O Expresso vai abordar a cena dos “cigarritos” fumados pelo PM, na sua viagem à Venezuela, e questiona a hipótese de “infantilização da politica”. Bom, como toda a gente já falou sobre o assunto, é o momento de meter a colherada nesta matéria.
Em primeiro lugar, o PM violou a lei? Violou! E depois? Não devia ter violado, porque é PM! Responderam muitas “autoridades”, inclusive constitucionalistas! Foi alvo de atenção e de preocupação no Parlamento! Ainda ontem, a “Quadratura do Círculo” dedicou meia hora a falar de tão importante assunto. Ridículo, patético, país de anedotas e de pseudo-moralistas. O pobre do homem até deve fazer um sacrifício dos diabos para não fumar em público e evitar que seja atacado. Mas, porque é que o PM deu troco? Porque é que veio a terreiro pedir desculpa e que ia deixar de fumar definitivamente? Dizia, simplesmente: - Violei a lei e como qualquer cidadão cumpre-me pagar a respectiva coima.
O PM é um cidadão com mais responsabilidades, obviamente, mas não tem que ser um “santo” ou um ser “perfeito”! Se há coisa que abomino é a perfeição e, sobretudo, os “perfeitos”, ou pior ainda os falsos moralistas.
Caramba, não tarda e ainda vamos ter por aí alguma “Congregação para as Causas dos Políticos” a definir e a estabelecer as regras que leve à declaração das “virtudes heróicas” para ser deputado, à “beatificação” para ser ministro e à “canonização” para primeiro-ministro!
Ora, perante tais princípios, acabo por assinar a minha sentença “politica”. Ou seja, como estou longe dos tais objectivos que começam a ser desenhados e construídos para se poder fazer uma carreira politica, e não tendo vocação para a santidade, fico-me pelo ambiente dos “pobres diabos”.
Não tarda muito que, para se chegar a PR ou PM, terá de ser enfiado numa redoma desde o nascimento, ser treinado e vigiado constantemente para que não cometa nenhuma infracção que, possa, décadas mais tarde, ser utilizada como um pretexto para definir o carácter, comprometendo o seu futuro politico.
Senhor Primeiro-Ministro! Se fosse a si agarrava um dia destes num bom charuto e, à vista de todos, evitando os locais públicos onde é proibido fumar – é “chato” cometer duas infracções sobre o mesmo assunto -, desfrutava-o com a maior das satisfações.
Esta atitude seria muito salutar – mesmo tratando-se de tabaco! -, ao contribuir para evitar a “santificação” da vida politica...
Já sei o que vão dizer! Políticos santos?! Não há perigo. É coisa que não existe...
Em primeiro lugar, o PM violou a lei? Violou! E depois? Não devia ter violado, porque é PM! Responderam muitas “autoridades”, inclusive constitucionalistas! Foi alvo de atenção e de preocupação no Parlamento! Ainda ontem, a “Quadratura do Círculo” dedicou meia hora a falar de tão importante assunto. Ridículo, patético, país de anedotas e de pseudo-moralistas. O pobre do homem até deve fazer um sacrifício dos diabos para não fumar em público e evitar que seja atacado. Mas, porque é que o PM deu troco? Porque é que veio a terreiro pedir desculpa e que ia deixar de fumar definitivamente? Dizia, simplesmente: - Violei a lei e como qualquer cidadão cumpre-me pagar a respectiva coima.
O PM é um cidadão com mais responsabilidades, obviamente, mas não tem que ser um “santo” ou um ser “perfeito”! Se há coisa que abomino é a perfeição e, sobretudo, os “perfeitos”, ou pior ainda os falsos moralistas.
Caramba, não tarda e ainda vamos ter por aí alguma “Congregação para as Causas dos Políticos” a definir e a estabelecer as regras que leve à declaração das “virtudes heróicas” para ser deputado, à “beatificação” para ser ministro e à “canonização” para primeiro-ministro!
Ora, perante tais princípios, acabo por assinar a minha sentença “politica”. Ou seja, como estou longe dos tais objectivos que começam a ser desenhados e construídos para se poder fazer uma carreira politica, e não tendo vocação para a santidade, fico-me pelo ambiente dos “pobres diabos”.
Não tarda muito que, para se chegar a PR ou PM, terá de ser enfiado numa redoma desde o nascimento, ser treinado e vigiado constantemente para que não cometa nenhuma infracção que, possa, décadas mais tarde, ser utilizada como um pretexto para definir o carácter, comprometendo o seu futuro politico.
Senhor Primeiro-Ministro! Se fosse a si agarrava um dia destes num bom charuto e, à vista de todos, evitando os locais públicos onde é proibido fumar – é “chato” cometer duas infracções sobre o mesmo assunto -, desfrutava-o com a maior das satisfações.
Esta atitude seria muito salutar – mesmo tratando-se de tabaco! -, ao contribuir para evitar a “santificação” da vida politica...
Já sei o que vão dizer! Políticos santos?! Não há perigo. É coisa que não existe...
