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quinta-feira, 12 de abril de 2007

Um adeus a Odete Santos...

Todos os grupos parlamentares aplaudiram Odete Santos naquele que foi o seu último discurso na Assembleia da República, ao fim de 26 anos de uma intensa vida parlamentar. Os deputados olharam embevecidos para a deputada Odete Santos, que teve direito a intervenções de despedida de todos os grupos parlamentares e do Presidente da Assembleia da República.
Todos eles elogiaram a sua franqueza e lealdade política, a sua combatividade e a qualidade do seu trabalho parlamentar. Um testemunho merecido!
Gostemos ou não das suas convicções ideológicas e das suas atitudes muitas vezes algo “delirantes”, Odete Santos vai deixar um espaço muito singular, algo "pitoresco" da nossa bancada política, que não será substituível. Que não se esquece. Porque Odete Santos é realmente única!

7 comentários:

Pinho Cardão disse...

Tão única que ainda ontem disse numa entrevista ao DN que nunca tinha havido comunismo1... E provavelmente para ela nunca houve milhões de mortos e de assassinados na construção dessa coisa que afinal não existiu...

Tonibler disse...

Cara Margarida,

A figura pitoresca da Odete Santos, em 1975, apoiou gente que andou a vigiar a minha casa por o meu pai ser do PS. Um grande adeus para ela e um aplauso também daqueles que um dia puderam ser suas vítimas.

Great Houdini disse...

Bem como parece que a Odete têm um lado negro.

O as pessoas quando são autenticas, quando não fingem são, ganham um brilho especial, mesmo os vilões.

Esta sra pode realmente ter feito coisas muito graves, mas também acredito que possamos aprender algo com ela.

Atenção não sou comunista, nem gosto de revista :)

Anthrax disse...

Pois é, a camarada Odete é uma figura muito caricata e divertida.

Em termos ideológicos e políticos é para esquecer mas, é uma senhora engraçada.

Eh eh, parece uma personagem de banda desenhada :)). É claro que não tenho a mesma experiência do camarada Tóni, por isso a minha perspectiva é somente baseada naquilo que se vê na televisão, mas se tivesse tido a experiência dele estou certo que não teria a mesma opinião.

Suzana Toscano disse...

Concorde-se ou não com as ideias que defendeu (e discordando-se em absoluto do que poderia ter feito, se tivesse poder para tanto, como lembra Tonibler) e até com muitas das atitudes que tinha, também acho que Odete Santos merece bem o post da Margarida porque foi uma pessoa desafrontada, corajosa, pouco convencional e que não deixou de defender aquilo em que acredita. Talvez o que seja de lamentar é que se tornou quase caricata, quando não precisava de o ser, e o facto de ser mulher ainda tornou o "estilo" mais evidente. Mas que a Assembleia fica mais cinzentona, isso fica, vamos ver se a nova geração de comunistas justifica a mudança...

papalagui disse...

Sem dúvida uma figura singular. Apesar de estar muito longe daquilo que eu defendo como regime político e fórmula de desenvolvimento, não posso ficar indiferente ao seu vigor na defesa das suas convicções. Apesar disso, um pouco mais de noção da realidade não lhe ficaria mal...

RuiVasco disse...

Realmente Odete Santos era singular, única, pitoresca! Como quando alguém morre, passa a ser, quase sempre, uma excelente pessoa!
Mas não posso esquecer, que em certo momento da minha vida, estive encostado a uma parede, insultado por todos os que a apoiavam e a quem ela apoiava, ameçado de morte, sem saber o que me ia aontecer. Ãté surgir um grupo de militares, que não sabiamos de que lado eram..felizmente eram dos moderados, e safamo-nos!
Não posso esquecer que essa senhora apoiava e incentivava os grupos que, por causa da suas ameaças, me obrigaram e a colegas meus, durante meses, a trabalhar com G3 e outras armas, da PSP e da PM, atrás de nós, para que pudessemos trabalhar! E não eramos reaccionários, batalhávamos pela verdadeira democracia, aquela que dava direito à opinião, à vida, à liberdade e que essa senhora combatia.
A sua figura pitoresca ( ou grotesca) o seu tom de voz, a sua postura, as ideias e os actos que apoiou, não podem jamais ser branqueados! Por mais generosos que queiramos ser! Nunca duvidei da coragem de Hitler, de Estaline,de Mussolini, de Fidel Castro, e até possa admitir que eles defendiam e ainda defendem,aquilo em que acreditavam!
Caras Suzana e Margarida, eu entendo o vosso raciocínio! Mas não posso também deixar de concluir que, se a AR ficou cinzentona com a saída da cor da intolerancia e da luta por uma outra ditadura, é caso para dizer: Viva o Cinzento!
É que, para me divertir, prefiro os Gatos Fedorentos! Não encontro diversão quando alguém joga com a liberdade e a vida das pessoas!