Segundo o DN, o Governo, preocupado com a corrida ao levantamento dos Certificados de Aforro, mandou o Instituto de Gestão de Crédito Público (IGCP escrever aos Subscritores, tentando travar o fluxo significativo de saídas.
Técnicas de gestão mal aprendidas e mal assimiladas constituem o maior adorno curricular académico de muitos membros do Governo; e a militância nas juventudes partidárias e no Partido a única nota curricular profissional. Sem formação de base nem experiência profissional ou de vida, deslumbram-se perante as luzes da tecnocracia, são dela prezas fáceis e fazem as maiores asneiras.
É o que acontece com a masturbação tecnocrática a que, nomeadamente, vem sendo sujeita a gestão por objectivos, por exemplo, no caso da justiça, medida pelo número de processos concluídos, ou da ASAE.
Tal masturbação chegou há tempos aos Certificados de Aforro, com os resultados que estão à vista.
Em nenhuma emissão de dívida privada, por exemplo, obrigações, nunca o emitente sequer pensa em alterar as condições de subscrição iniciais. Porque, para além de ilegal, sabe que a perda de confiança faria com que nunca mais pudesse aceder ao mercado.
Por capricho tecnocrático e a seu bel prazer o Governo alterou drasticamente as condições de subscrição dos Certificados de Aforro. Um Secretário de Estado teve os seus dias de glória!...
Mas tempos difíceis vêm aí. Os mercados internacionais não têm liquidez, nomeadamente para prazos longos. Os Certificados de Aforro, pelo seu mérito e tradição, constituiriam alternativa de captação de fundos. E abrigo para poupanças que tanto se enaltecem e a que tanto se apela.
Em nome de uns trocos no imediato, ficaram desacreditados por acção de um tecnocratismo idiota e saloio, que não salvaguarda a lei, mal sabe ver as aparências e nunca atende ao essencial.
Técnicas de gestão mal aprendidas e mal assimiladas constituem o maior adorno curricular académico de muitos membros do Governo; e a militância nas juventudes partidárias e no Partido a única nota curricular profissional. Sem formação de base nem experiência profissional ou de vida, deslumbram-se perante as luzes da tecnocracia, são dela prezas fáceis e fazem as maiores asneiras.
É o que acontece com a masturbação tecnocrática a que, nomeadamente, vem sendo sujeita a gestão por objectivos, por exemplo, no caso da justiça, medida pelo número de processos concluídos, ou da ASAE.
Tal masturbação chegou há tempos aos Certificados de Aforro, com os resultados que estão à vista.
Em nenhuma emissão de dívida privada, por exemplo, obrigações, nunca o emitente sequer pensa em alterar as condições de subscrição iniciais. Porque, para além de ilegal, sabe que a perda de confiança faria com que nunca mais pudesse aceder ao mercado.
Por capricho tecnocrático e a seu bel prazer o Governo alterou drasticamente as condições de subscrição dos Certificados de Aforro. Um Secretário de Estado teve os seus dias de glória!...
Mas tempos difíceis vêm aí. Os mercados internacionais não têm liquidez, nomeadamente para prazos longos. Os Certificados de Aforro, pelo seu mérito e tradição, constituiriam alternativa de captação de fundos. E abrigo para poupanças que tanto se enaltecem e a que tanto se apela.
Em nome de uns trocos no imediato, ficaram desacreditados por acção de um tecnocratismo idiota e saloio, que não salvaguarda a lei, mal sabe ver as aparências e nunca atende ao essencial.
Um bom exemplo de consumada masturbação tecnocrática!...
10 comentários:
Mandou escrever?...
Sabe, caro Pinho Cardão, mantenho a minha opinião que sofremos de excesso de urbanidade e falta de assertividade que, depois, são fundamentais quando chegam as alturas importantes. Se houvesse alguém que dissesse logo que o secretário de estado é BURRO, na próxima ninguém queira passar por burro. Mas como, na nossa tradição, se dá mais importância à forma habilidosa como se dizem as coisas, que ao conteúdo de uma mensagem, amanhã ninguém se vai lembrar do secretário de estado que é BURRO. Por isso, vamos continuar a meter BURROS a tratar de coisas importantes que não se vão importar de fazer burrices.
Assim, vamos ser pobres com retórica em vez de ricos inteligentes.
Apesar de considerar a masturbação, um acto individualista, hipócrita e reveledor de um imenso sentido egoísta, estou certo que ainda assim, não deixa o mesmo de objectivar um fim gratificante para o masturbador, se atingir o orgásmo pleno. Aquilo que em minha opinião não acontece na situação das poupanças aforradas, que venciam juros capitalizáveis,superiores aos praticados pela banca, o que constituia um incentivo À poupança, facilitando a vidinha ao estado, quando o aforrista com o seu pézinho-de-meia se via em papos-de-aranha, se uma operação imprevista (por exemplo) lhe sucedia e a lista de espera nos hospitais se anunciava longa. Ou, quando o filho decidia casar e era necessário ajuda-lo com uma "entrada" para a cazinha, ou para o carrito. Face às alterações no regime e à consequente reacção pública, o mais provável é o estado ir ganhar calos na mão...
Caro Pinho Cardão,
Concordo com a tua opinião.
Mas não sei se se tratou de masturbação.
Penso que foi antes uma desorientação.
Em vez de masturbação, eu diria que é (mais) uma sodomização dos Excelentíssimos Senhores Aforristas. Muitos deles, gente humilde, que apenas têm algumas (poucas) poupanças.
