- Foram ontem divulgados
pelo INE os dados do comércio externo de Bens (faltam os Serviços) até
Julho/2015: aumentos das exportações de 5,7%, para quase € 30 mil milhões,
e de 3,5% das importações, atingindo € 35,6 mil milhões.
- O défice, de € 5.630
milhões, é inferior em 7% ao registado em igual período de 2014, graças,
naturalmente, aos ganhos em termos de troca associados à quebra dos preços
do petróleo.
- Quando se excluem as
transacções de combustíveis/ lubrificantes, o défice sobe quase mil milhões
em relação ao meso período de 2014: apesar de se manter um bom aumento das
exportações, +5,2%, o aumento das importações é mais forte, de +8,4%.
- Quanto a países/clientes,
continuam a merecer destaque o forte ritmo de aumento das vendas para
Espanha, +11,7%, graças à fase muito positiva que a economia Espanhola
atravessa (efeito Podemos, por certo), bem como para o Reino Unido,
+13,8%, para os EUA, +29,6% e (quem diria) para a China, +18,7%.
- Em sentido negativo
mantêm-se as exportações de Bens para Angola, com uma queda homóloga de
26,9%, em consequência da forte contenção das importações a que este País
se encontra sujeito em resultado da acentuada queda dos preços do petróleo.
- Em suma, temos aqui
boas notícias – que serão por certo confirmadas lá para o dia 21 quando
forem divulgados os dados globais da balança de pagamentos - mas o alerta
para os Crescimentistas dorminhocos deve ser mantido, a bem da Nação, uma
vez que o bónus do preço do petróleo não vai durar sempre…
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quinta-feira, 10 de setembro de 2015
Exportações (de Bens) até Julho: bons ventos de Espanha e do petróleo mantêm-se...
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2 comentários:
Desculpe o off topic, mas queria tirar uma duvida e é sobre a divida pública.
A questão é a seguinte: Se, por exemplo a divida for de 100 mil (100% do pib), e pedirmos um empréstimo de 50 mil, ficamos com a divida a 150%. Certo? Não será esta a razão de a divida ter aumentado nos últimos 4 anos, ou seja, ao pedirmos um empréstimo de 80 mil milhões aumentamos a divida nesse sentido dai passar de para os 130%. Faz sentido esta abordagem?
Caro Mário Piteira,
Não tem que pedir desculpa, certamente.
Quanto á questão colocada, a resposta ao primeiro ponto (certo?) não será assim tão inequívoca.
E não será porque, se do empréstimo adicional de 50.000 por hipótese 30.000 forem destinados a reembolsar outra dívida, no final teremos uma dívida total de 120.000 e não de 150.000.
As causas do aumento da dívida pública em % do PIB nos últimos anos - parece que agora iniciou, finalmente, uma trajectória de descida - são diversas, incluindo (i) os défices orçamentais, (ii) a aquisição de activos financeiros que não têmincidência no défice como foi o caso dos aumentos de capital da CGD e (iii) a alteração do perímetro orçamental e da dívida, passando a abranger inúmeras entidades que antes não eram consideradas para este efeito (as chamadas entidades públicas reclassificadas).
O último factor foi de enorme importância, traduzindo-se em muitos pontos percentuais do PIB.
Quanto à dívida contratada com a Troika, e tal como na resposta ao primeiro ponto, deve reconhecer-se que não teve um impacto no valor total da dívida de € 80 mil milhões, uma vez que uma parte desse montante se destinou a reembolsar outras dívidas do Estado que entretanto se venceram.
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