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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Tudo normal!...

A não aprovação pelo Tribunal de Contas de cinco contratos assinados pela Estradas de Portugal conduziu a uma revisão dos mesmos e a uma poupança de 575 milhões de euros.
O mecanismo fiscalizador funcionou e merece louvor o Tribunal de Contas.
Mas que dizer de um organismo criado para substituir a antiga Junta Autónoma das Estradas, acusada de desperdício e corrupção, que assina contratos que proporcionam ganhos ilegítimos e enriquecimento sem causa da ordem das centenas de milhões de euros?
Nada, que neste país tudo começa a ser normal.

7 comentários:

José Maria Brandão de Brito disse...

Caro Dr. Pinho Cardão,
Faz muito bem enfocar nesta notícia. A enormidade da distribuição de rendas ilegítimas nos últimos anos é de uma gravidade insondável. Vamos todos pagar bem caro pelo nepotismo vergonhoso (mesmo quando legal) que se apoderou dos centros de poder; mas é precisamente o elevado ónus dessa factura que me leva a crer que no futuro os portugueses serão cada vez menos brandos para com este tipo de fraudes...que alguma coisa aprendamos do desvario dos últimos anos.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Dr. Pinho Cardão
Se não fosse o Tribunal de Contas aí estavam 575 milhões de euros de impostos para pagar rendas afinal de contas evitáveis. Muito preocupante.
Mais um alerta para a necessidade de a gestão pública ser efectivamente avaliada e responsabilizada, para o bem e para o mal, pelos actos que pratica.

Anónimo disse...

O tempo dirá se a intervenção do Tribunal de Contas permitiu "poupar", como se tem dito, 575 milhões de euros...

Suzana Toscano disse...

Eu ia fazer o mesmo comentário que o Ferreira d'Almeida. Aguardemos pelo fim da história.

Pinho Cardão disse...

Caros Ferreira de Almeida e Suzana:

De facto, o tempo o dirá, ou talvez não, porque depois não se torna possível reproduzir condicionalismos anteriores para efectuar os cáculos.
Esta questão sempre apareceu mal explicada. No princípio, foi referido que o diferencial de preços se devia à alteração das condições de financiamento. Achei a razão plausível, mas não percebi como é que o aumento das taxas de juro era automaticamente repercutida no preço e dava um valor tão elevado. Depois, as explicações do Ministério dos Transportes e Comunicações trouxeram ainda mais confusão. Por último, e passando etapas intermédias, como que por milagre se chega a um novo contrato, em que todos estão de acordo com um preço substancialmente mais baixo.
Trata-se apenas de aparência, porque há cláusulas confidenciais constantes de side-letters que, à partida, repõem o preço? Mas isso seria enganar, de forma primária, o cidadão.
Pensam as empresas compensar o diferencial através dos métodos tradicionais de obras a mais, alteração de condições, etc, etc?
Ou chegou-se mesmo à conclusão de que os preços não tinham justificação?
Nós, cidadãos, merecíamos uma explicação que, desconfio, nunca será dada.
Assim sendo, talvez todos fiquemos mesmo a ganhar se eventuais alterações de preço se vierem a verificar-se. É que partem logo de uma base mais baixa.

Anónimo disse...

Meu caro Pinho Cardão,
Só há uma fonte onde o meu Amigo não pode ir beber porque não lhe mata a sede: o Ministério das Obras Públicas.
Nas suas interrogações estão mais respostas do que aquelas que alguma vez colherá das explicações do Ministério...

Pinho Cardão disse...

Caro Ferreira de Almeida:
Já desconfiva!...