Um político
seguro de si teria vergonha de apresentar publicamente os compromissos que
ontem Seguro assumiu. É que eles,
ou não alteram uma vírgula da política que tanto criticou, ou são conceitos vazios,
meras palavras sem significado real.
Seguro
criticou o roubo praticado pelo governo ao subir os impostos, mas agora não os diminui,
limita-se a dizer que não os aumenta. Toma assim posse do roubo.
Seguro
criticou a CES, considerou-a mesmo inconstititucional. Mas agora propõe-se mantê-la, embora diga que
a vai anular, usando o vergonhoso sofisma de dizer que acaba com a TSU
dos pensionistas, simulando que uma figura não existente significa o mesmo que
a CES, que existe mesmo. O que era inconstitucional passa rapidamente a
constitucional.
Mas Seguro
compromete-se a "lutar por uma nova agenda para a Europa”. Qual seja, não o diz, foca-se
na “agenda”, termo tão vago que, nele tudo cabendo, acaba por nada caber. E,
sobretudo, agenda que nada resolve no curto prazo que possa aliviar os
portugueses. Claro que empunhará o facho dos eurobonds, mas aí nem agora o camarada Martin
Schulz, Presidente do PE e candidato a Presidente da CE , nem, antes, o camarada
Hollande, já o suportam.
Um compromisso, no
entanto, estou certo que é seguro conseguir, essa façanha de “reduzir para
metade a taxa de abandono na escolaridade obrigatória”. Basta impor à escola a inclusão na perpetuidade e a coisa fica feita. É
bem seguro. E bem asseguradas ficam umas ligeiras infracções disciplinares, género violações de colegas, como vem sendo noticiado, e o compromisso fortalece.
11 comentários:
Dr. Pinho Cardão
Alguém associou as promessas feitas ao canto da sereia. Completamente de acordo.
Cara Margarida:
Não sei se estou de acordo....
Acontece que a sereia seguramente cantava e encantava, enqiuanto estes só gritam, não sabem nem sonham o que seja cantar. Muito menos encantar.
Caro Dr Pinho Cardão,
Mas se é isto que os portugueses querem ouvir, julgo que não se deve criticar os Seguros, mas sim os portugueses.
Caro Luís Barreiro:
Não estou certo de que seja isso que os portugueses querem ouvir. Mais importante, Seguro foi erigido a elite política deste país e nega-se como dirigente se for dirigido, em vez de dirigir e traçar o rumo.
Louvo e apoio o empenho com que, de uma forma absolutamente isenta, o meu estimado amigo, Dr. Pinho Cardão, alerta os incautos (?!) para a demagogia contida nas medidas (80) apresentadas pelo candidato António José Seguro.
Considero importantíssimo que pessoas de bem, de bom carater e com experiência política, abracem abnegadamente a cruzada de salvar aquelas almas demasiado crédulas; incapazes de distinguir um discurso repleto de armadilhas demagógicas, de um outro, sério, verdadeiro, coerente.
Só que, eu (que sou uma besta quadrada) consigo identificar a mentira em cada sílaba proferida por Seguro, mas sou incapaz de, no vasto universo de políticos que nos tentam convencer de que são eles com as suas propostas, os salvadores da pátria; perceber qual de entre tantos, fala verdade. Estaria o meu estimado amigo em condições de me ajudar nesta tarefa? É que, eu gostaria imenso de nas próximas eleições, dar o meu voto ao candidato que, com a convicção soubesse que tudo o que disse em campanha, tinha sido rigorosamente verdade.
Caro Bartolomeu, se está à espera que eu me candidate, tire o cavalo da chuva.
Nem você consegue prometer isso a si próprio, pois governa-se em grupo em grupo. Quem põe as mão no fogo por outro?
Engana-se, caro JPA. Não me governo e evito ser governado. Por isso, tornei-me eremita, divorciei-me da sociedade e do mundo. Sei que existem mas, eles lá e eu cá e se noto que devido a um erro de trajetória, se aproximam demasiado do meu pequeno eremitério, desço a camuflagem e dou-lhes a impressão que aquilo que estão a ver, não passa de um amontoado de pedras toscas.
Caro Bartolomeu, desculpe, o que pretendi dizer é que um Governo é uma equipa, e como tal, mesmo que fosse o líder desse grupo não consegue assegurar que todos sejam sérios.
Problemas da Democracia. Devíamos ter seguido para uma Sinarquia.
Abraço
JPA
É certo o que diz, caro JPA; o governo, é uma equipa. Até podemos defini-lo no seu todo, como uma orquestra. Mas, tanto num caso como no outro, essa equipe ou essa orquestra são dirigidas; não jogam nem tocam de forma aleatória. A verdade também é que, no nossos país, desde que a democracia foi implantada e passou a vigorar em toda a sua plenitude, os sucessivos dirigentes; desportivos ou musicais, têm mentido aos adeptos do desporto e aos melómanos, apresentando-lhes exibições de caca, mas convencendo-os de que assistem a jogos de categoria internacional e a execuções musicais ao nível do Alla Scala, mas poucos são os que percebem que os jogos são entre solteiros e casados e os concertos, são de pandeireta e tamborim. Por isso, tantos aplaudem efusivamente na altura e choram copiosamente, depois.
Há uma lista com 80 medidas?
Ótimo!
O tipo toma posse e governa.
A malta só tem de ter a lista e um lápis à mão e ir pondo um visto em cada uma das medidas cumpridas.
Simples! No final, fazem-se as contas.
É mais provável que Sísifo suba a montanha com a pedra às costas e não deixar que ela volte a rebolar até ao sopé...
Sócrates disse que as dívidas soberanas não são para ser pagas, se lhe tivessem dado mais uns minutos de antena, teria dito certamente que as promessas eleitorais não são para ser cumpridas.
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