Depois de propor às Instituições, como medida estruturante, utilizar turistas, estudantes e donas de casa como Inspectores do Fisco, pagos à hora como denunciantes, o Ministro (?) das Finanças (?) grego, Varoufakis, vem agora ameaçar as Instituições com eleições antecipadas, caso não aceitem as propostas gregas.
Eleições antecipadas nos países das Instituições, é isso? Só pode ser!...
11 comentários:
Caro Pinho Cardão, essa história de contratar donas de casa, estudantes, enfim, gente normal, a sociedade normal, para vigiar a própria sociedade é de contornos extremamente estalinistas. A primeira coisa que me ocorreu quando a li foram os chefes de prédio ou lá como se chamavam dos tempos de Stalin.
Há ainda outro paralelo. A Checa Sovietica também foi criada por Lenin em 1917 para combater a corrupção e descobrir quem tinha riquezas escondidas, fosse dinheiro fossem joias, ouro, o que fosse. Muito rapidamente evoluiu para procurar cereais e os escassos bens de consumo que havia. Com o tempo evoluiu e deu origem, alguns anos e várias reestruturações depois, ao todo poderoso KGB, eminente controleiro de toda a sociedade Sovietica.
Não é de admirar que comunistas adoptem métodos comunistas. É o que conhecem, o que sabem, o que acham certo fazer. De resto o Syriza nunca enganou ninguém, sempre disseram quem são e ao que vêem. Já na UE aceitar-se lixo estalinista como se dum governo democrático igual a qualquer outro é que me parece ir longe demais.
São os genes, caro Zuricher, os genes estão lá bem vivinhos!...
Caem num tremendo erro todos aqueles defensores da austeridade sem fim e da política imperial da união europeia liderada pela Alemanha quando conjecturam sobre a actuação política futura do novo governo grego. A tese defendida é a de que logo que o governo do Syriza se confronte com a realidade - e para eles a realidade é de que não há alternativa ao caminho da austeridade traçado pela Alemanha e seguido por todos os outros – todas as suas promessas eleitorais cairão por terra com a aceitação de todas as medidas impostas pelo cardeal Schauble um dos maiores crentes dos dogmas neoliberais.
Parecem não compreender que o Syriza, tal como o Podemos em Espanha ou o nosso movimento “que se lixe a troika” (se os seus líderes se tivessem a seu tempo constituído numa formação política) que estes partidos não se afirmam por qualquer uma das ideologias convencionais. Não são socialistas, nem trabalhistas, nem liberais, nem social-democratas, nem democratas cristãos, nem comunistas.
São apenas contra as medidas neoliberais, contra a austeridade sem fim. E, é por esta razão que têm vindo a ganhar uma grande expressão social e eleitoral uma vez que todos os outros partidos, quer sejam socialistas ou social-democratas que governam na união europeia, não só se demitiram de defender as populações da devastação neoliberal como alinharam na sua defesa e aplicação.
Na verdade, amplas camadas da população, professores, médicos, administrativos, operários qualificados, pequenos comerciantes e pequenos industriais, numa palavra a classe média, viu-se de um momento para outro, quando atacada nos seus rendimentos e no seu bem-estar pelas medidas neoliberais da austeridade sem fim, completamente desprotegida, sem que os partidos da área da social-democracia (socialistas e sociais-democratas) até aí seus defensores tradicionais se empenhassem em sua defesa. Ao contrário, deram-se conta que quer os partidos socialistas quer os partidos socias democratas não só ignoravam a defesa dos seus interesses como igualmente se mostravam carrascos para com eles. Ficaram sem qualquer partido que os defendesse e os representasse. Esta a razão do fulgurante aparecimento do Podemos ou do Syriza.
Não será credível portanto, que o Syriza venha a ceder em suas promessas eleitorais e a adoptar as medidas neoliberais que lhe querem impor a todo o custo tal como fez entre outros o partido socialista francês. Desenganem-se de vez. Compreendam que estão a enfrentar uma realidade nova.
Com certeza que a Grécia irá enfrentar tempos difíceis, uma vez que será muito pouco provável esperar alguma cedência do radicalismo neoliberal da Alemanha, de Schauble e dos seus mais alinhados comparsas, Rajoy ou Coelho.
O Syriza anunciou hoje, a manter-se o radicalismo neoliberal do eurogrupo, estar pronto a promover um referêndum sobre a saída da Grécia do euro.
É o caminho, por mais difícil que se mostre. Antes suportar as dificuldades de um momento difícil, mas com esperança no futuro, do que permanecer eternamente com a corda na garganta chantageado pelo BCE, pelos “mercados”, pelo capitalismo financeiro hegemónico.
Caro Carlos Sério:
Pode crer que falo a sério, porque com o sofrimento dos mais desfavorecidos não só não brinco, como penso que é criminoso brincar.
Por isso, eu digo que a saída da Grécia do euro trará infinitamente mais sofrimento e miséria ao povo grego do que o rigor e a austeridade compatíveis com a permanência. E nem é preciso explicar, porque o meu amigo é bem informado e sabe bem que é assim.
Aliás, a grande maioria do povo grego o que menos quer é sair do euro, são as sondagens que o dizem.
E quanto a chantagem, quem começa a chantagear o povo é o próprio Syriza, agora com ameaça de novas eleições e com o referendo.
caro Pinho Cardão,
"chantagear o povo com ameaça de novas eleições e com o referendo".
Desculpe mas não compreendo como se pode chantangear um povo recorrendo a eleições.
Compreende muito bem, caro Carlos Sério, e não vale retirar a afirmação do contexto: ainda há um mês houve eleições na Grécia...
Sejamos claros, caro Pinho Cardão.
No Programa eleitoral do Syriza defendia-se o abandono da austeridade e a permanência no euro. Perante o radicalismo do eurogrupo que inviabiliza o cumprimento das suas promessas eleitorais, o Syriza só tem um caminho. Propor aos gregos duas opções - novas medidas de austeridade e permanência no euro ou a saída do euro com o abandono da austeridade.
Se não pode cumprir o seu programa há que chamar o povo a prenunciar-se. A isto eu não chamo chantagem, chamo-lhe Democracia.
Estes zorbas tinham uma na manga, os alemães do Hitler não pagaram os estragos.
E os estragos do Junot napoleónico em Portugal?
Vamos reclamar!
Durante la ocupación nazi de Grecia, el III Reich obligó a las autoridades griegas a concederle un préstamo de 476 millones de marcos del Reich (moneda utilizada en Alemania hasta 1948) que nunca fue devuelto, y cuyo valor actual ascendería a entre 7.000 y 11.000 millones de euros. A ello se añaden reclamaciones por la devastación de las infraestructuras, costes difíciles de cifrar, pero que, según algunas estimaciones de expertos citados por Efe, podrían alcanzar los 162.000 millones de euros, la mitad de la deuda griega actual.
A Alemania está obligada por el Acuerdo de Londres de 1953 a hacer frente a sus obligaciones derivadas de la guerra.
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