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sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Os talentos que podem fazer a diferença...

Numa humanidade tão altamente desenvolvida como é a actual, cada um, por natureza, recebe em dote acesso a muitos talentos. Cada qual tem talento inato, mas só a poucos é dado por nascença e por meio da educação o grau de tenacidade, persistência e energia, para que o indivíduo se torne, realmente, um talento, para que, portanto, venha a ser aquilo que é; ou seja, traduza isso em obras e acções”.
Este pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que mantém a sua actualidade, encerra em si o desafio de sermos capazes de descobrir e gerir os nossos talentos e darmos espaço aos talentos dos outros.
A descoberta dos talentos não é como sabemos automática, antes implicando uma oportunidade ou um ambiente que a favoreça, assim como a exploração dos seus benefícios, não apenas para satisfação de nós próprios mas também em relação aos outros, de quem afinal de contas também dependemos.
Passamos muitas horas das nossas vidas nos locais de emprego, uns a trabalhar com gosto e entusiasmo, outros nem por isso e outros não encontrando qualquer sentido na sua actividade profissional.
Escreve-se pouco em Portugal sobre a gestão das pessoas. Este facto só por si revela um défice de importância que as organizações, sejam elas privadas ou públicas, colocam na gestão dos seus colaboradores.
Tenho lido alguma coisa sobre esta matéria na imprensa estrangeira e em documentação da especialidade e verifica-se que colocam a tónica na necessidade de as organizações investirem mais no lado humano ou consideram que a liderança chave das empresas do século XXI é aquela que descobre e gere os seus talentos ou ainda que sem compromisso trabalhar não faz sentido.
Qualquer destas mensagens não poderia ser mais verdadeira. É qualquer coisa que a nossa intuição e sensibilidade aprova com toda a naturalidade, sem dificuldade. Mas a realidade não é assim.
Com efeito, constatamos em Portugal que no mundo laboral uma grande parte dos trabalhadores sofre de um certo cansaço e de falta de entusiasmo, não se identificando com a missão das suas empresas e não partilhando dos seus valores. Estudos da especialidade apontam para que um número crescente de pessoas se questione sobre o sentido último do seu trabalho e sobre se valerá a pena fazer sacrifícios pela sua organização. E a maioria das empresas não só não demonstram preocupações com o bem estar dos seus colaboradores, como não se interrogam sobre se essa sua atitude não constituirá um obstáculo para que as pessoas possam alcançar uma vida mais equilibrada.
Ora esta cultura não favorece a produtividade. Se é verdade que os gestores dominam o negócio e os respectivos aspectos operacionais, certo é que terão que se esforçar muito mais para envolver emocionalmente os seus colaboradores e os motivar de modo a permitir que cada pessoa explore o seu potencial e dê o melhor de si mesmo. É por aqui que se fará o caminho. A sobrevivência das empresas num mercado cuja ideologia marcante é o crescimento económico a qualquer preço dependerá cada vez mais da sua capacidade de proporcionarem aos seus colaboradores uma realização pessoal, explorando a sua criatividade e o desenvolvimento dos seus talentos.
A produtividade das organizações estará cada vez mais dependente da satisfação e felicidade das pessoas que nelas trabalham. Por isso, a gestão de talentos está a assumir um papel cada vez mais importante nas organizações. A concorrência e a competitividade apostam hoje e no futuro, mais do que nunca, no conhecimento e este não avança sem pensamento criativo. A capacidade de inovar terá uma correlação forte com a descoberta de talentos e a sua tradução em acções e obras.
Como as organizações não se fazem sem pessoas, aquelas que seguirem por esta via serão sustentáveis porque mais responsáveis e terão mais possibilidades de sobreviver! E as pessoas poderão encontrar na componente trabalho um contributo positivo para o seu bem estar e a sua felicidade!

