Mário Crespo durante a mesa redonda para debate da entrevista do Primeiro Ministro: "Vamos agora voltar aos corredores da SIC para o ver qual dos três Engenheiros Sócrates é que vai sair da sala de maquilhagem".
Pareceu-me completamente bizarro e despropositada a sugestão (ou terá sido pedido ou, pelo contrário, imposição?) da Comissão Política do PS ao seu Secretário-Geral para que apresentasse maior humildade na comunicação com os cidadãos como Primeiro Ministro. De um PM não se suporta arrogância, mas também não se espera humildade. Pensei que o resultado desta tentativa de mudança de estilo fosse nulo, mas, pior do que isso, foi deploravelmente postiço. Bastou-me ver uns segundos da entrevista de José Sócrates a Ana Lourenço para achar insuportável a sua voz molenga e arrastada, como a pedir licença para falar, quase a imitar o Ricardo de Araújo Pereira a imitá-lo, tentando fazer um ar humilde, mas a dizer a mesma cassette do costume. Não consegui continuar a ver. Afinal, pelo que vi e li de declarações do PM, pode ter tentado mudar o estilo de comunicação, mas o espírito, as políticas, as ideias continuam exactamente as mesmas e isso é que o povo português, que não é parvo, não suporta.
Ontem na entrevista de José Sócrates à SIC pudemos ver a diferença do tom e da forma como falou, entre esta entrevista e a que deu à RTP em Abril.
A diferença de tratamento que o PM teve para com Ana Lourenço, em comparação com Judite de Sousa foi abissal. Tratou a jornalista com delicadeza, simpatia e compreensão. Em Abril tinha chamado ignorante (entre outras coisas) a Judite de Sousa.
Como se esperava Sócrates tentou mudar de personalidade "parte-se-me o coração ao saber que o BPP mentiu aos clientes que lá tinham as poupanças de uma vida". Só que o disfarce de homem humilde, suave e modesto caiu quando Sócrates falou do défice das contas públicas: "se perguntar qual foi o primeiro-ministro... ou melhor, esta pergunta seria muito imodesta, qual foi o período em que o défice foi menor..."
A propósito da crise económica e financeira, Sócrates volta a falar dos EUA, da Rússia e... da Irlanda (coitada da Irlanda que está sempre a ser massacrada por este Governo). Sócrates é o melhor líder da oposição na Irlanda. Mais uma vez lhe digo, com o mal dos outros posso eu bem.
Falando de assuntos que me é caro, o PM disse que melhoramos os resultados escolares. Pudera !! Nestas semanas de exames nacionais, ouve-se os alunos dizer que os exames são fáceis. Nunca, em tempo algum, se viu alunos dizer que as provas específicas, de aferição, etc. fossem fáceis. Porque de facto não o eram, não poderiam ser porque tinham de ser exigentes.
Para finalizar, Sócrates disse que "o problema do país é termos partidos e políticos que fazem uma coisa no governo e o contrário na oposição". Pois é, tem toda a razão, mas será que lhe terei de relembrar o que disse aqui? pois... olhem para o que eu digo, não para o que eu faço.
8 comentários:
Em pele de cordeiro
elegantemente vestido,
ilude o povo ordeiro
que tem sido deglutido.
Com o espírito libertino
à espera da redenção,
tamanho é o desatino
da sua (des)governação.
Por puro oportunismo
para uns votos conquistar,
tremendo é o cinismo
para o mexilhão barafustar!
Não acredito! Ele disse isso?
Mário Crespo subestimou a capacidade do engenheiro, o que eu vi sair da sala foi uma madalena arrependida...
Pareceu-me completamente bizarro e despropositada a sugestão (ou terá sido pedido ou, pelo contrário, imposição?) da Comissão Política do PS ao seu Secretário-Geral para que apresentasse maior humildade na comunicação com os cidadãos como Primeiro Ministro. De um PM não se suporta arrogância, mas também não se espera humildade.
Pensei que o resultado desta tentativa de mudança de estilo fosse nulo, mas, pior do que isso, foi deploravelmente postiço. Bastou-me ver uns segundos da entrevista de José Sócrates a Ana Lourenço para achar insuportável a sua voz molenga e arrastada, como a pedir licença para falar, quase a imitar o Ricardo de Araújo Pereira a imitá-lo, tentando fazer um ar humilde, mas a dizer a mesma cassette do costume. Não consegui continuar a ver.
Afinal, pelo que vi e li de declarações do PM, pode ter tentado mudar o estilo de comunicação, mas o espírito, as políticas, as ideias continuam exactamente as mesmas e isso é que o povo português, que não é parvo, não suporta.
Era pior se dissesse "vamos ver se vai sair algum engenheiro da sala de maquilhagem"...
Grande! Grande! Manuel Brás.
Ou então, meu caro Tonibler, "vamos ver se sai a maquilhagem ao senhor Engenheiro"...
Ontem na entrevista de José Sócrates à SIC pudemos ver a diferença do tom e da forma como falou, entre esta entrevista e a que deu à RTP em Abril.
A diferença de tratamento que o PM teve para com Ana Lourenço, em comparação com Judite de Sousa foi abissal. Tratou a jornalista com delicadeza, simpatia e compreensão. Em Abril tinha chamado ignorante (entre outras coisas) a Judite de Sousa.
Como se esperava Sócrates tentou mudar de personalidade "parte-se-me o coração ao saber que o BPP mentiu aos clientes que lá tinham as poupanças de uma vida". Só que o disfarce de homem humilde, suave e modesto caiu quando Sócrates falou do défice das contas públicas: "se perguntar qual foi o primeiro-ministro... ou melhor, esta pergunta seria muito imodesta, qual foi o período em que o défice foi menor..."
A propósito da crise económica e financeira, Sócrates volta a falar dos EUA, da Rússia e... da Irlanda (coitada da Irlanda que está sempre a ser massacrada por este Governo). Sócrates é o melhor líder da oposição na Irlanda. Mais uma vez lhe digo, com o mal dos outros posso eu bem.
Falando de assuntos que me é caro, o PM disse que melhoramos os resultados escolares. Pudera !! Nestas semanas de exames nacionais, ouve-se os alunos dizer que os exames são fáceis. Nunca, em tempo algum, se viu alunos dizer que as provas específicas, de aferição, etc. fossem fáceis. Porque de facto não o eram, não poderiam ser porque tinham de ser exigentes.
Para finalizar, Sócrates disse que "o problema do país é termos partidos e políticos que fazem uma coisa no governo e o contrário na oposição". Pois é, tem toda a razão, mas será que lhe terei de relembrar o que disse aqui? pois... olhem para o que eu digo, não para o que eu faço.
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