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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Proclamam a mesma legalidade!...

O Supremo Guardião da Ética e da Transparência, da Lei, da Ordem e da Virtude viu cair um a um os processos que promoveu contra o seu principal adversário externo, que acusava de conduta insanavelmente viciosa.
Alguém lhe recordou que a sua própria lei e a sua própria ordem que proclamava e queria impor não eram a Lei e a Ordem do país em que vivia. Mas tal conselho nunca poderia ter o seu iluminado acordo e recorreu às instâncias internacionais, confiado que lhe dessem toda a razão. Mais uma vez aí lhe disseram que a sua ética privada e a sua ordem particular não se podiam sobrepor à lei que a todos deve abranger. E sofreu nova e pesada derrota.
Para poder vencer ao menos uma batalha, criou viciosos e libidinosos inimigos internos, acusando-os de lhe quererem usurpar o poder e tomar por dentro a Instituição que dotara das mais excelsas virtudes.
Considerou essa luta a mãe de todas as suas batalhas e usou dos seus mais poderosos artifícios para aniquilar os adversários.
Mais uma vez alguém lhe tornou a recordar que esses artifícios não eram compatíveis com combates leais, onde a ordem e a lei do país deviam imperar e não a lei e a ordem que ele próprio antecipadamente definira. E ordenou-lhe que desistisse.
Mas o Supremo Guardião da Ética e da Transparência, da Lei e da Virtude logo desprezou a Ordem, definindo mais uma vez que a sua própria lei é que deve imperar.
Não está sozinho: tem com ele uma legião imensa de gente que faz da política a sua profissão, que deveria conformar-se com as leis da nação, mas que ainda não tugiu nem mugiu. No final de contas, eles e o Supremo Guardião defendem e proclamam a mesma legalidade!...

8 comentários:

Carlos Monteiro disse...

Isso é sobre as eleições do Benfica, caro Dr.Pinho Cardão?...

Pinho Cardão disse...

Eleições no Benfica? Mas há alguma semelhança, caro CMonteiro?
Pensando melhor, há por lá um grande número de ayatholas a defender que o usurpador é homem impuro e pecador...

Suzana Toscano disse...

Ontem vi por acaso uma criatura desorbitada a insultar e ameaçar tudo o que mexe à sua volta, nem percebi logo do que se tratava mas pensei que é preciso ter estômago para alguém decente se meter a afrontar gente desta. A má moeda a expulsar a boa moeda ou mesmo a moeda menos má... Mas não sei se é só no Benfica, não sei não, por isso este post cabe em muitas interpretações.

Félix Esménio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Félix Esménio disse...

Alegoria, metáfora, parábola? O mistério adensa-se.
O povo perplexo constata: «- Nem ética, nem transparência, nem lei, nem ordem e muito menos virtude.» Aqui, até o objecto social não é mais do que um feixe de interesses pessoais. O povo, embaraçado, enredado, diz: «- Já chega». Tarde de mais, a teia já estava montada e as "aranhas", envolvidas num electrizante festim autofágico, só viam inimigos à volta. No fim, soube-se, eram as suas sombras que as assustavam. Haviam partido os espelhos, pois a sua imagem era insuportavelmente atraente e, sem se poderem confrontar com a realidade, mesmo que virtual, tinham transformado o seu narcisismo num ódio banal, sem nexo. O sujeito passou a ser o objecto e no seu mundo, unidimensional, apenas se enxergava um enorme buraco negro. Toda a energia em volta foi sugada. Nada mais restava senão uma leve memória do magnífico perfume da maresia, quando no infinito do universo ainda havia lugar para o sonho fraternal entre iguais. A esperança renascerá mais forte, mas talvez com menos brilho. Depende dos que vierem, depende de todos nós.

Pinho Cardão disse...

Difícil, caro Félix Esménio.O buraco negro tudo suga. Talvez a utopia permita o sonho da libertação!...

Félix Esménio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Félix Esménio disse...

A alegoria da aranha.

Informação científica:

http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=20&cid=6294&bl=1

O resto é um mero jogo de palavras.