Pequenos mundos dentro do mundo


Sinto sempre um certo deslumbramento quando encontro pequenos mundos dentro do mundo, sítios que não visitávamos mas que têm um código próprio para se estar e para se compreenderem. É por isso que hoje vos falo dos cemitérios, pode parecer uma conversa um tanto tétrica mas dei comigo a pensar nisso.
Sempre olhei os cemitérios com grande distanciamento, pareciam-me lugares desertos, pretensiosos nos seus monumentos, cansativos nos caminhos labirínticos e infinitamente anónimos para lá encontrarmos eco das nossas saudades. Além disso, não acredito na vida eterna e não compreendia o que podia levar as pessoas a fazer romaria até aos restos mortais dos que amaram, para os que têm fé sempre seria mais lógico irem rezar a uma igreja do que junto a um montinho de terra.
Mas uma coisa é a racionalidade e outra a emoção, o instinto ou qualquer impulso indecifrável que nos leva a fazer coisas que a nossa cabeça não reconhece nem determina. Daí que me veja compelida a ir ao cemitério ter com o meu pai de vez em quando, às vezes só porque está um lindo dia, outras porque estou angustiada, outras porque sim e mais nada.
Gosto daquele ritual de ir comprar umas flores à velhota que está em frente ao portão, já ficamos a conversar, já lhe pergunto pelo reumático e ela acaba sempre –“é para o paizinho, não é?” e junta uma gerbera amarela ou uma rosa fresquinha ao ramo que eu escolhi. Gosto de ver as jarras com as flores de plástico e as fotografias amarelecidas, de detectar os sinais de abandono ou o grau de sofrimento que persiste entre a data marcada na pedra e as mil e uma formas de que cada um tem de ir lá dizer que se lembra. Venho sempre apaziguada, apesar de a minha cabeça se perguntar porquê, porquê, não está lá nada, o que eu procuro já não existe, mas só de ver o nome dele e a frase que escolhemos “Com amor” me parece uma confirmação de que ele existiu.
Há dias estava uma velhota a limpar um jazigo, com vassoura, balde e pano, a porta escancarada para o dia luminoso de sol, cantarolava quando eu passei por ela e cumprimentámo-nos com aquela cumplicidade de quem sabe o segredo da outra sem sequer precisar de falar nisso. Andei para cá e para lá, a mudar a água da jarra, compor o ramo, a prolongar os gestos de silêncio e intimidade em que ninguém interfere, até que reparei que a senhora tinha desaparecido, mas a porta do jazigo continuava aberta. Quando espreitei lá para dentro, um pouco a medo, como quem entra em casa alheia, pude ver os folhinhos imaculados a debruar as prateleiras, a moldura areada com a fotografia de um homem jovem e ela, a velhota, sentada numa cadeirinha a fazer renda. Não contive o riso de a ver ali, tão plácida como se estivesse no jardim a ver os patos brincar no lago, e ela riu-se também. –“Sabe, - disse ela – gosto de vir aqui fazer companhia ao meu filho. Falo-lhe de tudo sem abrir a boca, se for para outro lado sinto-me sempre sozinha. Quer provar um pouco do bolo que trago para comer a meio da manhã?” E pronto, ali ficámos um pouco, sem nada para dizer, não era preciso, o bolo era óptimo e eu voltei pelas ruelas labirínticas com a alma renovada.
Não sei se há vida eterna ou não há, parece-me isso bastante indiferente, o paraíso na terra somos nós que o fazemos, o outro logo se vê…

Alqueva já cobre o défice!...

Uma coisa em que José Sócrates é inegavelmente bom é nas grandes encenações, das Cimeiras, à distribuição de quadros interactivos para turmas de figurantes, ou à poderosa magia do controlo das contas públicas.
Eu gostava mais de um Primeiro-Ministro que falasse a verdade aos portugueses, apresentasse os problemas e as soluções e falasse das dificuldades em as atingir, que são reais. Todavia, para o 1º Ministro tudo é um êxito, as medidas tomadas ultrapassaram os objectivos, os insucessos são negados, se o desemprego aumenta, diz que o emprego também, qualquer fracasso é desqualificado face a outro qualquer ganho virtual.
Quando tomou posse, em 2005, Sócrates disse que receitas extraordinárias, jamais!... E mandou reavaliar o défice do ano anterior sem esse tipo de receitas. Em consequência, o défice de 2,9%, em 2004, ajustado das receitas extraordinárias, subiria para 5,2% do PIB. Com outros ajustamentos virtuais do BP na receita e na despesa, fixar-se-ia acima dos 6%.
Em 2005, primeiro ano do governo de Sócrates, sem receitas extraordinárias, o défice foi de 6%, superior aos 5,2% de 2005, e depois de forte aumento de impostos. Inêxito evidente, mas que foi mascarado de sucesso rotundo, com aplauso geral.
Em 2006, o défice oficial foi de 3,9%. No entanto, veio depois a verificar-se, por informação que o Ministério das Finanças foi forçado a dar, que as “receitas extraordinárias” de 2006 ascenderam a mais de 2.121 milhões de euros, equivalendo a 1,4% do PIB. Conclui-se que o défice sem receitas extraordinárias seria de 5,3% do PIB, mais do que em 2004!...O facto foi esquecido e mais um êxito aconteceu!...
O défice de 2007 foi anunciado ser de 3%. Todavia, soube-se agora que este valor só pôde ser atingido mercê da receita extraordinária proveniente da cedência à EDP da exploração da barragem de Alqueva durante 35 anos.
A política de consolidação das contas públicas é um êxito. E sem receitas extraordinárias. Os professores e economistas encartados justificam a magia os comentadores domados aplaudem o mágico!...O "show" vai continuar em crescendo!...Connosco a pagar o espectáculo, com novos e mais impostos!...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Neve dourada!...




