Acabo de ouvir o Papa Bento XVI, a bordo do avião que o levou a África, a dizer que a Sida é “uma tragédia que não poderá ser superada apenas com dinheiro e não poderá ser superada pela distribuição de preservativos”.
O Papa sabe que 25 milhões de africanos sofrem desta doença. O Papa sabe que milhões de pessoas vão ouvi-lo. O Papa sabe o que vai dizer, denunciando muitas situações de abandono e de falta de cooperação para com os africanos. O Papa vai apelar aos africanos para terem fé. O Papa vai em missão doutrinal. O Papa vai dizer aos africanos que a solução para a sida é a abstinência. Os africanos, quando ouvirem a sua mensagem, vão concordar com o Papa, vão dizer que sim com a cabeça. Os africanos, nesse dia, ou no dia seguinte, quando as pulsões biológicas começarem a impor as suas regras, não vão conseguir lembrar-se da "abstinência papal”. Vão continuar nas suas práticas, vão adoecer e vão morrer. Se o Papa, ao apelar à abstinência, dissesse que, caso não consigam, ao menos usem o preservativo, os africanos, hoje, ou amanhã, quando forem atacados pelo desejo sexual, e não se lembrassem mais das palavras do Papa quanto à abstinência, lembrar-se-iam, tenho a certeza absoluta, das palavras do Papa ao dizer: “usem pelo menos o preservativo”, defendam a vossa saúde, protejam a saúde das vossas companheiras e dos vossos filhos, e os africanos agradeceriam as pias palavras, e começavam a adoecer menos e a não morrer, graças ao conselho do Papa.
Afinal onde está o amor do Papa pelos africanos? No apelo à abstinência? Por amor de Deus. Desça à terra, veja a realidade, contribua com o seu esforço, posição e ascendente para salvar vidas.
Lamentável. A atitude de hoje fez-me lembrar a de Leão XII quando se opôs à vacinação contra a varíola ou a de Paulo VI quando iniciou a cruzada contra a pílula.
Lamentável. É o mínimo que posso expressar neste momento.
O Papa sabe que 25 milhões de africanos sofrem desta doença. O Papa sabe que milhões de pessoas vão ouvi-lo. O Papa sabe o que vai dizer, denunciando muitas situações de abandono e de falta de cooperação para com os africanos. O Papa vai apelar aos africanos para terem fé. O Papa vai em missão doutrinal. O Papa vai dizer aos africanos que a solução para a sida é a abstinência. Os africanos, quando ouvirem a sua mensagem, vão concordar com o Papa, vão dizer que sim com a cabeça. Os africanos, nesse dia, ou no dia seguinte, quando as pulsões biológicas começarem a impor as suas regras, não vão conseguir lembrar-se da "abstinência papal”. Vão continuar nas suas práticas, vão adoecer e vão morrer. Se o Papa, ao apelar à abstinência, dissesse que, caso não consigam, ao menos usem o preservativo, os africanos, hoje, ou amanhã, quando forem atacados pelo desejo sexual, e não se lembrassem mais das palavras do Papa quanto à abstinência, lembrar-se-iam, tenho a certeza absoluta, das palavras do Papa ao dizer: “usem pelo menos o preservativo”, defendam a vossa saúde, protejam a saúde das vossas companheiras e dos vossos filhos, e os africanos agradeceriam as pias palavras, e começavam a adoecer menos e a não morrer, graças ao conselho do Papa.
Afinal onde está o amor do Papa pelos africanos? No apelo à abstinência? Por amor de Deus. Desça à terra, veja a realidade, contribua com o seu esforço, posição e ascendente para salvar vidas.
Lamentável. A atitude de hoje fez-me lembrar a de Leão XII quando se opôs à vacinação contra a varíola ou a de Paulo VI quando iniciou a cruzada contra a pílula.
Lamentável. É o mínimo que posso expressar neste momento.