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sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

“Tediologia”

O tédio é algo com o qual nos confrontamos, volta não volta. Claro que muitos de nós, sobrecarregados de trabalho e de responsabilidades, não têm tempo para se entediarem. Mas, caso isso aconteça então sejam bem-vindos à nova disciplina de tediologia (boringology).
O pai da tediologia é o médico norte-americano William Bean. Um especialista no estudo do crescimento das unhas dos pés. Em 1980 publicou um trabalho nos Archives of Internal Medicine culminando 35 anos de observação de crescimento das unhas. Quando tinha 32 anos desenhou uma linha na cutícula da unha esquerda do dedo grande e foi medindo o crescimento. Verificou que a unha crescia 0,123 mm por dia ou seja 1,4 nanometro por segundo. Também verificou que só as infecções fúngicas e o envelhecimento é que reduziam a velocidade do crescimento. Aos 61 anos o crescimento reduziu-se para 0,100 mm por dia e seis anos sofreu nova redução de 0,005 mm/dia.
Claro que há outras formas de passar o tempo tais como: calcular o tempo das tintas da parede a secar, medir o crescimento da relva do jardim, contar o número de dejectos de canídeos por metro quadrado da nossa rua e correlacioná-lo com as épocas do ano, registar a frequência com que o vizinho do andar de cima urina durante a noite, o número de vezes que o arrebenta diz mal do Cavaco Silva por 100 caracteres e a sua evolução à medida que se aproxima o dia das eleições ou, então, fazer o que José António Lima fez no Expresso de hoje, ou seja, as vezes que o Mário chamou de tudo ao Cavaco no último debate, dezoito mais uns etc. Aqui está um exemplo óptimo de como se deve praticar tediologia…

2 comentários:

Suzana Toscano disse...

Pinho Cardão, se o estudo não incluir esse caso, pode sempre recorrer ao tal gel milagroso, ninguém vai dar por isso!Já vê a importância das unhas, uma vida inteira a estudar o crescimento milimétrico...

Massano Cardoso disse...

Meu caro amigo

Já lhe tinha dado uma resposta, mas parece-me que não ficou gravada.
O senhor tem uma oportunidade única de testar se a afirmação do Prof. Bean está correcta, ou seja, saber se a unha cresce à velocidade vertiginosa de 1,4 nanometro por segundo. Se verficar que no seu caso cresce mais lentamente não fique triste ou preocupado, já que de acordo com a sabedoria popular quando as unhas crescem depressa é sinal de vida curta. Sendo assim estime a marca da sua "topada". É o que merecem as unhas de economistas armados em agricultores...