Faz hoje 20 anos que, em Tóquio, o FCPorto ganhou, pela primeira vez, a Taça Intercontinental, tornando-se assim Campeão Mundial de Clubes, ao vencer o Peñarol por 2-1.
Num cenário gelado de inverno, com o campo coberto de neve, os jogadores do Porto aqueceram a alma e o coração de muitos portugueses.
Aqui se evoca a equipa que alinhou nesse jogo, constituída por enormes artistas da bola:
Mlynarczyk; João Pinto, Geraldão, Lima Pereira e Inácio; Jaime Magalhães, André, Rui Barros (Quim, 62m) e Sousa; Madjer e Gomes
O treinador era Tomislav Ivic e o resultado 2-1, com golos de Gomes e Madjer, este já no prolongamento.
Homenagem pois aos atletas e ao clube!...
E homenagem também à concorrência do Benfica e do Sporting, sem a qual o Porto nunca seria o que é!...
E esta, hem?

Mulheres na política

Em poucos dias, as páginas dos jornais deram destaque às intervenções de várias mulheres com responsabilidades políticas e em todas encontramos um traço comum – a coragem de ir contra o politicamente correcto.
Na primeira sessão plenária da Cimeira EU-África, Angela Merkel condenou abertamente a situação no Zimbawe, Bielorrússia, Sudão e Birmânia, dizendo que “Não podemos olhar para o lado quando os direitos humanos são pisados seja onde for”, e que “os direitos humanos e boa governação devem ser parte “imprescindíveis” do novo relacionamento entre os dois continentes". Outros o terão dito de várias formas, mas o que é certo é que foram estas as declarações que mais impacto mediático tiveram.
Rama Yade, a jovem secretária de Estado francesa para os Negócios Estrangeiros e Direitos Humanos manifestou publicamente a sua opinião sobre Kadhafi, em entrevista ao jornal “Le Parisien”, dizendo que ele “não pode vir limpar os pés ensanguentados dos seus crimes” e que “a França não pode receber esse beijo da morte”. Foi também ao Senado francês exigir o esclarecimento das suspeitas de fraude nas eleições russas, encontrou-se com os opositores políticos na Tunísia e não perde uma oportunidade para evidenciar que não está na disposição de ficar “em desemprego técnico” quando se quer deixar na sombra a questão dos Direitos Humanos.
Mercedes Cabrera, Ministra da Educação espanhola comentou sem papas na língua os resultados do estudo PISA em Espanha, recusando leituras catastrofistas sem deixar de assumir o muito que ainda há por fazer. Quanto a este ponto, resumiu-o numa frase bombástica. “Não saber ler é pior do que fumar”, criticando a prioridade do combate ao tabagismo sobre o envolvimento da sociedade no combate à iliteracia. Prefere dizer que o “copo está meio cheio quando ainda há poucos anos estava meio vazio, é necessário continuar a enchê-lo”, e que o sistema educativo espanhol, mau grado os resultados do PISA – “se dissesse que são bons seria mal interpretada”, disse -, "não é um fracasso, porque tem sabido responder as desafios da sociedade nos últimos 30 anos”.
Estes são três registos muito diferentes, mas em todos se encontra uma coragem de falar diferente, de deixar as frases redondas que recusam evidências ou apenas deixam supor o que se quer dizer, e que depois cada um interpretará à sua conveniência.
Concorde-se ou não com o que cada uma delas diz ou faz, o certo é que não fica margem para interpretar. O que chama a atenção nestes casos não é tanto o que é dito, mas o modo desafrontado como foi dito. A surpresa que sentimos surpreende-nos, mostrando até que ponto nos conformámos com as mensagens cifradas, sem arestas, servidas depois de condimentadas por alguém que entretanto já lhes deu um sentido qualquer, de acordo com as conveniências.
As mulheres na política actual poderão dar nova luz à política? Saberão tirar partido da condescendência que as menorizava, usando os palcos a que agora têm acesso sem alienar a sua consciência ou perder a capacidade de olhar o mundo de um modo diferente? Deixem-me insistir. O que me fascina neste exercício é a percepção (ilusão?) de uma nova concepção de exercício do poder, um desprendimento quanto aos efeitos de se dizer “É isto que eu penso, gostem ou não, contem com isto” e continuar tranquilamente a fazer o seu trabalho.

PIB: previsão para 2008 desafia lei da gravidade...

