José Sócrates: Vamos ao essencial
da sua proposta: o que é que Francisco Louçã propõe para resolvermos o
problema? Diz assim: vamos reestruturar a dívida. O que é que significa
reestruturar a dívida? Reestruturar a dívida é um termo técnico. Isto significa
não pagar parte da nossa dívida.
Jornalista da SIC: Isso seria trágico para
Portugal, eng. José Sócrates?
Quais eram as
consequências para o País?
José Sócrates: Vou responder. Isso
significa calote aos credores. Isso significaria, em primeiro lugar, Portugal
passar imediatamente a fazer parte do lote de países que não cumprem, da lista
negra. Isso significaria desde logo o colapso do sistema financeiro, porque
nenhum dos nossos bancos, nenhuma das nossas grandes empresas se poderia,
digamos assim, financiar. E isso teria consequências gravíssimas na nossa
economia, nas empresas e nos trabalhadores. Pagaríamos isso com desemprego, com
falências e com miséria, Francisco Louçã. É por isso que essa proposta é
absolutamente irresponsável.
Debate da Campanha Eleitoral de 2011 entre Sócrates e Louçã, na SIC. Retirado do artigo de Alberto Gonçalves, no DN de 23 de Março, A ternura dos setenta.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Menos de 3 anos depois, Sócrates já quer a reestruturação e não se importa com as consequências: desemprego, falências e miséria... Os termos são dele!...
13 comentários:
Tortura :http://bandalargablogue.blogs.sapo.pt/reestruturar-a-divida-e-um-calote-dizia-854069
Sócrates é um aldrabão e um criminoso (para não dizer pior), tal como o é a esmagadora percentagem dos «nossos» políticos. Toda esta rapaziada está, de uma forma ou de outra, a soldo da Banca. E a Banca é o maior ladrão do planeta.
Ora a Banca controla os sistemas partidários das «democracias» com base na fraude dos Dois-Partidos. Quatro autores conhecidos explicam-na muito bem - «The Establishment's Two-Party Scam»:
Chris Gupta - Esta fraude consiste na fundação e financiamento pela elite do poder de dois partidos políticos que surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem um partido único. O objectivo é fornecer aos eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis sentimentos de revolta contra a elite dominante.
Dr. Stan Monteith: "De há muito, o principal problema da vida política americana tem sido tornar os dois partidos congressionais (o partido Republicano e o partido Democrata) mais nacionais. O argumento de que os dois partidos deviam representar políticas e ideias opostas, uma, talvez, de Direita e a outra de Esquerda, é uma ideia ridícula aceite apenas por teóricos e pensadores académicos. Pelo contrário, os dois partidos devem ser quase idênticos, de forma a convencer o povo americano de que nas eleições pode "correr com os canalhas", sem na realidade conduzir a qualquer mudança profunda ou abrangente na política."
George Wallace: É sobejamente reconhecido que as corporações internacionais contribuem com largas somas de dinheiro para ambos os partidos políticos ... não existe diferença nenhuma entre Republicanos e Democratas ... A verdade é que a população raramente é envolvida na selecção dos candidatos presidenciais; normalmente os candidatos são escolhidos por aqueles que secretamente mandam na nossa nação. Assim, de quatro em quatro anos o povo vai às urnas e vota num dos candidatos presidenciais seleccionados pelos nossos 'governantes não eleitos.' Este conceito é estranho àqueles que acreditam no sistema americano de dois-partidos, mas é exactamente assim que o nosso sistema político realmente funciona."
