Tem sido dado realce ao comportamento de oposição à vacinação contra a gripe suína, H1N1 ou A, como a queiram designar, por parte da maioria dos enfermeiros que prestam serviço na “Linha Saúde 24”. Então, os técnicos responsáveis pelas informações sobre o que fazer em caso de suspeita de gripe não querem vacinar-se? É verdade. Não querem. E porquê? Porque não têm confiança na ausência total de efeitos secundários, devido à rapidez com que foi produzida a vacina e, também, face à “benignidade” da gripe. Em contrapartida, as autoridades de saúde saíram a terreiro afirmando que não há motivos de preocupação, e o próprio diretor-geral de saúde afirmou que irá vacinar-se. E faz muito bem, digo eu. Foram pedidas opiniões aos presidentes das ordens dos médicos e dos enfermeiros que, sem se comprometerem totalmente, lá vão dizendo que sim senhor, devem vacinar-se, mas que os profissionais têm todo o direito a recusar, blá, blá, blá.
Mas estavam à espera de quê? Que aceitassem sem reservas os conselhos e orientações das autoridades? Sem as questionar? Sem por em causa a veracidade das suas afirmações? Claro que têm todo o direito em questionar sobre a segurança da vacina. Não propriamente porque possam ocorrer efeitos secundários graves, já que as condições atuais na sua produção obedecem a regras muito criteriosas, e já experimentadas com as vacinas contra a gripe sazonal, pelo que os riscos de algumas complicações, como as que ocorreram há cerca de 30 anos, não são previsíveis no nosso tempo. O que há, na minha opinião, é desconfiança face ao comportamento das autoridades de saúde, as quais foram longe de mais com o dramatismo e empolamento dado à situação. O exagero, as mensagens de choque, as imagens dramáticas criadas sobre a pandemia, o contínuo traumatismo mental, diário, excessivo, sobre os cenários de morte e de desagregação social, são responsáveis pela falta de confiança e de reação negativa face à vacinação. Como acreditar agora naqueles que se comportaram ao velho estilo de Artur Albarran? Quando é para anunciar a desgraça vale tudo, apesar de ficarmos muito longe do previsto, e agora querem que acreditemos na segurança e boa vontade da vacinação? Quem é que os mandou exagerar? Sinto, porque já fui contactado por muitas pessoas que me perguntaram se devem ou não vacinar-se, desconfiança e receio. Não sou fundamentalista e, por este motivo, vou adotar um comportamento que me parece ser razoável, ou seja, uma atitude similar aos casos de risco elevado que exigem a vacina sazonal. Acrescento as grávidas, a partir do segundo trimestre de gravidez, porque, de facto, correm riscos de virem a sofrer complicações preocupantes.
Para ganhar a confiança dos cidadãos, e dos profissionais de saúde, é imperioso que a informação seja feita de forma adequada, evitando acenar com cenários apocalípticos. Já aconteceu com a gripe aviária, com a pneumonia atípica e agora com a gripe suína.
E presumo que não iremos ficar por aqui...
Mas estavam à espera de quê? Que aceitassem sem reservas os conselhos e orientações das autoridades? Sem as questionar? Sem por em causa a veracidade das suas afirmações? Claro que têm todo o direito em questionar sobre a segurança da vacina. Não propriamente porque possam ocorrer efeitos secundários graves, já que as condições atuais na sua produção obedecem a regras muito criteriosas, e já experimentadas com as vacinas contra a gripe sazonal, pelo que os riscos de algumas complicações, como as que ocorreram há cerca de 30 anos, não são previsíveis no nosso tempo. O que há, na minha opinião, é desconfiança face ao comportamento das autoridades de saúde, as quais foram longe de mais com o dramatismo e empolamento dado à situação. O exagero, as mensagens de choque, as imagens dramáticas criadas sobre a pandemia, o contínuo traumatismo mental, diário, excessivo, sobre os cenários de morte e de desagregação social, são responsáveis pela falta de confiança e de reação negativa face à vacinação. Como acreditar agora naqueles que se comportaram ao velho estilo de Artur Albarran? Quando é para anunciar a desgraça vale tudo, apesar de ficarmos muito longe do previsto, e agora querem que acreditemos na segurança e boa vontade da vacinação? Quem é que os mandou exagerar? Sinto, porque já fui contactado por muitas pessoas que me perguntaram se devem ou não vacinar-se, desconfiança e receio. Não sou fundamentalista e, por este motivo, vou adotar um comportamento que me parece ser razoável, ou seja, uma atitude similar aos casos de risco elevado que exigem a vacina sazonal. Acrescento as grávidas, a partir do segundo trimestre de gravidez, porque, de facto, correm riscos de virem a sofrer complicações preocupantes.