Foi esta semana notícia, um tanto ou quanto calada, que o Governo português resolvera manter a previsão de crescimento do PIB para 2008 em 2,2% (e em 2,8% para 2009) o que representa uma significativa aceleração do ritmo de crescimento estimado para este ano - 1,8%.
A Espanha, ao contrário, prevê uma desaceleração, de 3,8% em 2007 para 3,0% em 2008.
A Zona Euro também espera uma desaceleração, de 2,6% este ano para 2,0% em 2008, anunciou há dias o BCE.
A OCDE espera igualmente uma desaceleração do crescimento na respectiva área, que abrange todas as economias mais desenvolvidas, com uma projecção ainda mais baixa para a zona Euro (1,9%).
O mesmo tinha feito, nas previsões do Outono, o FMI.
Concluímos assim que as previsões de crescimento económico entre nós passaram agora para o plano dos actos de fé: queremos acreditar que o crescimento económico vai acelerar, ele tem de acelerar, e pouco importa o que possa vir a acontecer nas economias dos nossos parceiros económicos, nomeadamente no nosso principal parceiro comercial, a Espanha.
Mais interessante ainda é a justificação avançada para tão arrojada previsão: “este padrão de crescimento reflecte, EM PARTE, os efeitos das reformas estruturais que têm contribuído para a criação de um ambiente mais propício ao investimento e à competitividade”.
É caso para se dizer que se só reflecte “EM PARTE” - o que faria se reflectisse na totalidade...teríamos o PIB crescendo 3 ou mesmo 4%?
Estamos assim perante um acto de magia – de um conjunto de factores que os demais países e as instituições internacionais entendem susceptíveis de conduzir a um abrandamento na zona Euro, nós conseguimos extrair um crescimento mais elevado: matérias-primas (petróleo, em especial) e bens alimentares mais caros, forte valorização do Euro, restrições financeiras.
Mas é também um desafio à lei da gravidade, pois enquanto as forças da “gravidade económica” nos deveriam arrastar para baixo, nós conseguimos, num assomo de heroicidade, resistir-lhes e até ganhar um impulso ascendente.
Vamos a ver no que tudo isto vai dar...
Estou convencido, todavia, que não haverá grande problema.
Na altura própria - mesmo que a “gravidade económica” acabe por nos obrigar a cumprir a sua lei - não faltarão os laboriosos media exaltando os resultados conseguidos, quaisquer que eles sejam...e “nós” (todos menos 1 ou 2) já nem nos recordaremos destas previsões...

Tesourinho não esquecido

Até faz impressão quando a notícia é o cumprimento da lei, e logo numa área inesperada.
Desta feita o Tribunal Constitucional decidiu, de acordo com a lei dos partidos políticos, pedir que estes façam prova de vida, como o determina o artigo Artigo 19.º da Lei Orgânica n.º 2/2003 de 22 de Agosto ("Verificação do número de filiados - O Tribunal Constitucional verifica regularmente, com a periodicidade máxima de cinco anos, o cumprimento do requisito do número mínimo de filiados previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo anterior").
O número mínimo de activos individuais é, como se sabe, 5 mil titulares de direitos políticos, quando para a constituição de partido político exige a lei número mais gordo - 7500.
Confesso que não sei que meios tem o Tribunal Constitucional para confirmar a prova. Designadamente para saber se os filiados ainda estão vivos, se não se desvincularam, se não pertencem também a outra formação partidária, se têm capacidade de exercício de direitos políticos.
Mas já não é mau que haja vontade de acabar com a poluição dos partidos-fantasma.
E isto não obstante a lei não ir tão longe como deveria, exigindo não só a sujeição periódica a eleições (que exige), mas também que essa sujeição seja, pelo menos nalguns momentos eleitorais, autónoma e não somente para dar a aparência de coligação eleitoral. Prevendo a extinção daqueles que, pelo menos em três eleições nacionais não tenham obtido um expressão mínima.
Apesar de - reconheço! - essas regras, se em vigor, nos privarem dos poucos momentos bem divertidos das campanhas eleitorais, protagonizados pelos impagáveis personagens que representam esses grupos.

Tratado de Lisboa


É hoje assinado em Lisboa o Tratado Reformador, nova lei fundamental da União Europeia.

O 1º Ministro português, José Sócrates, teve um papel importante na negociação dos seus termos finais e o facto deve ser lembrado.

Também é de assinalar o ter conseguido que a cerimónia de assinatura se fizesse em Portugal, no majestoso Mosteiro dos Jerónimos.

Hoje, por hoje, uma homenagem justa a Sócrates!...

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Já nem reparamos em algumas coisas boas...