Professor Arthur Selwyn Miller: "... aqueles que de facto governam, recebem as suas indicações e ordens, não do eleitorado como um organismo, mas de um pequeno grupo de homens. Este grupo é chamado «Establishment». Este grupo existe, embora a sua existência seja firmemente negada; este é um dos segredos da ordem social americana. Um segundo segredo é o facto da existência do Establishment – a elite dominante – não dever ser motivo de debate. Um terceiro segredo está implícito no que já foi dito – que só existe um único partido político nos Estados Unidos, a que foi chamado o "Partido da Propriedade." Os Republicanos e os Democratas são de facto dois ramos do mesmo partido (secreto). "
Ahahahah! Bem apanhado, caro Pinho Cardão. Muito bem apanhado! :D
Um governo que aumentou a dívida em 35 p.p. do PIB em apenas três anos de governança, qualquer coisa como um aumento de 53.000 milhões de euros (151 mil milhões de euros em 2010 e 204 mil milhões de euros em 2013, dados Pordata) ou seja cerca de 17.666 milhões de euros por ano ou 1.470 milhões de euros em todos os meses destes três anos, ou ainda 49 milhões de euros por dia, tem a suprema lata de dizer que toda a austeridade que foi pedida teve os seus frutos de controlo das contas públicas. Controlo das contas públicas quando aumentou a dívida pública como nenhum outro o fez, antes ou depois do 25 de Abril?
Nunca um qualquer governo antes deste viveu tanto acima das suas possibilidades e esbanjou tanto dinheiro. E sem gastos em qualquer obra pública ou apoio social. Ao contrário, com aumentos colossais de impostos, cortes sociais e roubos nas reformas.
Pelo menos os outros ainda faziam obra.
É preciso não ter vergonha e ter um grande descaramento.
Carlos Sério, foi o Sócrates quem pediu os 78 mil milhões de ajuda. E porquê 78 mil milhões nem mais nem menos? Porque era o que faltava nas contas públicas. Foi assim que a dívida subiu nestes três anos.
Caro Carlos Sério:
Face a uma grande parte dos seus comentários, pode-se não concordar com eles, mas revelam geralmente alguma base de sustentação. Só que essa base de sustentação é "manipulada" e "torturada" pelo meu amigo, de forma a ajeitar-se àquilo que pretende. De qualquer forma, revela inteligência no que faz.
Mas este comentário de agora, faço-lhe a justiça de pensar que nem o meu amigo acredita nele.
Sabe bem o meu amigo que muita dessa dívida já lá estava, só que escondida e foi revelada; sabe muito bem o meu amigo que o perímetro das entidades que foram incluídas na dívida pública aumentou. E sabe também que os défices exigem dívida e que os desvios em relação ao programado não foram significativos. Mas para que é que eu estou a dizer isto, se o meu amigo sabe isso muito bem!...
Bom, sou levado a pensar que escreveu num momento mau...Acontece!
Gostaria ainda de lhe referir, caro Carlos Sério, que o seu comentário nada tem a ver com o teor do post.
Caro Pinho Cardão
Acho muito bem que desmascare o Sócrates com as suas mentiras e lhe dê todas as palmatoadas que puder. Só se perdem as que caem no chão...
Só não tenho ideia de ler aqui nada em que desmascare igualmente o Passos Coelho, que no curto período de uma campanha eleitoral talvez tenha dito tantas mentiras como o Sócrates em cinco anos.
Note que eu até votei no Passos Coelho... Mea culpa... Mas nas próximas eleições vou tentar corrigir. Vou votar no partido que aritmeticamente conseguir roubar mais lugares no Parlamento ao PSD e CDS.
Mas não fui eu que mudei. Tal como no tempo do Sócrates, continuo a detestar aldrabões.
Caro Pinho Cardão,
será seguramente do seu conhecimento que quando as "entidades de que fala" forem de facto incluídas na dívida pública (o que irá acontecer por regra da UE em 2015, a nossa dívida subirá de 130% do PIB para 147% do PIB. Quem o diz é o hedge fund (http://www.zerohedge.com/news/2014-01-09/hedge-fund-slams-portuguese-bonds-64-page-slideshow), não poderá assim acusar-me, injustamente diga-se, de torturar e manipular os dados que afinal são públicos e podem ser consultados por todos.