13 comentários:
Boa, caro Professor!...
Subscrevo, meu caro Professor.
É como diz. Politico tem que ser santo, não pode ter fraquezas.
Mas não tenho dúvidas que uma grande parte da população ligou mais a este episódio do cigarrito do que a uma série de factos, muito preocupantes, esses sim com reflexos na vida das pessoas.
Percebo a perspectiva com que o Expresso aborda a questão. O pedido de desculpas do PM e a tentativa de se justificar faz de facto lembrar atitude de puto que, apanhado em falta, jura nunca mais fará o que lhe censuram.
Porém, o relevo que ao assunto dá o Expresso, como o domínio da actualidade pela questão demonstram que a política mais eficaz é esta, a infantil. Não será também sintoma de pouca maturidade da sociedade em que vivemos?
Estamos a falar dos políticos que fizeram as leis que me mandam para a prisão se tiver uma "distracção" com os impostos? Esses políticos é que não são santos? Pois, se não são temos pena, deviam ser...
Como eu gostaria que o acontecimento de o Primeiro Ministro se resumisse ao referido por si!
Talvez se tenha esquecido dos longos e absolutos discursos do Sr. Primeiro Ministro na Assembleia da República em relação a todos os assuntos...!
Talvez se tenha esquecido das fantásticas e maravilhosas promessas eleitorais do antigo candidato a Primeiro Ministro!
Talvez se tenha esquecido das fantásticas inverdades do actual Primeiro Ministro sobre quase todos os assuntos!
Talvez se tenha esquecido das perseguições deste senhor aos trabalhadores por conta de outrem!
Talvez se tenha esquecido do currículo "absolutamente" (que palavra tão cara à extrema esquerda populista que nos tem governado) notável de sua Excelência, o Primeiro Ministro de Portugal!
Talvez se tenha esquecido da perseguição aos fumadores promovido por sua Excelência, o Primeiro Ministro de Portugal!
Talvez se tenha esquecido da boa educação que qualquer cidadão deve ter para com aqueles que o acompanham!
Talvez se tenha esquecido que nas escolas públicas é proibido fumar dentro das mesmas nem que exista uma sala de fumo com os melhores sistemas de exaustão do mundo, porque segundo a extrema esquerda que nos governa: o professor deve ser um exemplo!
Portanto, se o professor deve ser um santo, se o professor deve ser um exemplo, porque "carga de água" o Primeiro Ministro não há-de, também, ser um exemplo?
Talvez se tenha esquecido de muita coisa, para ter escrito aquilo que escreveu...
Por acaso "esqueci-me" (que remédio) de muita coisa, para ter escrito aquilo que escrevi! Por exemplo, esqueci-me das pessoas como o senhor...
Caro Salvador Cardoso.
A sua resposta inesperada ao meu comentário é deveras curiosa, para rebater os argumentos de quem não concorda consigo utiliza um estilo pouco elegante e, talvez, ocioso, uma vez que não rebate um único ponto aqui apresentado.
Não sei se considera que rebater o pensamento daqueles que não concordam consigo uma maçada, mas se assim for é pena, porque considero o nível intelectual deste blog deveras elevado e muito aqui tenho aprendido.
Reafirmo uma vez mais a minha surpresa pela sua inesperada resposta, uma vez que o meu único objectivo era lembrá-lo de parte do historial do Primeiro Ministro e apenas isso.
Caro professor Massano Cardoso, muito obrigado por nos trazer este tema. Com efeito o alarido por causa do fumo do PM passou todos os limites do absurdo e do ridiculo. Quase como se o PM tivesse que ser, por absoluta inerência de funções, impoluto, sagrado e santo desde o berço, como outros comentadores e o próprio professor a tal vêm aludindo. Que o ataquem enquanto primeiro-ministro e pelo que tem feito e não feito no desempenho das suas funções, muito bem. Usarem-se fait-divers como este é efectivamente demonstrativo da ainda tão atávica mentalidade e curteza de vistas que grassa neste rectângulo no fundo da Europa.
Vivem-se tempos estranhos, como tenho tido ocasião de escrever aqui, e uma das estranhezas dos tempos tem a ver com a desumanização dos seres humanos. Tenta-se criar uma sociedade asséptica onde as pessoas deixam de ser pessoas e passam a ser robots. E, de caminho invertem-se os seres de cada um. O primeiro-ministro é primeiro-ministro e isso arrasta consigo uma série de obrigações relacionadas com a compostura, as acções, etc, etc. Porém, antes de ser PM ele é humano, tal como um médico antes de o ser é humano, tal como um juiz antes de o ser é humano. Quer isto dizer que está sujeito a falhas, falhas essas que nestes tempos da assepsia social são imperdoaveis e, pelo que já vi, quase motivo para o homem ser deposto. Não estamos a falar de uma falta grave no decurso da governação - como tem havido, desde o aeroporto aos serviços de saúde às populações -, não estamos a falar de um prejuízo grave causado à economia nacional - como o que decorre dos impostos a um nível castrador que afastam o investimento -, não estamos a falar de nada relacionado com o desempenho das funções para que ele foi eleito. Estamos a falar de três míseros cigarros que nada dizem da capacidade - má, péssima, medíocre não está aqui em causa - do PM para desempenhar as suas funções.