No meio de tanta desgraça às vezes já nem reparamos em algumas coisas boas que nos têm acontecido ou se reparamos já estamos tão descrentes ou tão massacrados com as más notícias que não lhes atribuímos a importância que merecem.
Foi ontem notícia que a taxa de mortalidade infantil (mede o número de óbitos de crianças com menos de um ano ocorrido durante um certo período de tempo, normalmente o ano, em relação ao número de nados-vivos) atingiu em 2006 em Portugal o valor mais baixo de sempre: 3,3 óbitos em cada mil nascimentos. É preciso entender a evolução deste número que coloca Portugal no topo da tabela em termos mundiais, quando na década de 80 registava os valores mais negros de toda a Europa – morriam 24 crianças em cada mil.
Segundo os dados do Eurostat relativos a 2006 dos 23 países estudados, dos 27 da EU, apenas a Finlândia, a Suécia, o Luxemburgo e o Chipre apresentam uma mortalidade infantil inferior a 3,3.
Trata-se de um progresso assinalável e obtido, segundo os especialistas, em tempo recorde.
Na base deste sucesso está – é justo lembrar – uma medida do maior alcance tomada pela então Ministra da Saúde Leonor Beleza (creio que não estou enganada) quando decidiu constituir e nomear uma comissão de saúde materna que fez um trabalho notável de eliminação de condições que potenciavam a mortalidade e de criação de boas condições para se nascer, a par da implementação de um programa de vacinação com uma excelente cobertura nacional.
Uma das conclusões que podemos retirar do progresso verificado e dos resultados alcançados em relação à taxa de mortalidade infantil é a importância dos diagnósticos bem feitos e do empenhamento político que é colocado na concretização de reestruturações.
Mas se podemos estar satisfeitos, o Ministério da Saúde não pode cruzar os braços porque, entretanto, emergiram novos problemas que podem pôr em risco os bons resultados atingidos. As “reformas” do SNS, com a redefinição por exemplo do mapeamento da rede de cuidados de saúde, e a falta de médicos e enfermeiros especializados, que alguns especialistas apontam como um problema grave, podem dificultar o acesso aos cuidados de saúde infantil e inviabilizar o funcionamento de algumas unidades de saúde.
Por trás desta estatística, que sem dúvida nos deve satisfazer, está um bem de valor incalculável, o da oportunidade de vida que é dada a um filho, aos seus pais e à sociedade. Portanto, sejamos capazes de nos manter na dianteira e façamos votos que não se cometam erros de política de saúde que, nem que fosse por uma décima, beliscassem a conquista da vida sobre a morte infantil!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Foi obra!...


Como esperado, o FCPorto ganhou o seu Grupo e é o único clube português que segue na Champions League.
Feito assinalável, porquanto jogou sem as grandes vedetas Cardozo, Rodriguez, Di Maria, Bynia, Luisão, Fredy Adu, Katsouranis e alguns outros varões diariamente assinalados nos media!....
Vá lá que ainda pôde contar com Quaresma, Lucho, Lizandro, Bruno Alves, Bosingwa, Tarik, Assunção, Meireles, todos praticamente desconhecidos, nomeadamente pelos jornais da especialidade.
Ganhar assim com as reservas, foi obra!...
Por isso, são credores de redobrados parabéns!...

Oprah Winfrey: reviravolta nas primárias do Partido Democrático?

A recente participação de Oprah Winfrey, conhecidíssima apresentadora de TV americana, em acções de campanha, ao lado de Barak Obama, pré-candidato democrata às eleições presidenciais do próximo ano, pode vir a ter consequências surpreendentes e alterar por completo o cenário pré-eleitoral.
Com efeito, o grande favorito à candidatura pelo Partido Democrático (PD), até esta altura, tem sido Hillary Clinton, Senadora pelo estado de Nova York, a qual, nas sondagens a nível nacional, mantém uma apreciável vantagem sobre os seus mais directos concorrentes, Obama e John Edwards.
No entanto, é da tradição das primárias americanas, tanto nos Democratas como nos Republicanos, que a tendência das sondagens pode alterar-se significativamente a seguir à votação/nomeação no primeiro Estado.
Essa primeira votação está agendada para o dia 3 de Janeiro, no Iowa, Estado do centro oeste americano, com cerca de 3 milhões de habitantes (e 1,6 vezes a área de Portugal), de maioria esmagadoramente branca (mais de 90%).
Pois curiosamente é precisamente neste Estado que pode estar para acontecer história, pois as sondagens, até há pouco tempo favoráveis a Hillary Clinton, acabam de se inverter e a vantagem parece estar agora do lado de Obama.
Se Obama ganhar a nomeação no Iowa, tudo pode de repente mudar, a nível nacional, esfumando-se a vantagem de Hillary e ficando em aberto a possibilidade de Obama vir a ser o candidato dos Democratas, com elevadíssima probabilidade de vir a ser eleito Presidente dos USA em Novembro do próximo ano.
É muito grande o desgaste dos Republicanos e podem jogar ainda a favor de Obama o seu enorme “carisma” e a sua juventude – pese embora alguma falta de experiência, nomeadamente em assuntos internacionais.
Se Obama ganhar no Iowa, isso poderá ficar a dever-se ao apoio de Oprah Winfrey, que desfruta de uma enorme e consistente popularidade nos USA, muito em especial junto do eleitorado feminino – em maioria, ao que parece, nesta votação primária do Iowa.
E se Obama passar para a frente e vier a ganhar “tudo”, será também motivo para felicitarmos António Sampaio e Mello, distintíssimo economista português que vive e trabalha nos USA, com quem tive o gosto de trabalhar no B.P. há alguns anos e que faz parte do restrito corpo de conselheiros económicos de Obama.
Como amigo sincero de Sampaio e Mello, fico torcendo por Obama, agora e em Novembro do próximo ano...se ele chegar até lá!

