"Pensar pouco; fallar de tudo; não duvidar de cousa alguma; exorbitar sempre da esfera da sua alma; cultivar, apenas superficialmente o seu espirito; exprimir-se felizmente; ter rasgos d´uma imaginação agradavel; usar d´uma conversação ligeira, e delicada; e saber agradar, sem se fazer estimar; ser dotado d´um talento equivoco, com uma concepção prompta, e julgar-se por isso superior á reflexão; voar d´um para outro objecto sem profundar algum; colher com rapidez todas as flores, e não dar jámais aos fruetos o tempo preciso para chegar á sua madureza; mostrar um espirito mais brilhante, que solido (luz muitas vezes enganadora, e infiel) que uma simples attenção o fatiga, que a razão o contraría, que a autoridade o revolta, e que finalmente se torna incapaz de perseverança na indagação da verdade; eis uma ligeira pintura d´aquelle, que é honrado no nosso seculo com o nome de homem de espirito" - MUSEU PITORESCO - Jornal D´instrucção e recreio que á ilustre e inclita Nação Portugueza dedicão, e offerecem A.J. da Fonseca e C.ia - Lisboa - 1841
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