Para ganhar a confiança dos cidadãos, e dos profissionais de saúde, é imperioso que a informação seja feita de forma adequada, evitando acenar com cenários apocalípticos. Já aconteceu com a gripe aviária, com a pneumonia atípica e agora com a gripe suína.
E presumo que não iremos ficar por aqui...
9 comentários:
As autoridades de saúde portuguesas não estariam a seguir as diretivas da OMS? Não foi em Maio ou Junho que a Organização Mundial de Saúde elevou o nível de alerta para 6? Será que esta organização também se precipitou?
Não se precipitou em declarar a pandemia, porque preenchia os critérios para tal. Mas a forma como foram feitos os avisos é que foi alarmante. Em Portugal foi mais do que evidente.
Não se precipitou em declarar a pandemia, porque preenchia os critérios para tal. Mas a forma como foram feitos os avisos é que foi alarmante. Em Portugal foi mais do que evidente.
A desconfiança é notória
numa vacina pouco testada,
sendo clara e premonitória
esta negociata mal contada.
Uma linha gripada
por um vírus objector,
uma vacina “empapada”
num nevoeiro detractor.
Presidente Obama declara gripe A “emergência nacional”. Este é o título da notícia que li. Mais uma medida alarmista?
A Ministra da Saúde do Canadá, segundo li também, confirma o início de uma segunda onda de H1N1. “Os grupos prioritários que irão ser vacinados serão os de 65 anos e mais jovens, com outros problemas de saúde, grávidas, crianças saudáveis entre os 6 meses e os 5 anos, funcionários que prestam cuidados de saúde e as populações que vivem em comunidades isoladas.”
Pelo que leio, as pessoas mais afectadas são os jovens. Jovens saudáveis têm morrido com a gripe A.
Serão estas medidas consideradas de prevenção para bem das populações ou para bem do sistema de saúde?
O pneumologista Wolfang Wodarg “afirma que é utilizado um nutriente produzido a partir de células cancerígenas de animais e poderá levar a um aumento do número de doentes oncológicos.” ... Uma teoria que terá algum fundamento...
Não deixa de ser uma situação preocupante.
Ganhar a confiança... De quem?
http://www.spiegel.de/international/germany/0,1518,656028,00.html
Nuno
Já tinha ouvido qualquer coisa sobre o assunto, mas o artigo que cita é mesmo preocupante. E depois querem que confiemos... Pois é, assim é difícil ganhar a confiança dos cidadãos.
Acho que tem toda a razão, caro Massano Cardoso, é a história do Pedrinho e do Lobo, há meses que andamos a ouvir ler os boletins clínicos de cada doente e a ver imagens de alarme. Depois, quando começou a haver mais casos, aconselharam calma, deixaram de ler boletins e afinal os mais graves já tinham outras doenças. As vacinas, ficou desde o início a sensação de grande urgência no fabrico , logo, de pouca experimentação. Já em França os médicos e enfermeiros se recusaram a recebê-la. A verdade é que não se percebe em quem devemos acreditar, por muito boa vontade que tenham as autoridades há um clima de desconfiança que se gerou, incluindo em torno dos interesses económicos e do histórico com as outras gripes.
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