“Poucos meses atrás, confrontados com qualquer sacrifício, por menor que fosse, os gregos teriam recusado: teriam invocado direitos adquiridos, promessas eleitorais e coisas do género. Hoje, preparam-se para perder dois dos catorze meses de salário anual; congelaram os salários da função pública e as pensões de toda a gente até 2012; aumentaram a idade da reforma de 53 para 65 anos; vão subir o IVA para 23%; vão extinguir 800 entidades públicas e privatizar várias empresas públicas … O caos em que caiu a situação financeira do país, as taxas de juro a subirem e o crédito cortado farão fechar muitas empresas, destruirão muitos postos de trabalho, obrigarão à falência de bancos e reduzirão a pó muitos depósitos bancários, porão muita gente na miséria.
O inacreditável é que tudo isto poderia ser evitado…E não venham dizer que a culpa é dos credores, das agências de rating ou da senhora Merkel. Para males destes não pode haver perdão”.
Daniel Bessa, em Tempos de Sofrimento, Expresso de 8/05/10.
O inacreditável é que tudo isto poderia ser evitado…E não venham dizer que a culpa é dos credores, das agências de rating ou da senhora Merkel. Para males destes não pode haver perdão”.
Daniel Bessa, em Tempos de Sofrimento, Expresso de 8/05/10.
Daniel Bessa vem tendo sobre a despesa pública um pensamento de geometria variável. Ainda há pouco tempo o vi defender, na Conferência Anual dos Economistas, o OE para 2010, que prevê mais despesa corrente. Desta vez, está no lugar geométrico certo. Oxalá perdure. Porque nos mostrou, à evidência, o que nos pode acontecer.
4 comentários:
Infelizmente a larga maioria dos nossos economistas, e das academias, acordou muito tarde. Há muito para reflectir, também aqui. O juízo não pode deixar de ser duro para com eles.
É verdade, caro Eduardo F., e por vezes sinto-me perplexo como ilustrados professores universitários catedráticos de economia, negando princípios básicos da ciência económica, podem defender publicamente o que defendem. Caso nas aulas professem os mesmos dislates, só me resta confiar na inteligência dos alunos para lhes não aceitar as teorias.
Mas que eu, simples licenciado, reprovaria liminarmente muito professor face ao que lhes tenho ouvido, remetendo-os para o mercado de trabalho onde, falando menos, teriam que comprovar competência, lá isso é verdade.
Aprecio muito as opiniões do Pinho Cardão e comungo de muitas das ideias aqui expostas. Porém, não gosto que perca tempo com assuntos irrelevantes.
O Daniel Bessa tem um passado público e político suficiente para ninguém lhe dar importância.
Ficar-lhe-ia muito grato se colocasse os Danieis Bessas que por aí andam no baú das velharias. Esqueça-os, não merecem mais do que isso.
Caro Pinho Cardão,
Não acredito que um professor de economia se possa ter enganado. Estes aqui:
http://blogoexisto.blogspot.com/2009/06/o-debate-deve-ser-centrado-em.html
há uns meses não se enganaram....
Um dos primeiros cortes seria acabar com estes cursos de não-saber
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