Número total de visualizações de páginas

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Eleições em França: incertezas e anti-europeismo

A pouco mais de uma semana da 1ª volta das eleições presidenciais em França, prevalece a incerteza não só quanto ao resultado final mas também quanto aos candidatos que são capazes de passar à 2ª volta.
A única certeza que se pode ter, nesta altura, é de que haverá 2ª volta. Com efeito, afigura-se extremamente inverosímil que qualquer dos candidatos consiga atingir os 50% para ganhar à 1ª volta.
Duas notas dominantes se podem retirar, neste ponto.

A primeira, quanto às hipóteses dos quatro principais candidatos, Nicolas Sarkozy, Segolène Royal, François Bayrou e J. Marie Le Pen.
Nesta altura, Sarkozy à frente nas sondagens, e Segolene em segundo, parecem em melhor posição para chegar à 2ª volta.
No entanto, a margem de indecisos é muito grande, andará pelos 40%.
Nestas condições é muito arriscado dizer que os 5 pontos que Segolene tem de vantagem sobre Bayrou são suficientes para vir a conseguir um lugar na segunda ronda.
E mesmo Sarkozy, com os seus 10 pontos sobre Bayrou, pode não estar seguro.
E até nem se pode garantir que Le Pen, 10 pontos atrás de Segolene, esteja já arredado de uma 2ª volta.
Convém não esquecer a surpresa das eleições de 2002.
Estes dados são de uma sondagem que o F. Times tem vindo a actualizar diariamente na sua página on-line sobre a Europa.

A segunda quanto ao tom manifestamente euro-céptico de todos os candidatos, com menor intensidade no caso de Bayrou.
Especialmente visado tem sido o BCE, com as suas decisões quanto às taxas de juro, que os candidatos não se cansam de “fustigar”, sugerindo como cura a criação de um “governo económico europeu” – um governo federal parece-me, embora com competência limitada à área económica – cuja autoridade se sobreporia, ou pelo menos equilibraria a do BCE na lógica das ideias expressas pelos candidatos.
Este aspecto do euro-cepticismo dos candidatos aparece tratado com bastante graça num artigo de um dos habituais comentadores do F. Times, Gideon Rachman, intitulado “How the French are falling out of love with the eurozone”, publicado na edição escrita de 10 do corrente.
Tomo a liberdade de recomendar, vivamente, a leitura desse artigo.

3 comentários:

Pinho Cardão disse...

Caro TMoreira:
Pois eu estou aqui a sugerir que o meu amigo tenha uma coluna permanente no 4R sobre as eleições em França, que tão bem tem acompanhado!...Todos ficaremos a ganhar!...

Anónimo disse...

Apoiado!

André Tavares Moreira disse...

Fiz uma actualização breve sobre as eleições em frança. A time criticava le pen, bater no velhino, enquanto que a the economist, apoiava sarkozy e depositiva nele o homem da mudança que a França carece.
Mais uma vez reafirmo o meu apoio a Sarkozy.