Campeão, sim, mas pelas piores razões! Acabo de ler a notícia de que Portugal foi hoje apontado em Bruxelas como o Estado membro com maior disparidade na repartição dos rendimentos.
Segundo o Relatório Sobre a Situação Social na União Europeia em 2007, principal instrumento utilizado pela Comissão Europeia para acompanhar as evoluções sociais nos diferentes países europeus, que não tive ainda oportunidade de ler, conclui que os rendimentos se repartem mais uniformemente nos Estados membros do que nos Estados Unidos e que “Apenas Portugal apresenta um coeficiente superior ao dos Estados Unidos”.
Portugal consegue o feito extraordinário de se deixar ultrapassar pelos novos membros e sentar-se na cauda de uma fila já longa de países que integram a União Europeia.
Portugal está a empobrecer, incapaz de encontrar um rumo de futuro para a sua economia. Incapaz de criar riqueza, afogado num Estado avassalador de recursos, as políticas redistributivas mostram-se inadequadas à necessidade de proteger as famílias pobres. Os resultados estão à vista!
Sabemos que sem crescimento económico não há desenvolvimento social e as desigualdades sociais tendem a acentuar-se. O desenvolvimento económico é essencial, mas no curto e médio prazos são necessárias políticas concretas que minimizem a condição de pobreza em que vivem muitos portugueses.
Segundo o Relatório Sobre a Situação Social na União Europeia em 2007, principal instrumento utilizado pela Comissão Europeia para acompanhar as evoluções sociais nos diferentes países europeus, que não tive ainda oportunidade de ler, conclui que os rendimentos se repartem mais uniformemente nos Estados membros do que nos Estados Unidos e que “Apenas Portugal apresenta um coeficiente superior ao dos Estados Unidos”.
Portugal consegue o feito extraordinário de se deixar ultrapassar pelos novos membros e sentar-se na cauda de uma fila já longa de países que integram a União Europeia.
Portugal está a empobrecer, incapaz de encontrar um rumo de futuro para a sua economia. Incapaz de criar riqueza, afogado num Estado avassalador de recursos, as políticas redistributivas mostram-se inadequadas à necessidade de proteger as famílias pobres. Os resultados estão à vista!
Sabemos que sem crescimento económico não há desenvolvimento social e as desigualdades sociais tendem a acentuar-se. O desenvolvimento económico é essencial, mas no curto e médio prazos são necessárias políticas concretas que minimizem a condição de pobreza em que vivem muitos portugueses.
Há muito que sabemos que em Portugal é significativamente elevada a percentagem de pessoas que sendo muito pobres o são persistentemente, o que inevitavelmente conduz a situações de privação cumulativa. Se juntarmos a esta base o fenómeno do desemprego e a precariedade do emprego compreendemos que a situação social é muito grave e que necessita de atenção política muito séria na direcção de aprofundar a selectividade dos recursos para quem efectivamente precisa.
Não é mais possível esconder a situação. Vontade de ajudar é o que sinto...
Não é mais possível esconder a situação. Vontade de ajudar é o que sinto...
8 comentários:
Cara Dra. Margarida Aguiar:
Fogo! Agora até me ia dando um “trekes”!…
Estava eu a reler o comentário que postei no seu post anterior e quando voltei ao topo e li: “Portugal Campeão”!... Nem lhe digo!
Não é que me veio logo à cabeça que aquele desejo que exprimi no meu comentário, sobre o ter esperança de que Portugal ainda venha um dia, novamente, a dar cartas, se tinha concretizado e por milagre inexplicável, o engº Sócrates tinha descoberto petróleo em Sesimbra!
Não, que cabeça a minha …descobriu mas foi no Brasil, logo depois daquela cena da Galp, querer aumentar a noite passada ainda mais os combustíveis…
Olha que há cada milagre mais oportuno! Porque será que não aconteceu em Sesimbra!?
Assim, esses maldizentes de Bruxelas, não diziam essas coisas feias de nós, e era vê-los no beija-mão…
:)
Cara Dra. Margarida, quando o Presidente da República referiu no discurso de Ano Novo, esta disparidade de rendimentos, aqui d'el rei, disseram cobras e lagartos.
Ora sendo o PR, uma pessoa da área da economia, sabia muito bem o que estava a dizer e porquê que dizia.
Claro que, houve quem se sentisse atingido, nos seus (dessas pessoas) interesses.
Também não foi há muito tempo que um General referiu um certo clima de possível explosão social.