Mas cá se fazem, cá se pagam.
Embora o povo às vezes se esqueça, à boca das urnas, destas sodomizações.
Caro Sr. Pinho Cardão,
Finalmente concordamos em algo...
Muito bem, Pinho Cardão!
Em devido tempo chamei aqui a atenção para o duplo erro que a alteração do sistema de remuneração dos Certificados de Aforro já emtidos (série B) representava:
- Alteração ilegítima de um compromisso já assumido pelo Estado, equivalente à alteração da taxa de um depósito a prazo, após a constituição e antes de atingido o vencimento;
- Medida punitiva da poupança, numa altura em que esta precisa de ser fortemente estimulada.
Quem chama a isto "desorientação" está a colocar água benta sobre a asneira - isto não é desorientação, é um erro crasso, é quase burla, neste caso praticada pelo Estado...com as consequências que agora estão à vista!
Dr. Pinho Cardão:
Penso que, praticamente, toda a gente concorda consigo na questão da quebra de confiança dos aforradores no Estado como pessoa com quem se supunha ser seguro negociar. O seu "post" tem três ou quatro alfinetadas nos boys que os devem deixar incomodados, isto é se eles as compreenderem. Eu tinha tomei contacto com os C.A quando o dr M. Soares pagou com eles parte do subs. Natal da minha mulher. A simplicidade de funcionamento, a ausência de comissões e a capitalização automática levaram-me a utilizá-los para "mealheiro" dos meus filhos e alguma da poupança que consegui fazer, portanto o meu prejuízo é diminuto mas o estrago penso que está feito.
Masturbação tecnocrática ou manifestação de neoliberalismo no seu melhor?
Hoje no Fórum da TSF o secretário de estado atreveu-se a este disparate " no início do século XX o confronto residia no Capital-trabalho, mas hoje está "nas empresas de distribuição-consumidor".Pura linguagem neoliberal. A receita do neoliberalismo, igual em todo o lado, e que se resume a aumento de impostos e cortes nas Funções Sociais do Estado vem demonstrando que só agrava o desenvolvimento económico e acentua as desigualdades sociais. É caricato ver-mos os nossos politicos, afirmar que só com tal receita é possível sair da crise. A coisa é tão absurda uma vez que foram esses mesmos politicos os responsáveis únicos da crise economica porque passamos.E agora, mais uma vez, querem que o Zé pagode acredita nas suas receitas!
Caro Ruy.
Olhe que que isso não tem nada de liberalismo ou de neoliberalismo. Nada disso. Trata-se de tecnocracia reles e barata e estatismo que não olha a meios.
E neoliberalismo também não tem nada a ver com aumento de impostos,pelo contrário.
O problema deste país é não ter experimentado ainda o liberalismo económico, pelo que a receita tem sido sempre a mesma, intervenção e mais intervenção do estado, que exige impostos e mais impostos e tolhe a liberdade de iniciativa e de investimento.
Liberalismo na economia, redefinição das funções do Estado e uma política social adequada que suporte os solavancos incontornáveis na fase de adaptação.
Caro Carlos Pinhão.
Bem, o Carlos Pinhão abordou várias questões. Não creio que se assista a uma cada vez maior intervenção do Estado. A criação nos últimos anos de múltiplas Autoridades de Regulação, Agências e Institutos, tem o sinal de retirar do Estado para empresas com estatutos jurídicos privados ou semi-privados muitas das funções que lhe pertenciam nas Direcções Gerais, seguindo uma estratégia tipicamente neoliberal. Não creio que o País tenha ganho com isso, bem pelo contrário, os custos de exploração desses órgãos saem mais caros e com eficácias mais que discutíveis. Com tantos novos órgãos do Estado, criados especialmente depois de 1995, acarretando uma despesa pública suplementar equivalente a cerca de 3,5% do PIB o que corresponde a cerca de 25% da massa salarial da Função Pública, será que a Educação, a Saude, a Segurança, a Justiça melhoraram na mesma ordem de grandeza? Seguramente que não. Ao mesmo tempo os serviços prestados por estas entidades ficaram mais caros para os cidadãos (ou para os consumidores como os liberais gostam tanto de dizer). Claro que na falta de eficácia destes órgãos também é responsável, os maus gestores que as encabeçam, escolhidos não pelo curriculum mas pela cor partidária.
Nos tempos actuais falar em liberalismo na economia é uma ficção. O mundo, o País, é controlado apenas por meia dúzia(?) de monopólios ou oligaquias financeiras cujos interesses nada têm a ver com as pequenas e médias empresas nacionais. E os governos fundem-se com eles e com elas. Hoje temos uma vasta classe política que se alterna no poder, que criou um mundo de privilégios para si, mas que defende a uma só voz os interesses destes 5% da população (que se em 1974 detinha 12% da riqueza produzida hoje detém 20%).
“Uma politica social adequada”, seguramente que não pode ser aquela que defendem os neoliberais em que o Estado só deverá intervir nos casos miseráveis, naqueles que “não deram certo”.
Os países nórdicos que têm praticado uma politica social democracia têm ao longo dos anos apresentados índices de crescimento económico muito superiores à França ou à Alemanha ou à Itália, só comparáveis aos americanos a par de um indiscutível desenvolvimento social. E a culpa, para este retrocesso no resto da Europa não será seguramente da “globalização”.
Desde que o neoliberalismo se instalou na Europa as desigualdades sociais têm vindo crescendo cada vez a um ritmo maior. Não será por aí o caminho a seguir.
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