Inicia-se hoje o derradeiro ano parlamentar desta legislatura. Um período marcado pela realização de quase todas as eleições.
Joga-se neste ano, claro está, o futuro do País, como em quaisquer eleições. Mas estas disputar-se-ão num clima político, social e económico de grandes incertezas e de turbulência garantida.
Estará em causa, seguramente, a conformação actual do espectro partidário (e só não ocorrerão alterações profundas no sistema partidário porque se não modificaram as leis eleitorais), sobretudo ao centro e à direita, com a oportunidade de re-afirmação do PSD e a tentativa de sobrevivência do PP.
Joga-se à esquerda uma carta decisiva para partilhar, ou pelo menos condicionar o poder em termos que já não ocorrem desde, pelo menos, 1976, com o BE à espreita de uma oportunidade para, perdida a maioria absoluta, fazer ao PS de Sócrates no governo do País, o que logrou conseguir com o PS de Costa no governo de Lisboa, confinando o PCP à sua influência social.
Feitas as contas após o encerramento da última das urnas, daqui sensivelmente a um ano veremos se, no final desta guerra feita de muitas batalhas diárias (de que o Parlamento, aposto, será o palco menos relevante), o novo quadro político resulta do sucesso do PS no esforço de ganhar a esquerda sem perder o centro do qual depende a conservação da maioria.
Uma nova quadratura do círculo para o PS? Começa hoje a desenhar-se. Aqui estaremos para observar.
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