No dia em que o nosso Parlamento discutia os biliões do orçamento da UE para 2007-2013, um amigo contou-me uma situação, que merece ser divulgada.
Devido à doença de um familiar que entretanto faleceu, havia várias despesas relativas a taxas moderadoras de internamentos hospitalares que estavam por pagar.
Deslocou-se à urgência do Hospital de S. José onde apresentou as notas de débito.
A senhora que o atendeu somou as despesas - 23,20 €.
Entregou o dinheiro e a senhora disse-lhe que ia emitir o recibo.
Qual não foi a sua surpresa quando a senhora o informou que não podia emitir o recibo da totalidade dos 23,20 €, porque uma das despesas - de 6,90 € - era do ano de 2004.
"Desculpe, mas se for necessário pago os juros", disse-lhe este amigo.
"Não posso receber este dinheiro, nem tenho forma de lhe passar o recibo", respondeu-lhe a senhora.
"O senhor tem que se dirigir aos serviços centrais", acrescentou.
"Só lá é que podem receber esta despesa, porque o sistema informático mudou e só tenho acesso às despesas de 2005".
Este meu amigo gosta de pagar todas as contas. Detesta dívidas e atrasos nos pagamentos.
Agora, tem no bolso uma nota de débito do ano de 2004 no valor de 6,90 €, do Hospital de S. José, que quis pagar e não puderam receber.
Mas o maior drama deste meu amigo é que tem uma outra nota de débito do Hospital de Santa Cruz, no valor de 2,80 € e relativa ao ano de 2004.
Ele mora em Lisboa. O Hospital de Santa Cruz é em Carnaxide.
Agora, anda a pensar se vale a pena ir a Carnaxide pagar a despesa.
1 comentário:
Aconselhava vivamente o seu amigo a não pagar, caro Vitor Reis. Talvez não pagando, eles tenham vontade de receber e nessa altura o seu amigo sem qualquer esforço resolve a situação.
Esta é mais uma daquelas histórias que nos deixam a pensar porque é que estamos como estamos.
E agora vou ser injusto se calhar: E o funcionário público do Hospital de S. José que atendeu esse seu amigo foi suficientemente diligente?...
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