O Sr. Presidente da República anunciou que irá dissolver o Parlamento.
Mas não explica nem fundamenta tal intenção.
Escuda-se na audição dos Partidos e do Conselho de Estado para adiar as explicações.
Mas já decidiu sem os ouvir e anunciou a decisão sem a explicar.
A situação é tão caricata que nem mesmo os partidos da oposição, que tanto desejaram esta dissolução, encontram uma explicação constitucionalmente plausível.
Para eles Sua Excelência dissolveu porque o Governo não tem legitimidade e a actual maioria já não é representativa.
A decisão é tão brusca quanto inesperada. Tão surpreendente, quanto insólita.
À falta de explicações de Sua Excelência, resta-nos esperar pelo próximo dia 10.
Até lá, será fácil imaginar o rodopio dos assessores de Belém.
Entre recortes de imprensa e transcrições de declarações e debates nas rádios e nas televisões preparam o cardápio de argumentos para Sua Excelência.
Dia 10 veremos a ementa que Sua Excelência tem para nos oferecer.
Mas para quem durante seis anos consentiu todo o tipo de desmandos aos Governos do Partido Socialista já podemos concluir:
Se dissolve... é porque existe!
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