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sábado, 29 de agosto de 2009

Quinze dias por terras da China III: Os transportes aéreos

Num país tão grande, onde é considerada muito pequena uma cidade como Lisboa, e onde há muitas aglomerações com população superior a 5 milhões de habitantes (Chongking, a maior cidade, mais de 18 milhões, Pequim, 18 milhões, Shangai, a mesma ordem de grandeza, por vezes até é dito que é mais, mas aqui um, dois ou três milhões pouco contam nas estatísticas), com vários pólos industriais e agrícolas, com Zonas Exclusivas diversas, o transporte aéreo revela-se primordial.
Com várias deslocações de cidade para cidade no interior da China, confesso que os aviões chineses me assustavam um pouco. Mas sosseguei quando um meu amigo que faz várias deslocações à China por ano me perguntou quais eram as cidades a visitar e as companhias em que viajaria. De facto, as capitais e as maiores cidades das províncias estão ligadas por grandes companhias aéreas, com uma frota aparentemente com uma vida média baixa, em que avultam os Airbus e os Boeings. O mesmo não se passará nas dezenas, ou mesmo centenas de companhias aéreas que estendem agora a malha entre cidades mais pequenas, e onde a frota poderá deixar algo a desejar. Do arranque de uma delas, uma joint venture entre uma companhia provincial e uma entidade privada vi eu a notícia num jornal local, em que, aliás, a segurança era enfatizada como preocupação máxima.
Ao olhar para os nomes das grandes companhias, até me parecia estar nos Estados Unidos: era a Eastern, ou a China ou a Southern, com uma presença e uma força de imagem impressionantes.
Aviões completamente cheios nas deslocações que fiz. Visível o profissionalismo da tripulação. Pontualidade ao minuto. Numa dessas deslocações, de Guilin para Xian, o avião, estando já cheio, até partiu com 15 minutos de avanço sobre o horário estabelecido.
E comparei com o que nos aconteceu na viagem de Lisboa para Pequim num avião da Air France: impossibilidade de fazer o check-in via internet, e mesmo no aeroporto de Lisboa, por não reconhecimento do nº dos bilhetes electrónicos emitidos, o que levou a que tivesse que ser feito nos balcões do aeroporto, em Paris. Resultado: os sete membros da “comitiva” ficaram espalhados por vários lugares e filas do avião, numa viagem de doze horas. Felizmente que a compreensão de vários viajantes veio a permitir um agrupamento mínimo.
Ou tive sorte ou, também neste campo, os chineses já nos dão lições.

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro Pinho Cardão, muito obrigado por esta sua apreciação pela aviação chinesa, bem assim como, em geral, por estas suas crónias sobre o país milenar. Folgo muito em ver que os progressos que têm sido feitos pela China neste particular dão frutos e efectivamente um passageiro isento os sente e aprecia.

Com efeito, a aviação civil chinesa, se andarmos, nem é preciso muito, uma dúzia de anos para trás chega, tinha várias deficiencias. Ao longo dos últimos anos empenharam-se seriamente em rectificar os problemas que tinham e que iam desde aviões mal mantidos (um avião nunca é velho demais para voar) até um controlo de tráfego aéreo deploravel e aeroportos sujos e com uma confusão inenarravel. Hoje em dia tudo isso mudou e deram saltos de gigante podendo ombrear com o que vai existindo na Europa e Estados Unidos sem terem do que envergonhar-se.

A aviação civil Americana tem um programa de avaliação em relação a todos os países do mundo com companhias que desejem voar para os Estados Unidos. Chama-se este programa International Aviation Safety Assessments (IASA) e o seu âmbito é o de avaliar a capacidade das aviações civis de cada um dos países para exercerem o seu mandato conforme o prescrito pela International Civil Aviation Organization (ICAO) no que toca aos standards de segurança, incluindo mas não se limitando a manutenção, tempos de trabalho, monitorização de equipamentos, etc, etc. A aviação civil chinesa cumpre plenamente os standards internacionais em todos os itens sendo, portanto, Categoria 1, o que significa que aviões com registo e operados por companhias chinesas podem voar para os Estados Unidos. Os resultados das avaliações IASA são tidos como standards mundiais em relação à segurança dum país e a China cumpri-los demonstra os passos de gigante que deram.

Muito obrigado por estas muito agradaveis leituras e continue!

Pinho Cardão disse...

Caro Zuricher:
Não sabia dessa avaliação, mas ainda bem que a minha avaliação de mero utente condiz com a científica avaliação americana.

João Pais disse...

O que sobressai numa viagem à China é sempre o número incrível de gente de um lado para o outro. Quando lá estive tomámos o comboio entre Beijing e Xian, 10h em cada direcção. Isso apenas para poder ver o exército de pedra.
Tanto na ida como na volta o comboio estava totalmente cheio, apenas com um lugar ou outro vagos de vez em quando (eram lugares sentados).
Estando na China também é bom levar um amigo chinês ou alguém que conheça o terreno para nos acompanhar, e pagar-lhe tudo o que ele quiser. Ao chegar a Xian, os taxistas garantiram-nos que não haviam transportes da cidade para o museu, e tivemos que ir de táxi - no final foi uma corrido barata, mas na volta tomámos o autocarro que parte a cada ~10m, o que custou apenas uma fracção.
Espero que tenha visto o exército de pedra, é realmente impressionante.

Pinho Cardão disse...

Lá esrive, caro João Pais, lá estive, e até tenho um autógrafo, que mostrarei, de quem o descobriu.