Cimeira entre Iguais-Cena final

“Trapezistas andróginos, papagaios alfabetos, palhaços pobres e ricos, tigres amestrados, magos e contorcionostas: há de tudo. Vieram por três dias, a cidade ficou de quarentena e ansioso, o mundo espera por resultados…”
António Barreto, in O circo desceu à cidade-Público de 9 de Dezembro

Por este sétimo capítulo me fico quanto à Cimeira. Os escritos não resultaram de má vontade, mas do vazio encenado como grande espectáculo de ilusórias consequências. E não gosto que me dêem gato por lebre.
Qual foi a Agenda da Cimeira? Ninguém sabe!...
O que é que se discutiu na Cimeira e quem é que falou, para além de Sócrates, Durão, Sarkozy, Merkl? Ninguém sabe!...
Quais as conclusões da Cimeira? Ninguém sabe!...
Sabia-se que o Darfour não fazia parte da Agenda. A comunicação social fartou-se de falar de que se falou no Darfour. Extra Agenda? Ou, como Sócrates disse que não havia temas tabus, surgiu nova Agenda ao sabor das circunstâncias e falou-se anarquicamente de tudo e de nada?
Decorrendo a Cimeira “num clima de grande compreensão e diálogo”, falou-se da possibilidade de um ultimato lançado ao Sudão. Ultimato, em clima de boa vontade!... Mas discutiu-se mesmo o Darfour? E Mugabe? Merkl falou, mas e depois? E não há mais DITADORES em África?
Tristemente, as conclusões, por completamente nulas, foram condensadas no “espírito de Lisboa”. Que, no contexto, significa zero.
No fim, e essa foi a única conclusão visível, mais uns tantos ditadores déspotas e corruptos, com as suas luxuosas comitivas, foram presenteados com generosos fundos europeus.
Tinha razão António Barreto.
Como razão teve Manuel Carvalho, no editorial do Público de 9 de Dezembro:
“…A Europa que se mostrou na Cimeira limitou-se a montar um palco e a contracenar com actores de má fama…”
Onde se exibiram “palhaços pobres e ricos” e protagonistas pobres a querer passar por ricos.
Sócrates quis, por uma vez, ser o protagonista rico da peça.
Aí está o verdadeiro espírito de Lisboa!...

Um Estado irresponsável não sai mais barato

"O Presidente da República permanece convicto de que, no contexto específico do actual estado de desenvolvimento do País, o novo diploma continua a possuir disposições que comportam sérios riscos de perturbação do normal funcionamento dos serviços públicos e da actividade dos tribunais, tendo ainda consequências negativas para o equilíbrio financeiro do Estado, numa dimensão que, não sendo possível prever, será seguramente muito significativa. Desta forma, pode tornar-se, no futuro, mais difícil a resolução dos problemas que o País enfrenta" (Comunicado da Presidência da República).

O senhor Presidente da República promulgou, contrariado, o decreto da Assembleia da República que aprovou o regime da responsabilidade civil extracontratual do Estado e demais entidades públicas. Contrariado pelas razões que expressa nesta parte do comunicado em que anuncia a promulgação.

aqui manifestei, aquando da recusa de promulgação da primeira versão do decreto, a minha tão modesta quanto convicta opinião sobre o erro de estimativa política a que esta leitura conduz . Faço-o de novo porque desta vez o comunicado do senhor Presidente da República, no parágrafo acima citado, é muito mais claro do que o foi a mensagem à AR, tornando também mais evidente, ressalvado o devido respeito, o erro de perspectiva da discordância presidencial.

No "contexto específico do actual desenvolvimento do País" é absolutamente necessário que o Estado e as demais entidades públicas sejam responsabilizáveis pelos danos que, nas várias formas por que se manifesta o poder, causam aos cidadãos.
No "contexto específico do actual desenvolvimento do País", permitir que o erro administrativo, o erro do julgador, ou o mesmo o erro do legislador, quando grosseiros e lesivos possam passar impunes ou indemnes, em nada contribui para o esforço, que todos reconhecem que tem de ser feito, de aperfeiçoamento da actuação do Estado em especial nas suas relações com os cidadãos.
Sei bem que os ventos não sopram a favor de uma visão da política que ponha o acento tónico nos direitos dos cidadãos. É da História. Sempre que o Estado se muscula, por razões financeiras ou por motivos securitários, reduz-se ao mínimo ético democrático o entendimento sobre o que vale a cidadania nas suas múltiplas expressões. Perdem contornos os limites ao exercício dos poderes públicos que os direitos das pessoas devem significar.
Só a esta luz se pode compreender que à promulgação presida o sentimento presidencial de que "o novo diploma continua a possuir disposições que comportam sérios riscos de perturbação do normal funcionamento dos serviços públicos e da actividade dos tribunais, tendo ainda consequências negativas para o equilíbrio financeiro do Estado, numa dimensão que, não sendo possível prever, será seguramente muito significativa".
O diploma agora promulgado é, antes, um avanço na qualidade da democracia. Não só porque cumpre os desígnios constitucionais do acesso à justiça e da responsabilidade dos entes públicos, mas também porque pode representar exactamente o contrário daquilo que o senhor Presidente da República diz temer. Pode significar - e se o País disso precisa! - um estímulo a um melhor funcionamento dos serviços públicos e uma mais cautelosa e rigorosa administração da justiça.

