Uma mensagem de exemplo, com uma enorme carga simbólica, exemplar, apelando à generosidade e solidariedade de todos e de cada um. Por cá, seria bom que o assunto dos refugiados não fosse um motivo de discórdia político/partidária ou arma de arremesso político. Os portugueses querem ajudar. O Estado deve saber interpretar o sentimento do país, organizando a integração plena dos refugiados, oferecendo-lhes a oportunidade de viverem num país caloroso e beneficiando das suas qualificações e talentos. É isto que temos de fazer, conjugar vontades, que são muitas, unir esforços e coordenar meios. As pessoas fazem o resto.
15 comentários:
O exemplo do primeiro ministro finlandes, poderia muito bem ser seguido pelo nosso PR.
Mas dessa utopica manifestação de humanismo, estão os refugiados bem livres.
Agora, o nosso país tem um enorme problema social por resolver; os milhares de sem-abrigo que dormem nas ruas das principais cidades do país.
Não sei, cara Drª Margarida Aguiar, nem posso imaginar, qual a resposta que o nosso governo irá dar à chegada dos previstos 6.000 refugiados.
Trata-se na realidade de um problema humanitário mas, um problema que compete aos governos solucionar, sem passar a "batata quente" aos cidadãos. Foram os governos que aceitaram e subscreveram as regras dos tratados, deverão ser os governos a tomar as necessárias medidas, sem se esquecerem dos cidadãos do seu próprio país.
Quando se fala no (LEGÍTIMO) Direito à Sobrevivência de Identidades Autóctones... nazis made-in-USA - desde há séculos com a bênção de responsáveis da Igreja Católica - proclamam logo «a sobrevivência de Identidades Autóctones provoca danos à economia...»
[nota: os nazis made-in-USA provocaram holocaustos massivos em Identidades Autóctones]
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P.S.
http://separatismo--50--50.blogspot.com/
(antes que seja tarde demais)
Todos devemos dar uma ajudinha aos emigrantes afro-asiáticos.
Um pacote de lâminas para ficarem tal qual como entraram na Europa.
E elas sempre sem burka por causa da rinite alérgica.
Cara Margarida,
Esta questão dos refugiados (chamados migrantes não sei porquê, eles fogem da guerra, tentam salvar a pele) provenientes de países mergulhados em guerras civis sangrentas e cruéis, bem como da fúria assassina do chamado ISIS, constitui um enorme desafio logístico para a Europa, não se resolve com 1/2 dúzia de frases simpáticas, de teor humanitário.
Sou dos que pensam que a Europa tem obrigação moral de ajudar esta gente, que aspira a uma vida com um mínimo de dignidade, que no seu país de origem se tornou impossível, mas também reconheço que isso exige alguma preparação, a começar numa forte cooperação entre os Estados europeus.
O exemplo da Alemanha e, em especial, a coragem da Snra. Merkel, entre nós tão vilipendiada pelos adeptos do facilitismo, é verdadeiramente notável e pode estabelecer o padrão para os demais responsáveis nacionais para uma resposta eficaz a este problema.
Mas há também que exigir a esta gente, uma vez instalados, que abandonem a ideia de manter/impor as suas leis e hábitos retrógrados, como se continuassem em casa. A verdade é que sua vida nos seus países de origem se tornou impossível em boa parte por causa dessas leis e hábitos quase medievais (nalguns casos pior que medievais).
a Arábia Saudita e os Emiratos
não fazem nada
os muçulmanos portugueses continuam calados
a beneficência fica a cargo dos infiéis
" vida nos seus países de origem se tornou impossível em boa parte por causa dessas leis e hábitos quase medievais (nalguns casos pior que medievais)."
Caro Tavares Moreira, fazê-los ver isso será - caso os governantes estejam acordados, porque se não espera-nos um resultado trágico - a missão mais difícil desta empresa dada a cultura religiosa em causa.
Caro Bartolomeu
É verdade que também temos muitos problemas, desemprego, exclusão social, pobreza. Mas não nos podemos excluir de uma ajuda humanitária a pessoas que não têm nada, muitos deles fogem da morte. É um desafio, integrado numa solução europeia, não podemos olhar para o assunto como um drama. Ouvi há pouco a Senhora Merkel dizer que a Europa tem de mostrar solidariedade, não ignorando que o acolhimento de milhares de refugiados vai originar problemas e conflitos.
Dr. Tavares Moreira
Os problemas não se resolvem com frases simpáticas, claro. Mas há frases com cargas simbólicas que podem fazer diferença. É nestas que incluo as palavras do primeiro ministro da Finlândia.
Não posso estar mais de acordo com o que diz no seu último parágrafo. É um ponto muito crítico, como refere o Caro Alberto Sampaio.
Caro Floribundos
E os EUA?
É de facto um problema de solideriedade para com seres humanos que se encontram em sofrimento, cara Drª Margarida. Também ouvi hà poucas horas o Sr. Cardeal Patriarca, anunciar que satisfazendo um apelo do Papa, a igreja católica irá receber 4.000 refugiados. Que irá conceder-lhes alojamento, alimentos e acompanhamento para uma completa integração, a vários níveis, inclusive na obtenção de postos de trabalho.
