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sábado, 22 de junho de 2013

A banalização do declínio demográfico...

O envelhecimento demográfico está em aceleração. Aqui ficam alguns indicadores relevantes publicados pelo INE em2012.
Sem natalidade, com o número de jovens a decrescer, a esperança de vida a aumentar e o número de idosos a crescer o futuro do país será muito diferente do presente. Justamente por causa destas evoluções, o presente é hoje bem diferente do passado não muito distante. Mas o tempo passou, nem por isso pensámos no assunto e antecipámos problemas e soluções. Temos andado preocupados com outras coisas. O aumento da esperança média de vida associado à diminuição da natalidade tem como resultado um aumento considerável da proporção das pessoas idosas no conjunto da população, ao mesmo tempo que a população potencialmente activa se irá reduzir. Teremos um complexo problema para resolver a médio e longo prazo. Já temos. Como vamos compatibilizar esta realidade com a economia, as necessidades sociais da longevidade e a equidade entre gerações. Continuamos sem um debate sobre este assunto. Responder em cima dos acontecimentos é uma  não resposta. Neste domínio as decisões levam tempo a implementar e a produzir efeitos. Enfim, os números do declínio do envelhecimento correm o risco de se banalizarem...

. Pela primeira vez desde que há registos, o número de nascimentos desceu abaixo de 90.000 - 89 841.

. O índice de fecundidade atingiu o valor mais baixo de sempre, 1,28, um número muito longe da fronteira da renovação de gerações (2,1).

. O saldo migratório foi negativo, aprofundou-se a diferença entre o número de emigrantes e o número de imigrantes.

. A esperança de vida à nascença voltou a aumentar. As mulheres vivem até aos 82,59 anos e os homens até aos 76,67 anos.
. O índice de envelhecimento agravou-se. A cada 100 jovens correspondem agora 131 idosos.

3 comentários:

Tavares Moreira disse...

Cara Margarida,

Mais uma vez um Post em que aborda temas da maior importância para o nosso (pouco promissor, é certo) futuro colectivo e que, talvez por isso, não suscita grnde debate...
Entre nós prefere-se viver o presente, em jeito cada vez mais parecido com o do Titanic nos momentos que antecederam o seu afundamento...
Ou, pior ainda, olhar para o passado, como forma de iludir os problemas do presente e do futuro, como nessas fantásticas mesas-redondas em que se discute a saída do Euro...

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Dr. Tavares Moreira
O envelhecimento demográfico deveria ser um assunto de primeira prioridade. É certo que agora temos a crise para resolver, mas tem havido sempre motivos para descurar este assunto.
Pois eu penso que a natalidade e a longevidade deveriam, apesar dos problemas do curto prazo, ser integrados numa visão de longo prazo para o país. Não há dinheiro, mas há sinais políticos importantes que poderiam ser dados.

Suzana Toscano disse...

Ao mesmo tempo, outros países, como o Brasil, têm dificuldade em responder às expectativas de uma enorme massa de jovens, dizia um político brasileiro há dias que a "juventude, que é a nossa maior riqueza, anseia por respostas" sendo que essas são mais escolas, mais saúde, melhores transportes, tudo o que é a base para uma perspectiva de vida activa digna desse nome.