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segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Palavras de Sócrates: brincadeira de mau gosto!...

Em 10 de Janeiro de 2005, José Sócrates prometeu recuperar 150.000 novos empregos em 4 anos. Transcrevo do DN do passado dia 15 de Agosto as palavras de Sócrates: “ são 150.000 empregos que perdemos em três anos e vamos recuperar em quatro”. Não sofre dúvida que o objectivo de Sócrates era a recuperação para o emprego de 150.000 dos cerca de 170.000 que ficaram desempregados no período de 2002 a 2005. Com efeito, os desempregados passaram de 239.000 no 1º Trimestre de 2002, para 412.000 no 1º Trimestre de 2005, mais 173.000.
Sócrates vira agora o bico ao prego, ao dizer que se referia à expansão da população empregada. Não está a ser verdadeiro. É que “os 150.000 empregos que perdemos em três anos e vamos recuperar em quatro” referidos por Sócrates não se podiam referir ao decréscimo na população empregada verificado nesse período, já que esta não sofreu alteração significativa, pois passou de 5,107 milhões, no 1º Trimestre de 2002, para 5,094 milhões no 1º Trimestre de 2005, uma diminuição de apenas 13.000 agentes. Sócrates referia-se, sem qualquer duvida, à recuperação do desemprego.
Hoje ouvi mais uma vez a voz grandiloquente de José Sócrates, apregoando que a meta dos 150.000 empregos prometidos estava praticamente atingida com a criação de mais 130.000 postos de trabalho, desde a sua tomada de posse.
Ora, a população desempregada era de 413 milhares, no 1º Trimestre de 2005, e de 410.000 no 2º Trimestre de 2008, o que significa apenas uma recuperação de 3.000 desempregados. De 3.000 para os 130.000 prometidos por Sócrates, a diferença é total.
Por isso, as palavras hoje proferidas por Sócrates, no seu regresso de férias, pela demagogia descarada que evidenciam, pela sem-vergonha que representam, pela nula consideração a que votam a inteligência dos portugueses não podem ser esquecidas. Tais palavras não são dignas de um político, muito menos de um Primeiro-Ministro. São mesmo uma brincadeira de mau gosto, quando o desemprego aflige um dos seus valores mais altos, 7,3% da população.

6 comentários:

Carlos Monteiro disse...

A demagogia deveria ter limites e ser deixada para presidentes de governos autónomos e de camâra ´da provincia. Mas não. Isto é de um descaramento total.

Plenamente de acordo com cada palavra sua, caro Pinho Cardão.

Rui Fonseca disse...

Caro Pinho Cardão,

Suponho que há uma pequena discrepância no número de desempregados no fim do 1º.T de 2005:

"Com efeito, os desempregados passaram de 239.000 no 1º Trimestre de 2002, para 412.000 no 1º Trimestre de 2005, mais 173.000."
"Ora, a população desempregada era de 413 milhares, no 1º Trimestre de 2005,"

Uma ninharia que não belisca a razão da tua indignação.

De qualquer modo, para podermos avaliar melhor o que está em causa deveríamos saber o número da população empregada no 2º. trimestre de 2008. Mas não sabemos, pelos vistos.

Porque se a população empregada aumentou durante os três anos que vão entre o 1º.trimestre de 2005 e o 2º trimestre de 2008 em, digamos, 130 mil pessoas, não sei se o teu argumento continua com a mesma consistência.

O que eu sei, toda a gente sabe, é que a emigração brasileira subiu bastante e é muito notória em restaurantes, comércios, e no Futebol Clube do Porto.

Anónimo disse...

Pinho Cardão, o Primeiro-Ministro quer voltar a sê-lo após as eleições do ano que vem. Por isso faz pela vida. É natural. Menos natural é a atitude omissiva de quem tem o dever de denunciar...

Pinho Cardão disse...

Não, caro Rui,estás enganado, a emigração mais notória no grande FCP é a argentina!...

Caro Ferreira de Almeida:
Ao que sei, os vendedores de banha da cobra também fazem pela vida, e também é natural.
A um Primeiro-Ministro, para não ser igual, tem que se exigir palavreado diferente.

Anónimo disse...

Mas meu caro, se ele foi feito Primeiro-Ministro assim, porque não há-de voltar ao mesmo? O contrário é que seria de espantar.

Pinho Cardão disse...

De facto, tem toda a razão, caro Ferreira de Almeida!...
Por vezes, até um espírito avisado se esquece!...