Esta atitude da igreja, deve ser motivo de alegria, de regosijo até mas, pergunto: se a igreja católica, tão consciente que é das situações precárias de milhares de famílias portuguesas, dispunha dos recursos que agora está a disponibilizar aos refugiados, porque ainda não tinha ainda aberto mão deles e ajudado 4.000 portugueses carenciados, providenciando-lhes habitação, alimentação, cuidados de higiene, saúde e trabalho? Ouvi ainda o alto comissário para os refugiados contestar a hipotese de, aproveitando as vagas de refugiados que entram na Europa, muitos terroristas islâmicos entrarem e instalar-se na Europa, argumentando que esses guerrilheiros, bombistas, etc. quando pretendem fazê-lo, apanham voos charter e usam passaportes falsos. E eu pergunto: mas está tudo maluco, ou cego? Então os fulanos que pretencem às células terroristas sempre a planear atentados às mais importantes capitais europeias, preferem viajar em avião, sujeitar-se a que os passaportes sejam detectados falsos e desperdiçam a oportunidade de entrar na Europa, sem necessidade de apresentar documentos, como se passa com a maioria dos refugiados? Está tudo louco, não tenhamos qualquer dúvida.
Cara Margarida, sim, existe o dever de ajuda humanitária que, em absoluto, não contesto. Mas isso não é sinónimo de acolher os refugiados nas sociedades Europeias. Essa ajuda pode - e, de onde vejo a coisa deve - ser canalizada para campos de refugiados por forma a que estes funcionem de forma minimamente eficaz e não se tornem campos para quem apenas espera a morte como sucede em vários campos de refugiados pelo mundo fora. O que, desde logo, me tras imediatamente uma pergunta ao espírito. O que têm os refugiados Sírios de diferente dos refugiados que vão da Somália para os campos de refugiados no Quénia ou dos Palestinianos que estão em campos na Jordânia e no Líbano há décadas ou dos Sarauis que estão em Tinduf desde os 1970s?
Esta comoção com os refugiados Sírios, principalmente as acções do governo Alemão, mostram o que a Europa tem de pior. Nomeadamente a capacidade única que existe nos países da Europa Ocidental para, mediante uma situação que apela à lagrimita, reagir à doida, sem pensar em nada nem em coisa nenhuma, sem acautelar o futuro. Sem pensar nos impactos económicos, sociais, de segurança, de saúde pública e demográficos de deixar entrar pela porta centenas de milhar de pessoas duma só vez sem qualquer controlo. Age-se apenas pensando no que é bonito fazer, no que fica bem na Polaroid do momento. Mesmo que para isto se atropelem todas as regras e mais algumas, definidas com anterioridade, definidas num momento em que a coisa foi pensada friamente sem a pressão da situaçao a acontecer no momento.
O que está a acontecer nos últimos dias é uma bomba relógio e, desde onde vejo a coisa, justificar-se-ia a reposição integral de controlos fronteiriços individuais em cada país. É que eles ficam com autorização de residencia num país. Mas podem movimentar-se por todos os restantes países de Schengen. Quem tenta imigrar legalmente para a Europa é sujeito a um processo que envolve verificações várias, incluindo relacionadas com segurança e criminalidade. Esta gente que ninguém sabe quem é, que intenções tem, que passado tem, nem sequer o que trás na bagagem, entra pela Europa dentro sem ninguém lhes perguntar nada. E o que é pior, os governos Alemão e Francês, principalmente o governo Alemão, ainda tiveram o atrevimento de criticar quem fazia perguntas. O que, aliás, está de acordo com as regras existentes sobre o assunto e que os governos Húngaro e Grego estavam a tentar cumprir dada a sua posição de países de entrada no espaço Shengen.
Depois há quem se admire da evolução da extrema direita, nuns países fascista, noutros mesmo neo-nazi. Não vejo onde está a admiração...
Caro Bartolomeu
Os terroristas tentam entrar na Europa por todas as maneiras e feitios. Não compreendo essas declarações do alto comissários para os refugiados.
Caro Zuricher
Mas não é solução para a Europa nem é vida para os refugiados serem colocados em campos de refugiados. Por quanto tempo? E depois?
O problema é muito complexo, a solução deveria ser resolvida na origem. Mas chegados ao ponto que chegámos, quais são as alternativas?
Cara Margarida, ir para um campo de refugiados não é vida para os Sírios mas é para os Somalis, para os Sarauís, para os Nigerianos, para os Ruandeses e mais uma série de gente que vive em campos de refugiados por esse mundo fora? Evidentemente que não é vida. Mas é a possivel. Não percebo, sinceramente não percebo, porque é que os Sírios têm tratamento de favor, porque é que se faz tábua rasa de todos os procedimentos existentes para a recepção de refugiados, porque é que se deixa entrar uma série de gente sem ser sujeita aos procedimentos e controlos habituais, porque é que se age sem pensar em termos de futuro. Ou melhor, até percebo. Apareceu a fotografia dum miúdo que morreu afogado. Nada mais do que isto. Já morreram centenas só no que vai de ano mas este foi fotografado e tornou-se a Polaroid do momento. A partir daí ficou o circo do choradinho integralmente montado.