Eles lá sabem porquê.
Mas está-me a parecer que não vamos aguentar, não.
A fome não é boa conselheira.
E o sentimento de revolta começa a ser profundo e em massa.
um abraço
Cara Pézinhos,
O actual presidente da república deve saber muito bem do que fala uma vez que é um dos maiores responsáveis por tudo isto. Seguindo o título do post da Margarida, se portugal é campeão ele não será o Cristiano Ronaldo, mas é um Deco...
Sobre isto, por acaso já tinha escrito isto:
http://tonibler.blogspot.com/2008/05/para-que-serve-o-estado.html
Para mim, o que me parece ser mais chocante é o facto de esta situação se passar num Estado governado há mais de três anos por um partido supostamente socialista, supostamente com as preocupações sociais ao rubro, supostamente sempre alarmado com a situação dos mais pobres (ver: http://bazardiplomatico.blogspot.com).
Ao invés, vemos sucessivos anúncios de grandes obras públicas, de grandes investimentos...
Caros Comentadores
Hoje foram divulgadas algumas conclusões do estudo "Um Olhar Sobre a Pobreza em Portugal" realizado pelo Cesis que vem complementar as notícias vindas de Bruxelas sobre a profunda desigualdade dos rendimentos em Portugal.
A situação descrita demonstra que as políticas económicas e sociais que têm sido prosseguidas nos últimos anos não foram bem sucedidas.
A pobreza é um flagelo muito penoso que priva as pessoas de satisfazerem necessidades básicas, que impede a normal socialização das pessoas atingidas.
Temos muitos problemas para resolver, é verdade, mas a erradicação da pobreza deveria estar incondicionalmente na primeira linha das preocupações do governo e dos nossos responsáveis políticos.
Imagino o susto que apanhou Caro jotaC (não era essa a minha intenção!), mas ser último numa corrida também é digno da classificação de "campeão"! Cara Pézinhos n Areia seria bom que este tema fosse falado todos os dias para criar a pressão necessária a uma mudança de políticas.
Valha-nos o futebol Caro Tonibler, não é? É bom que o futebol monopolize as atenções porque assim os portugueses andam entretidos!
Caro ASL seja muito bem vindo. E lembra muito bem as contradições socialistas...
O Governo veio dizer que esses dados do estudo eram de 2004, se fose agora seriam diferentes. A Comissão europeia esclareceu que os dados são de 2006 e que não há alteração em relação aos anteriores.
Cara Margarida
Que este governo padece de uma cegueira social objectiva, já todos aqueles que se interessam por problemas sociais, não tinham a menor dúvida.Mas que presista impotentemente em não combater e em não tomar medidas tendentes a melhorar a repartição da riqueza nacional, sempre pouca é certo para alguns comilões, é um posicionamento que conduz a que com toda a propriedade lhe chamemos incompetente e perverso.Mais investimento, mais emprego, mais P.I.B.,melhores possibilidades de repartição. Só que há que não confundir investimento para tentar ganhar eleições, na circunstância as de 2009, com investimento estruturante, aquele de que se só colhem frutos no médio e longo prazos.Estou-me a referir muito concretamente ao facto de se irem aplicar 40 mil milhões de euros, em obras tais como tgv's, auto-estradas, aeroportos, etc, etc, etc,. Esta estratégia que o malfadado primeiro-ministro traçou, de acordo evidente com os ministros das finanças, economia e trabalho, é capaz para mal dos nossos pecados, de lhe trazer alegrias, pois é evidente que a criação de emprego vai aumentar rapidamente, nada como a construção civil para o proporcionar, facto que para um povo como o nosso, inculto e que se só pensa no imediato, o irá fatalmente deslumbrar. Daqui até ao "votozinho" é um instante. Assim, julgo poder juntar aos dois adjectivos com que atrás brindei o núcleo maravilha deste "sobredotado" governo, mais um, o de intelectual e socialmente desonesto .Será que estes senhores ainda não perceberam que uma distribuição como a nossa, desenvolve politicamente e de que maneira, as ideias mais retrógradas?. Com tudo isto, iremos continuar com sete deputados da extrema esquerda? Espero que os que lerem este artigo, procurem imaginar as respectivas entrelinhas.
É verdade, Caro antoniodasiscas, as desigualdades sociais são terreno fértil para as esquerdas. Precisam delas como de pão para a boca! As coisas parece que estão a correr-lhes de feição.
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