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sábado, 21 de março de 2009

Aurora

Rebatizaram a menina de dez anos com o nome de Aurora, o nome da deusa da madrugada, a deusa de “róseos dedos”, a condutora da carruagem que cruza o céu, anunciando o nascer de um novo dia ao abrir as portas ao seu irmão Hélios.
Mas para a Aurora em questão a vida iniciou-se não com o encanto do nascer do sol ou de uma suave Primavera mas com a brutal gravidez e os maus-tratos. No hospital, onde não se fazem abortos e em que a quase totalidade dos clínicos é objetor de consciência, foi tomada a decisão de interromper o pesadelo da criança, mesmo para além dos limites impostos pela atual lei. Conscientes do ato, pediram ao tribunal a exclusão de ilicitude do aborto. O juiz respondeu em tempo recorde colocando nas mãos dos médicos a decisão, ou seja, passou a vigorar apenas o critério clínico. Sábia decisão a dos intervenientes ao respeitar a “lei do humanismo”, sobrepondo-se a outras “leis”.
Aurora chora. Aurora não deve chorar, porque Aurora é símbolo da esperança, da beleza e da felicidade materializada no despertar de cada madrugada. Aurora merece uma verdadeira aurora.
A minha homenagem a todos os que participaram na humana decisão de ajudar a Aurora.

2 comentários:

Lusibero disse...

SEM DúVIDA,MEU CARO PROFESSOR.NOUTRO POST; JÁ TIVE OPORTUNIDADE DE TER A MESMA OBRIGAÇÃO MORAL:A SAUDAÇÃO,DEPOIS DA EXCOMUNHAO!

Unknown disse...

Forte.
Parabéns