A Europa está a reagir emocionalmente a uma situação que deve ser tratada com pinças.
Concordo perfeitamente com resolver na origem. Mas isso é mais fácil dizer que fazer. Aliás, custa-me imenso dize-lo, mas neste momento quem está a ter juízo e a actuar responsavelmente em prol da estabilidade na Síria são os Russos. É irónico! Ainda voltando à estabilidade na Síria e no Iraque, essa só será alcançada com uma invasão militar, efectiva ocupação do território e desarticulação completa duma série de malfeitores que por ali andam. Os países Europeus não vão meter-se nisso, evidentemente que não. Os Estados Unidos dificilmente também. Resta quem? Os Russos. Detesto ter que dizer isto mas precisamente aqueles que considero a maior ameaça à Europa para os próximos anos são quem mais está a fazer e mais acertadamente pela estabilidade na Síria. É absurdo! E o Ocidente? Bem, o ocidente não aprendeu as lições que devia ter aprendido na Líbia e em vários outros sítios portanto continua a disparar um canhão Oerlinkon nos próprios pés e a semear a sua instabilidade futura.
Há ainda outra coisa que não posso deixar passar em branco e custa-me dizer também. Esta, acima de tudo, por ser triste e preocupante. O programa da Frente Nacional para a imigração não é nada mais do que fazem os restantes países do mundo. Não é, de todo, extremista nem nada que se lhe assemelhe. O que a FN tem no seu programa é a practica diária nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, etc, etc. É muito, muito triste quando se chega ao ponto dum partido de extrema direita ser o único que propõe aquela que é a conduta normal no resto do mundo civilizado.
A Europa Ocidental tem uma cultura demasiado complicada e complexada para lidar com problemas destes. Isto é demasiada areia para a camionete Europeia.
Caro Zuricher
A situação é agora de emergência. Chegou onde chegou! O que entende então que deve ser feito? Enviar os refugiados para de onde fugiram? Deixá-los no mar?
Será necessária uma estratégia internacional, envolvendo os países das regiões afectadas, para lidar com as causas deste gravíssimo problema. Sem ir às causas não haverá solução. Falta esta estratégia, mas entretanto é necessária uma intervenção humanitária.
Cara Margarida, a minha solução é a que já disse anteriormente. Campos de refugiados como existem no resto do mundo e é a practica habitual pelo menos desde o pós-guerra. Estou certo que a Sérvia não se importará de alugar o terreno para isso. Aplicando-se isto apenas aos refugiados, entenda-se. Os que são simplesmente imigrantes económicos recambiados de volta à origem, simplesmente como está previsto nas regras Europeias sobre o assunto e tem sido a practica em vários países da UE nos últimos, muitos, anos.
Tudo isto não deixa de ser caricato. O que eu estou a dizer é a practica corrente e normal no resto do mundo. Veja a Austrália o que fez. Disseram que iriam receber refugiados Sírios, sim senhor. Mas sem mexer na quota que têm para este ano que é dum total de 13750 refugiados do mundo inteiro. Ou seja, recebem Sírios mas deixam de receber doutros sítios. E isto é o correcto. É a política global de imigração ao serviço, acima de tudo, da Austrália e dos Australianos. O Canadá não diz nem ai nem ui. O Sr. Obama começou em 20000, já vai em 10000, vamos ver o que finalmente será publicado. Mas, uma vez mais, sem alargar a quota para este ano fiscal.
A situação não é de emergência, de todo em todo. Chegou onde chegou graças em larga medida ao governo Alemão que neste assunto asneou totalmente. Mas de emergência não é.
Caro Zuricher
Respeito a sua opinião. Pela minha parte não quero campos de refugiados na Europa.
Cara Margarida, idealmente não seriam realmente nem sequer na Sérvia. Seriam na Turquia, o que teria a vantagem acrescida de poupar aos refugiados as tormentas do Mediterrâneo. Uma vez mais, algo que tem precedente. A Austrália, sejam refugiados, sejam ilegais, sejam o que for, aloja todos os ilegais em campos na Papua e num outro sítio que agora não me recordo. Mesmo os ilegais que são encontrados já na Austrália! Ficam todos nesses campos à espera que o seu status seja clarificado. Aqueles a quem for concedida autorização de residência na Austrália, pois vão e entram normalmente. Aqueles a quem não é concedida são devolvidos à origem. Mas enquanto o status é apreciado ficam na Papua.
Não pense, Margarida, que sou desumano. De todo não sou. O que estou a dizer é precisamente expressão do contrário, ou seja, não criar no presente situações que no futuro são irreversiveis e podem redundar em prejuízos muito maiores para muito mais gente, por um lado e, por outro, não agir sem pensar nos impactos de médio e longo prazo de receber tanta gente de repente, para mais pessoas com uma cultura e um modus vivendi diferente do nosso. Pensar primeiro, ponderar as coisas devidamente e só depois agir.
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