Mas são os tempos em que vivemos, meus caros. O parecer é infinitamente mais importante que o ser. Estranhos tempos estes...
Caro Prof. o seu post só peca pelo "não tarda..." É que já é assim, já vivemos (se calhar não é só cá) essa situação absurda de se considerar que os políticos têm que provar a todo tempo que são irrepreensíveis ao mesmo tempo que os consideram, por definição, umas criaturas pouco dignificantes. Estes ridículos episódios servem para "confirmar" o preconceito do mau carácter e daí o estrilho que se faz por dá cá aquela palha e, o que é pior, a legitimidade que se confere à intromissão da vida privada de todas as figuras públicas sempre no afã de demonstrar que sempre são o que se pensava, péssimas e pecaminosas criaturas. Mas a verdade é que há também um estilo político que se aproveita muito deste espírito inquisitorial, só quando lhes toca à porta é que estranham e depois reagem como miúdos apanhados a fumar às escondidas...ainda por cima juram que nunca mais se vai repetir, para evitar as palmatoadas, como se à sua frente houvesse uma plateia de papás e mamãs a educar o garoto em vez de cidadãos adultos.Eis como um cigarro põe à vista um estado nacional doentio, que já não sabe dar uma boa gargalhada perante uma tolice.
Não me leve a mal.
O que pretendi dizer é muito simples. “Esqueci-me” propositadamente de muitas "coisas" feitas e não feitas pelo PM das quais discordo, e muito. Tentei focar o problema do cigarrito e correlacioná-lo com a tentativa de santificar a classe política através de medidas moralistas, algumas importadas e outras nacionais. Esqueci-me de pessoas como o senhor, porque não compreendi o "desvio" da discussão para áreas que não era minha intenção abordar. Além do mais fiquei surpreendido por ter tido a sensação - embora possa estar errado - de que não respeitei certas pessoas.
O senhor PM pode ser tudo aquilo que escreveu e até muito mais, mas para mim não são esses aspectos que estão em jogo, porque a "moralização" da política não se restringe ao PM Sócrates, mas a muitos políticos por esse mundo fora. Podia ter dito o mesmo, utilizando outros PM de outros países e certos fenómenos ocorridos com os mesmos.
Tento ser o mais "elegante" possível, não me considero "ocioso", não tenho qualquer problema se discordarem de mim (é muito frequente, felizmente) e agradeço o facto de que o seu objectivo era apenas lembrar-me do historial do PM.
Confesso que o único parágrafo que, pelos vistos, não fui capaz de interpretar foi o último "Talvez se tenha esquecido de muita coisa, para ter escrito aquilo que escreveu..."
Quantos aos parágrafos anteriores não tenho nada a por nem a tirar.
Queira aceitar as minhas desculpas, caso o tenha ofendido.
Caro Professor Massano Cardoso
A história do cigarro do PM é toda ela ridícula. É bom de ver o estado de parvoeira a que este País chegou. E a falta de cultura não lhe fica atrás. O cigarrito do PM é muito mais popular do que a revisão em baixa do PIB. O PM foi apanhado em flagrante a fumar e arrependeu-se e prometeu que vai deixar de fumar. Lindo menino! É disto que o pessoal gosta. Uma grande infantilidade é o que é!
Muito lhe agradeço os seus esclarecimentos e peço desculpa se, também, o melindrei.
Eu acho que existe uma justificação muito simples para todo o alarido que foi feito à volta deste assunto.
O Sócrates é um indivíduo antipático, que leva o tempo a pregar moral a toda a gente. Como acontece com os socialistas em geral e ainda mais com os comunistas, mas também com os padres e com todos os marmanjos que professam uma ideologia. São uns chatos, que não largam a canela a quem apenas quer viver em paz com os seus pecadilhos.
Se algum destes pregadores se deixa apanhar num deslize, fazendo o contrário daquilo que nos anda a impingir, não pode admirar-se de levar nas orelhas, seja qual for a dimensão do deslize. É humano e sabe tão bem dar-lhes nestas alturas que seria impensável não se observar esta onda de gozo.
Sim, porque o que Sócrates merece é ser gozado com isto. Mostrar indignação é um desperdício de sentimentos. Seria dar demasiada importância a um episódio que fica a anos-luz de um diploma “martelado”, isso sim, um caso sério.
Ora aí está uma boa atitude, a sugerida por Jorge Oliveira - gozar com a situação.
Aliás, já começa a circular por aí um rol de anedotas deliciosas sobre o caso. Aí está uma coisa saudável que os portugueses sabem fazer. Gozar com estas coisas. Dar uma boa gargalhada em vista de uma caricatura na qual o oficial de bordo anuncia "Este é um voo azul. Informa-se o senhor Primeiro-Ministro e os senhores ministros que nos termos da recente lei podem fumar lá fora".
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