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sábado, 28 de maio de 2005

Fascismo fiscal

Retirei do Correio da Manhã o seguinte excerto a propósito do fim do sigilo ( e não "sígilo" como vem na notícia) fiscal:

Assim, qualquer cidadão poderá ficar a conhecer quanto é que o seu vizinho ou colega de trabalho ganha por ano, basta para tanto consultar a ‘net’ e verificar se os seus rendimentos dão para pagar o carro de luxo e a casa de campo...

Em entrevista ao ‘Jornal da Noite’ da SIC, Campos e Cunha destacou esta medida – a abertura do sígilo fiscal – do conjunto das medidas de combate à fraude e evasão fiscais. Através desse método, disse o ministro, “será conhecido o rendimento bruto de cada cidadão e a partir daí as pessoas podem ver se aquilo que ele declara para os impostos está em conformidade com o nível de vida que ele tem. Se ele tem, por exemplo, carros de luxo e depois declara salário mínimo”.

Já imaginaram no que isto poderá descambar? Eu sei o que representa a "transparência" dos cargos políticos, sei o que representa ter a vida privada completamente vasculhada por jornalistas curiosos e ávidos de encher colunas de jornal. Era a última coisa que eu desejaria para o cidadão comum do meu país. Porque isto é fascismo fiscal e só revela a incapacidade e incompetência do Estado em fiscalizar os rendimentos dos contribuintes.

Porque não recorrem aos registos públicos de muitos sinais exteriores de riqueza? Para que servem então o levantamento do sigilo bancário ou os registos das conservatórias?

2 comentários:

Anónimo disse...

"Está no caráter de muito poucos homens admirar sem inveja um amigo que prosperou" - Ésquilo

JJ disse...

Seria possível obter um comentário do Prof. Dr. David Justino sobre a notícia, hoje a circular (http://dn.sapo.pt/2005/05/28/sociedade/falha_concurso_docentes_custou_milho.html), que refere que a falha na colocação dos professores se traduziu num custo de 20 milhões de euros?