O Estado Social – O que a maioria dos estados europeus estruturou sustentadamente após a II Guerra Mundial, Portugal construiu em pouco mais de vinte anos: O Estado Social. O crescimento rápido das chamadas despesas sociais, com especial expressão na saúde, educação e protecção social, são os melhores indicadores de uma nova estrutura do Estado saída da Revolução Democrática. Aproveitou-se a folga financeira herdada do Estado Novo, o fim da guerra colonial e a desmilitarização, para fazer crescer a versão nacional do modelo social europeu. O peso do estado na economia duplicou em cerca de 3 décadas e o serviço da dívida pública viu o seu peso na despesa ser multiplicado por 10.
A Família – Menor número de casamentos e cada vez mais tardios, maior número de nados vivos fora do casamento, maior divorcialidade, maior taxa de actividade feminina, menor número de filhos por casal, desagregação da família extensa, são indicadores reveladores de que, mantendo-se a família nuclear como maioritária, o modelo de família idealizado e cantado pelo Estado Novo extinguiu-se. Os efeitos sobre os sistemas de valores, as condutas e os estilos de vida mudaram radicalmente.
O Emprego – À entrada da década de 70 o emprego repartia-se de forma equilibrada pelos três grandes sectores de actividade (agricultura e pescas, indústria transformadora, transportes e serviços). 30 anos depois Portugal transformou-se numa economia terciária com perto de 60% da população activa. A agricultura desde a década de 50 do século XX que acentuou o seu declínio e hoje fica aquém dos 10%. A indústria transformadora, depois de ter crescido lentamente até à década de 80, inverteu a tendência e perde peso no emprego total. Portugal nunca chegou a ser um país predominantemente industrial, passou de uma economia rural para uma economia terciária.
1 comentário:
O que não mudou: - Um concepção centralista do Estado Social. O Estado omnipresente na Saúde e Educação. Herança do Estado Novo reforçada por um ano de estalinismo.
O que mudou, muito: A vida autárquica.
A revolução: O mundo Rural: De uma população agrícola, pobre, pé descalça, a viver a meias com os animais, patriacal e matriacal, de moral rígida, com muitos filhos,vivendo da produção própria ou de trocas locais,que se prepetuava quase desde a Idade Média, para uma nova sociedade de filho único, vivenda com ginásio telemóvel, computador, pilula e preservativo,etc.
Não sei se teve alguma coisa a ver com o 25 de Abril ou com a simples evolução dos tempos.Mas lá que foi uma revouçã foi.
Enviar um comentário