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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

República unitária e corporativa

Reúnem-se as corporações com o governo para acertar a negociação do produto. Obtendo o preço desejado, com benefício imediato, mas cedendo no valor da taxa social, que os mesmos sofrerão a prazo,  o governo contentou as corporações e decretou o cumprimento do acordado. 
Esqueceu que o Parlamento tem a decisiva palavra e não concorda com o tratado. Entra a comunicação social comandada em acção, em defesa do poder corporativo e combatendo o poder eleito. Com uma notabilíssima distinção: os deputados do Bloco e do PC, que sustentam a geringonça mas votam contra, estão certos; o PSD, que é oposição, e naturalmente contra vota, prejudica a concertação para todo o sempre. É este o estado (corporativo) a que chegámos...
PS: Outros, um subido ministro da geringonça, chamou-lhe feira de gado.Talvez para evitar que o preço subisse à Assembleia da República...

3 comentários:

Lamas disse...

Para que serve a Concertação Social?
O maior grupo social, que são os pensionistas, nem sequer está representado, como se fosse o pária da sociedade.
Os sindicatos representam na sua maioria os funcionários púbicos e das empresas públicas, do lado dos patrões também não é lá grande coisa. Basta ver o representante dos agricultores. Então este sector que deve ser o que mais trabalhadores com o SMN emprega, não diz nada, sabendo que a descida da TSU não se aplica ao sector por já ter uma taxa reduzida? Então qual o benefício para os agricultores? Nenhum, tal como já tinha sido no passado.
Jornalistas e comentadores embarcam todos no "engano".
Aqui com o especial destaque do senhor Marques Mendes que dá sempre a sensação que passou a porta-voz de Belém.
Quanto a Passos Coelho faz muito bem.

Suzana Toscano disse...

Pelo que ouvi hoje no debate parlamentar, parece que o BE e o PCP responsabilizam o PSD pelo chumbo da medida se vier a aprovar a proposta do BE e do PCP para chumbar a medida.

Unknown disse...

O PSD, esse histórico partido frontalmente contra a diminuição da carga fiscal para os patrões...

Estamos a falar do mesmo PSD que tentou aprovar a redução da TSU para os empregadores e o aumento para os trabalhadores? 18% para cada lado. Medida neutra, diziam então. Ora, 18%+18% são 36% enquanto que 11%+23,75% são 34,75%.

Estamos a falar do mesmo PSD que implementou uma medida semelhante, transitória como esta, em 2014 e se absteve em contexto exatamente igual já com a "geringonça" no poder, quando o PCP e a CDU levaram a mesma questão ao parlamento no início de 2016?

O Dr. Pedro Passos Coelho tem atitudes a soar às de um menino ressabiado e birrento. E o ressabiamento e as birras ficam muito mal na fotografia dos políticos.

O PSD não tem sequer de estar de acordo, só tem de se abster como fez no início de 2016.

Mas, não, o assalto ao poder cheira mais alto. E vale tudo! Até entrar em contradição com a matriz ideológica do Partido Social Democrata.

Dir-me-ão "mas o PS também se contradiz pois já votou contra esta medida quando era oposição". Pode até ser verdade mas não é o PS que sempre andou "de mão dada" com os patrões e, quando votou contra, tal não impossibilitava a prossecução do acordo alcançado em sede de concertação social.