português vá a tempo de considerar esta descoberta. É que aprovou recentemente uma proposta de Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (não sei se ainda está em discussão pública), uma espécie de repositório de meritórias medidas para obter menores consumos de energia na indústria, nos transportes, em casa ou no escritório. Apesar de não se ter esquecido dos comportamentos individuais cuja soma é garante de muita poupança mas sobretudo porque é do enraizamento de novos hábitos que se faz a sustentabilidade, olvidou a medida mais radical alguma vez assumida contra as alterações climáticas - o fim da gravata.
Sim. O fim da gravata foi já decretado por Ban Ki-moon, o Secretário-Geral da ONU que lançou a "Cool UN", apelando a quem visite a sede das NU que não use essa peça de vestuário masculino que de vez em quando, segundo os ditâmes da moda, seduz também o outro género.
A ideia é reduzir o recurso ao ar condicionado, e a medida, só por si, permitirá poupar qualquer coisa como 66 mil euros por mês, evitando a emissão de 300 toneladas de dióxido de carbono. Um milhão de euros por ano, mais coisa menos coisa, o equivalente a uns bons barris de petróleo.

À atenção, pois, do ministro da economia e do seu colega do ambiente que devem desde já sugerir uma poupança nas reuniões dos conselhos de ministros, decidindo, em pertinente e formal resolução (como outrora com a substituição das garrafas de água de plástico pelas mais ecológicas feitas de vidro), que o colégio passe a reunir de t-shirt no verão e de camisolão no inverno.

Próxima etapa das verdades inconvenientes: a oficial descoberta de que a mini-saia permite poupar ainda mais energia do que a abolição da gravata. Aliás, o Governo já encomendou ao LNEC (muito desaproveitado nestes últimos tempos) um estudo para calcular a quantos barris de petróleo equivale tal medida, uma das que será certamente bem aceite por parte da população.

7 comentários:

Tonibler disse...

Sim e essa descoberta permitirá o aproveitamento de uma nova forma de bioenergia, o que poderá levar o ministro da economia a propôr a construção de centrais desta nova forma de produção energética que, desde já, aplaudimos!

jotaC disse...

Já estou a imaginar o Engº Mário Lino de capacete de estaleiro enfiado na cabeça, com um palito na boca e vestido com uma t-shirt branca cavada, a explicar aos pares os benefícios para o país da construção de um aeroporto em cada capital de distrito!…
Com tanta eficiência energética, eu cá vou dar ordem de venda das minhas acções da Galp...

Vítor Reis disse...

Caramba!
É só regressar à nossa glória colonial e usar a roupa dos trópicos.
Viva a balalaica... sempre sem gravata!

Carlos Monteiro disse...

Meus caros, meus caros, não desdenhem. Se serve como medida credibilizadora de tal decisão, informo-vos que a SONY já adoptou também a medida em todos os seus escritórios, ao nível mundial.

Tonibler disse...

Das mini-saias??

jotaC disse...

Se estes países ricos estão a tomar medidas tão “severas” em nome da eficiência energética eu acho que o engº Sócrates ainda regulamenta o nudismo para a função pública…
Eu cá por mim até fico na maior…sou naturista há muitos anos ali na praia do Mekú!

Suzana Toscano disse...

Nada de exageros, talvez fosse mais eficaz reduzir o número de conselhos de ministros, ou mesmo o número de Ministros,e proibir debates acalorados...