Nota: Seria dispensável escrevê-lo. Mas pelo teor do que de vez em quando leio nalguma imprensa sobre as opiniões aqui expressas - sobretudo aquela imprensa que está pouco habituada a lidar com quem não intervém por calculismo -, por uma vez deixo aqui dito que neste blog ninguém escreve com procuração de terceiros. As ideias e as opiniões do 4R vinculam e responsabilizam quem as assina.
Não é por acaso que este é um blog de pessoas com nome e com cara. Livres. E que, naturalmente, prezam a sua individualidade.

Aquele docinho de ananás...

Hoje trouxeram-me um frasquinho de compota de ananás dos Açores. Esta simpática oferta resultou de eu ter estado a lamentar-me que, quando fui aos Açores, tive que deitar no lixo o que trazia, porque fiz o erro estratégico de o comprar antes de passar no crivo da segurança e tinha mais do que os tais 50g que são permitidos. Na altura fiquei muito contrariada, confesso que nem me passou pela cabeça que o doce fosse "equiparado" a líquidos, mas regras são regras e lá ficou no cesto do lixo. Podia ter comprado outro do lado de cá da cancela, é verdade, mas fiquei tão furiosa que decidi que passava sem o docinho e que havia de fazer um ainda melhor. Mas não fiz, e só hoje é que pude regalar-me de novo com aquela delícia.
Estas regras de segurança ou outras que vão surgindo seja lá pelo que for, não deixam de ter o seu quê de ridículo.
Há dias, um jovem viajante como todos os desta geração, ia para algures numa companhia de aviação que só deixava levar uma bagagem de mão. Como ele levava um saco com as roupas e uma pasta com o computador, guardou a pasta no saco. Aí, só tinha um volume mas este tinha peso a mais, a solução era pagar por excesso de bagagem e isso era mais caro que o bilhete comprado na internet. Então, o rapaz abriu o saco e começou a vestir a roupa, umas coisas por cima das outras, camisolas, meias, duas calças, gorros, até que a balança chegou ao peso certo. Fechou o saco, computador lá dentro, e lá seguiu com uma bagagem dentro do regulamentar.
Mal passou o controlo, parou, começou a despir as peças de roupa uma a uma, a guardá-las outra vez no saco, tirou a pasta com o computador e lá seguiu em paz e sossego até ao avião. Regras são regras.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Sem tabus

Darfur, o genocídio. Falou-se dele na cimeira?

“Menos política e mais BLISS”...

Já tive oportunidade de comentar e analisar muitos estudos que focam as “virtudes” de certos produtos e alimentos. É raro o dia em que não surja um trabalho a revelar os efeitos positivos na saúde, caso do azeite, do pão, do alho, das cebolas, dos tomates, das uvas, do vinho, do ananás, da cerveja, da hortelã, dos diferentes tipos de chás e infusões, das bagas silvestres, dos peixes gordos, dos nutracêuticos, das águas com fibras, dos nabos, incluindo os que seguem, religiosamente, as regras new age, dos leites modificados e “adulterados” com gorduras ómega 3, enfim, só para falar dos “bons”, porque quando começam a atacar os “maus” então é de fugir! Fugir dos que atacam, não dos ditos, porque bem vistas as coisas, até, não deixam de ser deliciosos...
O chocolate deve ser considerado o supra-sumo das maravilhas. Serve para tudo, desde antitússico, à protecção cardiovascular, passando pelo efeito “sexual”, verdadeiro afrodisíaco, mas, parece que só para as mulheres!
Agora, uma nova tese, defendida no livro “Teaching Yourself: Training Your Brain”, afiança que fazer sexo, comer chocolate amargo e consumir um café de manhã “pode ser o segredo para treinar e impulsionar a capacidade cerebral”.
Os autores analisam a associação entre o ambiente, a dieta e o stress com as modificações fisiológicas operadas no organismo.
Está criado um novo conceito de vida, a que os britânicos denominam “BLISS” (sigla para designar prazer corporal, alegria, satisfação, envolvimento e sexo), que possibilita aumentar a capacidade mental.
Tudo bem. Mais uma tese, fundamentada em substâncias químicas libertadas no organismo no decurso das tais actividades. Uma destas, fazer sexo, é objecto de interpretações fisiológicas curiosas. Durante a penetração, aumenta os níveis de oxitocina que, de acordo com os autores, “estimula o cérebro a pensar em nova ideias e soluções para os problemas”, ao passo que o pós-coito “aumenta a serotonina a qual estimula a criatividade e o pensamento lógico”.
Interessante! Será que encontrámos – finalmente - a explicação para a falta de ideias, de criatividade, da capacidade em solucionar problemas e da ausência de pensamento lógico tão comuns em certos “sectores nacionais”?!
Menos politica e mais “BLISS”!
Quanto ao chocolate, já chega! Senão ainda apanho uma barrigada das antigas...