Não, a dívida subiu porque subiram os encargos do Estado, fruto do aumento da despesa do Estado provocado pela crise financeira e pelo agravamento da recessão dada a opção da duplicação da austeridade inicialmente prevista no memorando (enquanto o memorando da Troika exigia medidas de consolidação orçamental em 2012 no valor de 5.073 milhões de euros, o Governo decidiu agravá-las para um valor de 9.042,3 milhões (Relatório do OE-2012), o que alias constitui o orgulho deste governo. Casos de aumento da dívida provocados pela crise financeira aconteceram em todos os países do euro. A Espanha tinha em 2007 uma dívida de 43% do PIB e hoje está próxima dos 100%, como a Irlanda que tinha uma dívida inferior a 30% e hoje é superior aos 100%.
Não posso concordar consigo quando afirma: “que os desvios em relação ao programado não foram significativos”.
Repare:
Consolidação orçamental
Anos………………………………………………………….2012……………2013
Divida Pública proposta no memorando……112,2%.........115,3%
Dívida pública alcançada pelo governo………124,1%..........129,4%
Défice público proposta no memorando……….4,5%............3,0%
Défice público alcançado pelo governo………….6,4%............5,9%
Temos assim um afastamento da dívida pública de mais 11,9p.p. em 2012 e 14,1p.p. em 2013, quanto ao défice o mesmo de sempre, um falhanço absoluto pese os cortes brutais e os aumentos igualmente brutais dos impostos. As políticas do governo redundaram assim num profundo e total falhanço, num verdadeiro desastre económico e social.
E louvo a sua coragem pela insistente defesa que faz do governo, quando muitos sociais-democratas já desalinharam com as absurdas e maléficas políticas do governo.
Caro Carlos Sério:
1. Quanto à dívida, encerro o assunto. Conversa redonda não leva a nada.
2. Quanto à "defesa" do governo, engana-se. Degfendo o que devo defender, critico o que é criticável. O governo não fez tudo mal, fez mesmo algumas coisas bem, mas fez muitas coisas mal. Não reformou a administração pública, não redefiniu as funções do estado, cortou horizontalmente nos salários e nas reformas, porque não alterou o essencial, manteve muito do estado paralelo, não alterou a política energética e prossegue com a política eólica, o que é dos maiores atentados à competitividade, não cortou o que devia cortar nas "rendas" excessivas, etc, etc. Na política energética não alterou substancialmente os erros de Sócrates e vai pelo mesmo caminho. Agora, até quer uma fiscalidade verde, quando o que deveria querer era uma fiscalidade amiga da economia. Isto tudo, e muito mais, tenho eu dito e referido aqui no Blog.
Simultaneamente, não me inibo de dizer que a governação de Sócrates foi desastrosa. E não peço licença a ninguém para o referir.
No fim, e neste post, limitei-me a citar Sócrates.
Caro Jorge Oliveira:
Não confirmo, nem infirmo, pois não tenho nenhum mentidómetro devidamente calibrado.
Quanto ao voto, pois muito bem, o voto é livre. O meu amigo exerce esse direito como lhe aprouver. Nada a objectar.
Não sei é como vai fazer o cálculo de quem mais contribuirá para a perda de lugares do PSD e CDS. Mas o meu amigo, que é bom matemático, por certo saberá. Não se engane é nas contas...pode ser um tiro no pé.
O caro Pinho Cardão não tem um mentidómetro e por isso cala-se em relação a Passos Coelho...
Muito bem. Mas tem olhos na cara e ouvidos ao lado da cabeça, certo ? É possível que ainda não tinha reparado no ambiente de desemprego, falências e miséria em que estamos a viver há três anos, mesmo sem a reestruturação da dívida...?
Claro que vejo. Não sou cego, nem surdo, nem mudo.
O que não altera nada quer a causa, quer os efeitos.
Enviar um comentário