Santana Lopes só pode queixar-se de si próprio. Sentindo-se vítima das circunstâncias, só poderá olhar para os seus actos para tentar compreender o que lhe aconteceu. A começar, pela forma como constituiu o seu Governo. Aí estavam os primeiros sinais de irresponsabilidade, do amiguismo, da cedência aos pequenos interesses, da falta de liderança e de sentido de estado. Todos os episódios que se seguiram confirmaram esses sinais. Não vi um único caso, uma única polémica, que resultassem de opções fundamentais para o futuro da sociedade portuguesa. Porque deixou de haver uma ideia para o futuro, um desígnio e uma estratégia para fazer sair o País do atoleiro em que há muito se encontra. No Congresso de Barcelos uma só ideia esteve presente: como ganhar as próximas eleições para que se conserve o poder. Este é o sustento dos falsos unanimismos. Esta é a triste agonia de quem se iludiu com o poder que lhe caíu no regaço.
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