Os problemas do auto-elogio

A grande cimeira Europa - África.
Mugabe, Kadafi, Darfur, al-Bashir, Congo, tiranos, colonialismo, direitos humanos, boa governança, HIV/SIDA, tendas, genocídio, emigração, etc., etc..
Quem ouviu, viu e leu os media portugueses, tem motivos para estar satisfeito.
E reconfortado e cheio de orgulho pelos resultados anunciados pelo nosso Primeiro-Ministro e pelo nosso compatriota Presidente da Comissão Europeia.
Mas que tal esta notícia da Al-Jazeera?
Será que vivemos no mesmo planeta?

O País do Governo e o "Nosso País" (I)

Das componentes da procura, o investimento tem sido a pedra no sapato do Governo Socialista.

A ténue recuperação económica tem assentado, sobretudo, nas exportações mas, para que o crescimento económico seja mais forte e, especialmente, sustentável e duradouro, não há volta a dar-lhe: só com o investimento tal será possível.

No entanto, a informação que nesta área tem sido conhecida deixa muito a desejar, quer no que toca ao investimento global, quer no investimento estrangeiro. Por mais que o Governo tenha tentado pintar outro cenário.

Vale a pena atentarmos nas declarações do Primeiro-Ministro no debate do Orçamento do Estado para 2008: “(…) só de investimento directo estrangeiro foram, em 2006, EUR 5.2 mil milhões, um aumento de 82% face ao ano anterior. No segundo trimestre de 2007, o investimento já cresceu 1.6% face ao trimestre homólogo (…)”.

Ora, no que diz respeito ao investimento estrangeiro, já na altura, os dados do Banco de Portugal mostravam que, no período de Janeiro a Agosto de 2007, ele tinha descido 26.3% face ao mesmo período de 2006… Um esquecimento conveniente do Primeiro-Ministro, não acha, caro leitor? Mas pior: os dados oficiais entretanto divulgados mostram uma queda homóloga ainda maior nos primeiros 9 meses do ano: 31.5%, que trouxeram o investimento estrangeiro para os níveis de… há 5 anos atrás!

Entretanto, um estudo da conhecida empresa de consultoria Ernst & Young revelou que, face a 2006, triplicou o número de investidores estrangeiros que tem a intenção de se deslocalizar de Portugal: 7% no ano passado contra 20% em 2007. Será porque Portugal está mais atractivo?!…
E quanto ao investimento total, depois de nove trimestres consecutivos em queda em termos homólogos (desde o início de 2005 até ao primeiro trimestre de 2007), no segundo trimestre deste ano entrou-se em território positivo (0.4%), o que, à primeira vista parece ter sido consolidado no terceiro trimestre, em que se registou uma subida homóloga de 4.2%.

Porém, uma análise mais fina dos dados do INE permitem descobrir que o salto no investimento no terceiro trimestre de 2007 tem a ver, essencialmente, com a compra de aviões (o que é pontual) e o crescimento intenso das vendas de veículos ligeiros de passageiros para rent-a-car (associado à alteração, em Julho, da tributação automóvel). Desta forma, nada me surpreenderia se os trimestres que se seguem mostrassem, infelizmente, uma nova regressão do Investimento. E, consequentemente, do crescimento económico, até porque as perspectivas para a Europa e, mesmo a economia mundial, são menos positivas do que há uns meses atrás.

Assim se vê como de um lado se tem o discurso de fantasia do Primeiro-Ministro; do outro os números e os relatórios que mostram uma realidade que, em alguns aspectos, até é mais sombria do que em 2006.

Temos mesmo dois Países: o do Governo, saído de um "conto de fadas", e o "nosso País", em que a realidade é, infelizmente, bem diferente... para pior.

Cimeira entre Iguais-A síntese perfeita VI

"...Nós gostámos muito das gravatas!..."
Hashim Ahmad, jornalista da Agência de Notícias do Sudão, que veio a primeira vez a um país europeu, citado no DN de hoje.
A síntese perfeita da Cimeira.

Cimeira entre Iguais-A divisão dos despojos V

No âmbito da Cimeira, a Comissão Europeia “distribuiu 8 mil milhões de euros, numa cerimónia que decorreu logo após os fim dos trabalhos no Pavilhão Atlântico…” refere o Diário de Notícias.
Ora aí está a grande explicação para as grandiosas representações de países africanos, em que oitenta ou cem delegados era um número modesto: receber cada qual o seu quinhão dos despojos, sem perda de tempo, logo ao fim dos trabalhos.
Às populações sacrificadas, como de costume, pouco ou nada irá chegar!...