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quarta-feira, 23 de maio de 2007

Levitação política com "Socratone"?

O ex-Presidente Sampaio emitiu ontem um comentário muito curioso, que dá que pensar, acerca das próximas eleições – intercalares - para a CML.
Talvez o mais curioso de todos os que até agora foram emitidos sobre a matéria, a par da declaração de um dirigente político que comentou há cerca de 2 semanas “..até agora tudo tem corrido como desejávamos...”.
O Dr. Sampaio convidou os eleitores de Lisboa a não pensarem no Governo do País quando forem votar no próximo dia 15 de Julho.
Ou seja, apelou aos eleitores para que esqueçam por umas horas que vivem em Portugal, que pagam impostos em Portugal, que são “beneficiários” do Serviço Nacional de Saúde, que vivem os problemas da educação em Portugal, que adquirem combustíveis em Portugal, que vêem a TV portuguesa e lêem os jornais, etc, etc.
É claramente este que não outro o sentido prático/útil de tal convite.
Mas isto, se não me engano muito, é um exercício de levitação política excepcionalmente árduo, que o comum dos cidadãos terá a maior dificuldade em realizar.
Não quero cometer a injustiça de pensar que o Dr. Sampaio e os outros dois ilustres cidadãos e igualmente ex-Presidentes da CML que o acompanhavam na cerimónia de apoio ao candidato Dr. António Costa - Engº Aquilino Ribeiro Machado e Dr. João Soares (com algumas dúvidas quanto a este) - não sejam capazes desse dificílimo exercício de levitação na hora de votar.
Mas parece-me uma temeridade admitir que a grande maioria dos cidadãos eleitores sejam capazes de tal proeza.
Pode ser, no entanto, que exista ou venha ainda a tempo algum medicamento com efeito preventivo semelhante a esse estado de levitação.
Sei por experiência própria que as pessoas que visitam alguns países africanos tomam um preventivo ani-malário, denominado Malarone (passe a publicidade, nem sei qual laboratório que o produz).
Não haverá possibilidade de, nas 48 horas que antecedem a votação (13 e 14 de Julho) o Ministro da Saúde colocar à disposição da população da cidade, gratuitamente, um medicamento “Socratone” que impeça os cidadãos de se recordarem do Chefe do Governo e do Governo algumas horas antes de irem às urnas?
Parece-me, a ser viável, a única forma de dar uma resposta minimamente eficaz ao apelo do Dr. Sampaio.

10 comentários:

Anónimo disse...

Estou convencido, meu caro Tavares Moreira, que o Socratone iria ficar nas prateleiras. Não creio que o País e os lisboetas em especial tenham grande confiança na prolilaxia aconselhada pelo Sr. Dr. Sampaio.
Creio que para que as coisas fossem diferentes e as pessoas passassem a ouvir o Dr. Sampaio, hábito que perderam há muito,a solução não estaria no Socratone mas nos produtos da Casa Sonatone.

André Tavares Moreira disse...

Esse remédio já deveria ter sido posto à venda à mais tempo. Nesse caso, talvez O Professor Fernando Charrua não tivesse sido dispensado da Dren. Eu acho que seriam preciso muitos "tone". Muitos portugueses agradeceriam. Eu prefiro não refenciar nomes, não vá correr o risco de ser banido por ter insultado um "engenheiro". Hehehe
Acrescento que é no minimo riduculo um antigo presidente da república pedir para esquecer por momentos o país. Criticam João JArdim, mas agem como ele.


Saudações Repúblicanas

Tavares Moreira disse...

Caros Comentadores,

Desculpem-me, mas esta paródia a que estamos assistindo, só mesmo levada à conta de brincadeira.
Não percebo muito bem o que se passa com estes "nossos" políticos profissionais, mas tenho a noção de que se encontram acometidos de uma turbação aguda, que os impele para uma competição de "nonsense", em que evidenciam seus elevados dotes.

Tonibler disse...

Lisboa tem hoteis? Tem gente? Tem hospitais? Não tem aves migratórias? Se calhar é o sítio ideal para construir o novo aeroporto! Ali para os lados de Camarate, talvez...

Virus disse...

Caro Tonibler,

Lisboa tem isso tudo e muito mais... só não tem é áreas comerciais suficientes!

Pelo menos não tantas como ali para a zona da Ota... Quem por ali anda é só ver grandes centros comerciais por todo o lado!

Virus disse...

Hmmm... A mim cheira-me que anda por aí um ministro que está a ver se se candidata a uma vaga permanente como parte integrante do grupo do Gato Fedorento!

Lá que o homem tem piada isso ninguém pode negar! Julgo que nem um sketch do Gato Fedorento saía assim tão bem...

Bartolomeu disse...

Efectivamente, Dr. T.M., o ex-P.R. só pode estar mesmo a a conselhar-nos um elaborado exercício metafísico, de separação do corpo da alma, ou do raciocínio, ou do sentimento. Mas, se for este efectivamente o sentido do conselho dado, proponho uma medida mais económica, para facilitar a levitação ao eleitor. Proponho a afixação de cartazes com imagens de um hospital belga, uma escola alemã, uma tabela de preços de combustíveis em espanha, de uma televisão inglesa, etc.
Pode haver quem seja alérgico a algum dos "ingredientes" que entram na composição das pílulas e o efeito pode ser indesejado. :)))

Tavares Moreira disse...

Caro Bartolomeu,

A sua ideia não me parece má, bem pelo contrário, mas parece-me que comporta um risco elevado: o de os eleitores acreditarem que é mesmo verdade e pedirem contas ao candidato vencedor - admitindo que algum vai ganhar, provavelmente vão todos perder cada qual à sua maneira - no dia seguinte, quando voltarem a "cair na real".
Julgo que, apesar de tudo, a solução do "Socratone", se viável como referi, ainda seria a menos má.
Quando passar o efeito, o voto já foi dado e ninguém se vai lembrar tampouco do candidato em quem votou.
E nem terão vontade de pedir contas quando se aperceberem de que a eleição foi uma inutilidade...

Bartolomeu disse...

Tem toda a razão caro Dr. T.M., não tinha pensado nisso, mas... e se puséssemos legendas nos cartazes, identificativas do país?
Ah pois... esta minha atenção, claro, claro, o povo anda ceguinho, pois... ia resultar no mesmo.
:)

José Carrancudo disse...

Esta publicação chamou a nossa atenção por ter mencionado a educação em Portugal.
Aproveitemos esta oportunidade para chamar a atenção para a nossa recente análise do sistema educativo escolar, que tem identificado problemas concretos ao nível dos métodos de ensino, e proposto soluções muito simples e práticas.