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quinta-feira, 1 de junho de 2006

Verdade sem consequência?

Segundo se relata hoje em alguma comunicação social na sequência de notícia veiculada pela LUSA, no protocolo de entendimento que o Governo subscreveu com o Sr. Monteiro de Barros (e outros) para a viabilização do investimento na decantada refinaria a construir em Sines, garantia-se num tal ponto 6 de um tal anexo III a «reserva e atribuição gratuita de licenças de emissão de gases com efeito de estufa na quantidade necessária ao integral funcionamento da refinaria e outras instalações acessórias».
A confirmar-se que era exactamente este o teor do compromisso firmado pelo Governo, afinal o senhor Primeiro-Ministro ou estava mal informado - hipótese pouco provável tratando-se de um ex-ministro do ambiente - ou então desviou-se do santo caminho da verdade quando deu a entender que neste negócio pretenderam vender ao Estado Português gato por lebre.

Afinal, como suspeitei, nesta história e desde o início, sempre houve gato...

Eis aqui uma grande diferença entre governos de maioria absoluta homogénea e governos minoritários e ou maioritários com apoio parlamentar pluripartidário. Nos primeiros, uma das coisas que se torna irrelevante é a verdade. Por muito chocantes que sejam os desvios dos responsáveis, quase nunca têm consequência. Nos segundos, os ministros envolvidos neste caso (economia e ambiente) estariam neste momento nos seus gabinetes a verter da secretária para caixotes os últimos papéis. Amanhã, por certo, as secretárias já seriam ocupadas por outros...
Até porque, na comunicação social, na oposição e no interior dos partidos apoiantes do governo se fariam de imediato sentir os pedidos do sacrifício dos ministros faltosos, sem admitir qualquer outra saída.

Mas pensando bem a atitude do Senhor Ministro Pinho até deve merecer alguma compreensão pública. Ou não se tratasse de problema chato e embaraçoso que face aos efeitos nocivos sobre a envolvente ambiental ninguém, afinal, gosta de assumir: emissão de gases...em excesso.

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