1. Foi divulgada na última 2ª Feira a posição das contas externas, (agora até Julho), tema que habitualmente nos ocupa, revelando uma expressiva melhoria em relação ao mesmo período de 2014, traduzida num saldo positivo das Balanças Corrente e de Capital, de € 1.405,6 milhões, mais 28,9% do que o saldo apurado no ano anterior (€ 1.090,8 milhões).
2. A Balança Corrente apresenta um saldo positivo de € 103,3 milhões, que contrasta com o saldo negativo de € 410,2 milhões do mesmo período de 2014, em consequência de uma melhoria em todas as rubricas (comparação homóloga):
- O défice dos Bens reduziu-se de € 5.014,3 milhões para € 4.822,4 milhões, beneficiando da melhoria dos termos de troca que a queda do preço do petróleo tem propiciado;
- O excedente dos Serviços aumentou de € 6.070,6 milhões para € 6.303,5 milhões, com destaque para o excedente do Turismo, que aumentou de € 3.436,5 milhões para € 3.920,5 milhões (+ 14%);
- O défice dos Rendimentos (Primário + Secundário) diminuiu, de € 1.466,4 milhões para €1.387,8 milhões, merecendo registo o facto de as remessas dos Emigrantes manterem um crescimento interessante, passando de € 1.471 milhões para € 1.563,8 milhões (+6,1%).
3. Quanto à Balança de Capital, o superavit em 2015, de € 1.302,5 milhões, é ainda inferior ao registado em 2014, de € 1.474, mas tem vindo a aproximar-se gradualmente.
4. Boas notícias, certamente, mas vamos a ver...vamos a ver qual seria o tempo necessário para se inverter esta posição, caso os Crescimentistas possam - será que vão poder? - por em prática todas as (crescentes) benesses do seu frenético caderno promissório...suspeito que escassos meses...
10 comentários:
Desde ontem, a partir do momento em que li este post do caro Dr. Tavares Moreira, comecei a tomar "Vomidrine", ao fim do dia reforcei a toma, quando ouvi os comentadores economicos referir-se aos valores do déficit deste ano, hoje pela manhã, adicionei "Betaserc".Os vómitos e os desiquilíbrios permanecem e agravaram-se a partir do momento em que ouvi António Costa em campanha garantir que no programa do PS existe espaço de sobra para resolver o problema do Novo Banco e o Primeiro Ministro garantir que a suspensão da venda do mesmo banco está a gerar um lucro fabuloso (em jurors) para o estado.
Sinto uma compulsão quase incontrolável para fazer uso de um corropio quase inesgotável de palavrões e, se depois alguém me chamasse a atenção por o ter feito, desculpar-me com este estado de nausea que me impede até de raciocinar mínimamente em condições. Comoça a formar-se uma forte dúvida na minha mente: será que já morri e julgo que sou português e que ando para aqui aos trambolhões numa mega-hiper montanha russa?!
Gostei particularmente daquela do Costa em que o plano económico do PS não ser afectado pela "tragédia" do Novo Banco, que confessava simultaneamente que a tragédia não existe, mas o plano também não. O que é pena, porque o plano iria duplicar as exportações, eliminar o défice, o desemprego e o aquecimento global.
Caro Bartolomeu,
Permite-me um conselho de amigo, relativamente à campanha eleitoral? Faça como eu, "acompanhe-a" em modo "off". Verá que resulta, pelo menos essas angústias desparecem, num ápice...
Caro Pires da Cruz,
A garantia de que a "tragédia" do Novo Banco (como se o Antigo não tivesse existido ou fosse um doce) não afectará, nem num percentil, um plano económico tão proficientemente elaborado e no qual o País tem as suas esperanças depositadas, constituirá um dos momentos mais gloriosos desta pouco inspirada campanha eleitoral - quiçá o mais glorioso, mesmo.
Cumpre-nos, pois, rejubilarmo-nos com essa garantia!
O conselho não podia ser mais razoavel, caro Dr. Tavares Moreira.
Mas difícil de seguir. Não pela dependência (disso estou livre) mas pela envolvência. É que, para qualquer ponto cardeal que a gente se volte, é imediatamente atingido pelos ventos maléficos eleitoralistas.
O ar está conspurcado e a letalidade dos poluentes que transporta, se não nos matarem... vão deixar-nos malucos.
Se lhe disser onde me encontro, caro Bartolomeu, perceberá que não é assim tão difícil "acompanhar" em off a dita campanha: Vidago, um paraíso tão próximo de nós...
Alojado no belíssimo Palace Hotel, presumo.
Assim, entre passeios paradisíacos preparativos do apetite para degustar os sabores da gastronomia nortenha e dos bons vinhos, não esquecendo também as águas, facilmente percebo que o meu estimado amigo, não sinta a menor dificuldade para sintonizar em off.
Desejo-lhe continuação de excelente estadia, se possível, prolongável até dia 5 do próximo mês. E que nenhum campanhista se lembre de passar por aí, arazoando prometimentos imprometíveis.
;)
Acertou, caro Bartolomeu!
E aproveito para lhe deixar 3 sugestões gastronómicas para quando decidir demandar estas belas paragens: Quinta dos Carvalhos aqui em Vidago; Albergaria/restaurante Borges, na estrada nacional Vidago-Chaves, a 3 km de Chaves; O Carvalho, em Chaves, junto ao Hotel Aquis Flavis (mas em Chaves há muito por onde escolher).
Todos com nota 100, na relação preço/qualidade.
Como não há bem que nunca acabe, vou mesmo ter de deixar este belo recanto transmontano no fim-de-semana, com regresso à balburdia lisboeta programado para a próxima 2ª Feira...
O que quer dizer que ainda irei apanhar alguns dias da dulcíssima campanha eleitoral, mas, com o treino de "acompanhamento em off" que daqui levo, espero aguentar sem dificuldades de maior!
Registo e agradeço as preciosas sugestões que me deixa, caro Amigo.
Quem sabe no próximo mês, que tenciono visitar Zamora, farei um pequeno desvio por terras flavienses e me sentarei à mesa de um desses templos gastronómico...
Costa foi comparar Passos com a avozinha da fábula que era o lobo.
Muito mais apropriado é o conto da Cigarra e da Formiga.
Toda a Cigarra acha que há sempre uma Formiga que trata de lhe garantir as reservas necessárias para que possam andar sempre em festa...
Caro Gonçalo,
Receio que estejamos perante um vício bem mais radical do que o apontado à cigarra na fábula de La Fontaine: uma reincidência teimosa e dolosa, depois de experiências de insucesso, com custos elevadíssimos.
Mas não aprendem, não há solução.
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