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quinta-feira, 15 de maio de 2008

A cabeça e os pés!...

Uma legião de funcionários vem-se entretendo, há anos, a investigar, interrogar, publicitar, acusar ou arquivar matéria futebolística. Provavelmente para atingir objectivos de acusação, alguns processos, já enterrados, foram desenterrados. E seguiram-se novas reinvestigações, reaudições, republicitações, reacusações e ou rearquivações.
Os resultados das investigações e das reinvestigações, das audições e das reaudições, das acusações e das reacusações, das arquivações e das reaquirvações foram enviados à Comissão Disciplinar da Liga, que procedeu a rereaudições, rereinvestigações, rerearquivações, rerepublicitações e rereacusações. E às condenações exigidas pela opinião pública!...
Ouvi hoje que o Ministério Público vai voltar a apreciar alguns processos que mandou arquivar, após as conclusões da Comissão Disciplinar da Liga de Futebol.
O que significa que vai rererecomeçar todo o processo de alguns processos.
Também ouvi que a Comissão Disciplinar da Liga vai rerereapreciar outros processos, na sequência das decisões dos Tribunais comuns.
A justiça, à falta de matéria relevante, encontrou um nicho de mercado, num movimento contínuo sem pausa, nem parança nem fim, para entreter os dias dos seus laboriosos servidores.
Mas está certo.
E eu até concordo. Jogando-se o futebol com os pés, mal seria que a justiça tratasse a matéria com a cabeça!...

5 comentários:

Unknown disse...

Boa!
Gostei!

Rui Fonseca disse...

Caro Pinho Cardão,

Vi parte do programa do Prós-e-Contras, Apito Final,não porque me entusiasmem as discussões futebolísticas mas porque gosto de apreciar o futebol como espectáculo, que não discuto, e como negócio, que me merece reflexão.

Achei patética a intervenção de Dias da Cunha quando ele, repetidamente, pediu a intervenção governamental no estabelecimento de regras para o futebol. Intervenção que, diga-se de passagem, pelo menos pela abstenção, mereceu o apoio dos outros comentadores, salvo o de Miguel Beleza (que Dias da Cunha "acusou" de liberal, e do Secretário de Estado que foi prudente na posição que atribuiu ao Estado na matéria.

Do meu ponto de vista, como cidadão contribuinte, parece-me condenável toda e qualquer intervenção do Estado no negócio do futebol para além daquelas que devem relacionar o Estado com o mundo empresarial em geral.

As decisões do Conselho de Disciplina e do Conselho Superior de Justiça, se decorrem de regras estabelecidas em sede de autoregulamentação do sector, não as aprecio nem as discuto. É lá com eles. A mim o que me preocupa são os milhões gastos com processos para os quais eu, como contribuinte, tenho de contribuir.
A intervenção da Justiça no futebol só deveria realizar-se quando estivessem em causa direitos que extravasassem os limites do negócio enquanto tal. De qualquer modo, o negócio deveria pagar por inteiro a custas totais dos processos, nos exactos termos em que a mesma exigência deve ser feita a toda e qualquer actividade empresarial.

Já agora, permite-me que acrescente uma outra reflaxão a propósito do negócio futebol.

Já te disse que não me excita o clubismo mas admiro o espectáculo e penso no negócio.

Em termos negociais, a descida do Boavista, se vier a concretizar-se é um disparate.

O Boavista é uma marca que bate de longe outras que andam abaixo e acima no carroussel da primeira e segunda Ligas. Portugal não tem dimensão para tanta equipa profissional. O Boavista deveria fazer parte do núcleo de marcas que deveriam disputar a primeira liga.

Como é que isso se pode concretizar? A ideia não tem nada de novo mas, acredito, só ela poderá dar competitividade a esta área de negócio. Enquanto isso não suceder a disputa far-se-á entre quem mais habilidades ilegais usar. Com todo o cortejo de miséria dourada que abrilhanta o nosso futebol: empresas falidas, salários em atraso, corrupção dos árbitros, corrupção nas câmaras e nos empreiteiros, um mar fétido.

Os clubes que disputam a primeira liga deveriam constituir-se todos sob a forma de sociedades comerciais, com um capital social mínimo superior a X milhões de euros. A ideia é tornar difícil a entrada no grupo. Negócio em que a entrada está facilitada nunca será grande negócio.

Contrariamente ao que sucede agora, o núcleo duro do clube, nunca deveria deixar cair um dos membros de referência, nenhum que fosse uma grande marca.

Porque é a disputa entre nomes conhecidos que pode dar maior interesse ao espectáculo e maiores garantias de rentabilidade aos sócios da empresa.

Na situação actual, quando é arvorado o Cascalheira de Cima (que cairá provavelmente na próxima época) e cai o Boavista quem é que ganha com o sistema?

Ninguém. O Boavista tem de fazer uma travessia do deserto cobrando mal em campos que não têm espectadores nem televisão a filmá-lo. O Cascalheira de Cima porque vai fazer investimentos com capitais que não tem e o mais certo é na próxima época ir da primeira para a terrceira liga. Os outros porque, obrigados a jogar com o Cascalheira de Cima, não ganham para as botas.

Pinho Cardão disse...

Caro Rui:
Completamente de acordo.
Mandaria o mais elementar bom senso que fosse assim.
Mas, como a matéria é importantíssima para o futuro e presente do país, competem entre si os órgãos para fazer justiça em duplicado. Ou em triplicado ou quadruplicado, quando a Comissão de Fiscalização da Liga retomar os processos julgados nos Tribunais para fazer justiça desportiva e o Ministério Público retomar os processos julgados na Liga, para fazer justiça comum.
A juntar a tudo isto, alguns clamam ainda pela justiça da UEFA e da FIFA!...
Admirável!...

Suzana Toscano disse...

Tam toda a razão, deviam poupar-nos a este lamentável espectáculo. A ida a tribunal do Pinto da Costa e daquela senhora atingiu as raias da demência em termos de reportagens televisivas. Uma vergonha!

cumentar disse...

resumindo e concluindo....o porto assumiu a corrupçao nao a contestando...mas como ja nao ha vergonha na cara para aquelas bandas...tudo na boa..siga o circo..