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quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Sondagens, a leitura possível e não isenta

Recorrendo uma vez mais ao Margens de Erro, as duas sondagens hoje publicadas permitem encontrar alguns intervalos (sem considerar margens de erro) por si só elucidativos. Se as eleições presidenciais fossem hoje teríamos, muito provavelmente, os seguintes resultados:

Cavaco Silva: 56-57%
Manuel Alegre: 17-19%
Mário Soares: 13-16%
Jerónimo de Sousa: 4-6%
Francisco Louçã: 5-6%

O que se retira destes resultados é simples de enunciar:

1. Cavaco Silva ganha à primeira volta (confirmado por todas as sondagens realizadas até hoje)
2. Manuel Alegre recolhe mais votos que Mário Soares (todas menos Eurosondagem/Expresso)
3. Jerónimo de Sousa empata com Francisco Louçã em torno dos 5% (todas)
4. Detecta-se alguma estabilidade nas preferências registadas.

Conclusões possíveis:
1. A estratégia de CS tem-se mostrado ajustada, controlando o diferencial de risco entre perdas e ganhos potenciais.
2. A estratégia seguida por Mário Soares teve como efeito directo consolidar a maioria de CS e valorizar a prestação de MA. O mesmo é dizer que MA acabou por beneficiar com a campanha negativa de MS, demarcando-se do tipo de discurso utilizado.
3. Por outras palavras a campanha negativa de MS apenas segurou uma parte do eleitorado socialista, precisamente o mais fidelizado.
4. A "contagem de espingardas" entre JS e FL tende a favorecer este último, fragilizando o primeiro que não consegue repetir a proeza das legislativas e das autárquicas.
5. O PS e Sócrates, a manter-se este cenário, saiem extremamente fragilizados. O eleitorado que viabilizou a actual maioria absoluta descola (definitivamente?) do seu projecto de Governo sem mostrar sinais de aproximação ao PSD. Aumenta o potencial de oposição difusa e a volatilidade dos referenciais políticos ao centro.

2 comentários:

Carlos Monteiro disse...

Esperemos pelos debates estimado Djustino, esperemos pelos debates...

Tonibler disse...

Se o Alegre ganha ao Soares acho que o Sócrates vai ter que se preocupar mais que com a fragilização do governo....