Nas últimas décadas, os concelhos do interior transmontano, beirão e alentejano viram diminuir drasticamente o número dos seus habitantes. Todos se queixam da "desertificação" do interior, do êxodo da actividade económica, dos postos de trabalho e das pessoas para o litoral e para os grandes centros urbanos. Ficando de um lado uma população envelhecida e os inerentes problemas sociais, e do outro questões insolúveis no domínio da habitação e das infraestruturas básicas, do saneamento aos transportes.
Todos proclamam e exigem medidas das autarquias locais e do governo central. No entanto, quando algumas delas são tomadas e os projectos de desenvolvimento avançam, aqui del-rei, que uma indesejável pressão demográfica vem ameaçar e prejudicar os pobres concelhos do interior!...
Exemplos são muitos. Ainda nos últimos dias foram referidos os enormes "malefícios" de um investimento em Alqueva, que irá proporcionar um afluxo faseado à região de Reguengos de Monsaraz que poderá atingir as 17.000 pessoas, gente rica ou de classe média, que aí gastará dinheiro, em benefício das actividades locais, e propiciará emprego permanente.
Em suma, e há anos, a região era capaz de suportar equilibradamente, e sem desordenamentos do território, os mais de 17.000 alentejanos pobres, que entretanto emigraram. Agora, o grande problema é suportar 17.000 europeus ricos!...Mas que bela argumentação!...
Não há mesmo "pachorra"!...
3 comentários:
É o que dá ter um país centralizado. Se estivesse regionalizado, os alentejanos já sabiam o que é bom ou mau para eles. Alguém dá opiniões sobre o que fazer com o território açoreano?
Que bem observado tonibler!
Não me lembro dos "iluminados" comentarem sobre o que é bom para os Açoreanos!
Aqui está um bom argumento, e de peso.
Não é por ninguém querer saber dos açoreanos que eles não têm problemas. Aliás, é talvez por isso mesmo...
Agora meus caros, não se regionaliza porque alguém aqui na capital acha que sim, regionaliza-se por diversos motivos: descontinuidade cultural, territorial, política, etc etc. regionaliza-se quando a resposta mais rápida a dar é local. Assim é nos Açores e na Madeira, e ainda assim com os custos da demagogia a serem pagos por mim.
Assim não é onde os meus caros acham apenas porque sim. E assim não é onde as populações dessas zonas acharam, em referendo, que não devia ser. Que a resposta mais eficaz não era a criação de Albertos João Jardins.
E eu não quero pagar mais demagogia.
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